SOBRE UM LORDE E SEU PRIMEIRO AMOR [COMPLETO]

34. KENNEDY

No caminho até encontrar os rapazes, pesquisei sobre a Aureum College nos mínimos detalhes e até mesmo consultei o mapa 3D disponível no site oficial, o que me vem a ser útil para saber em que ponto do campus Amelia e eu estamos depois de nós duas nos separarmos de Cepheus no estacionamento. Todavia, nem mesmo a experiência do mapa 3D se compara com a realidade.

O campus da Aureum College é dividido em quatro quadrantes: dois para os blocos de sala de aula e prédios administrativos, um para o bloco de cafeterias e lojas de conveniência que formam o setor econômico, e mais um para o setor em que se encontram os espaços de esportes e entretenimento. O lugar é tão grande que até mesmo podemos pegar uma condução para circular pelas ruazinhas de paralelepípedo, o que Mia e eu fazemos para chegar até a entrada central, onde os garotos estão nos esperando.

Por ser verão e, consequentemente, não haver aulas oficiais no momento, o campus se encontra quase vazio. Nós só encontramos pequenos grupos seguindo por entre os blocos enquanto conversam ou pessoas solitárias e apressadas com pilhas de livros, as quais Mia supõe que fazem parte de alguma turma ou projeto de verão.

"Ali estão eles", ela aponta Henry e Lucas, que surgem tão logo o condutor rodeia uma estátua com o carrinho de golfe. "E estão com a Aeryn". Ou, em outras palavras, a namorada do príncipe Kyle. Uma mulher miúda, com cabelos castanhos na altura dos ombros e que veste um blusão amarelo que se destaca em comparação aos tons frios usados pelos rapazes.

Assim que o condutor para o carrinho de golfe, Mia salta do veículo e eu tento fazer o mesmo, embora demore um pouco mais. Tempo o suficiente para que Lucas se aproxime.

"Oi", ele diz, assim que consigo sair e apoiar as muletas do jeito certo.

"Oi".

A primeira coisa que reparo é que hoje ele está como o Lucas que é filho de Lorde, os das fotos que vi quando descobri quem ele era. Seu cabelo, que costuma estar sempre com uma franja sobre a testa, hoje se encontra impecavelmente arrumado em um topete com gel. E sua escolha de roupas não poderia ser menos Lucas. Ele usa uma calça cáqui, tênis brancos, uma camisa branca de botões e, por cima dela, um suéter azul, de modo que somente a gola e um pouco da manga da camisa estão à mostra. Quase pergunto o que houve com ele, embora a resposta seja óbvia: efeito realeza.

Lucas me pega o avaliando.

"Coisa da minha mãe", ele diz, encolhendo os ombros. "Como eu te disse quando perguntou, debaixo das asas dela, tenho que ser como o Lucas que ela quer que eu seja".

Não contesto. Tudo o que eu digo é:

"A minha mão está coçando para bagunçar o seu cabelo".

E então, Lucas ri.

"Prometo que te deixo fazer isso depois".

"É a sua surpresa?" É claro que não consigo evitar esse assunto por muito tempo. Mesmo sabendo que ele jamais me dirá nada antes da hora, não custa tentar.