23. JANTAR

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Na noite da volta dos Durkheim, saí da casa deles decidida a soterrar todo e qualquer pensamento a respeito de Lucas que ultrapassasse a linha da amizade

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Na noite da volta dos Durkheim, saí da casa deles decidida a soterrar todo e qualquer pensamento a respeito de Lucas que ultrapassasse a linha da amizade.

Pelas palavras dele, a mensagem que consegui captar foi a de que não passaríamos disto. Ele me acha divertida e parece gostar de conversar comigo tanto quanto gosto de conversar com ele, mas sem qualquer acréscimo de intenções que desviem do campo do "somos apenas amigos".

Francamente, ele até deu a entender que torce para que eu me acerte com o Nico! De certa forma, é bom que o óbvio não tenha demorado a ser percebido e assim eu tenha o resto do verão para reorganizar os meus sentimentos.

Pelo menos é nisso que eu tento me fazer acreditar, apesar de não estar sendo nada fácil. Desde a noite de retorno, há três dias, vou até a casa ao lado com frequência para vê-lo e, quando não estou lá, trocamos mensagens.

É difícil superar uma pessoa nessas circunstâncias e eu estou totalmente ciente, mas ainda insisto em continuar.

"Malfoy, a sua dona é maluca".

Meu gato não parece nada surpreso com o que afirmo. Ele certamente já deve saber disso desde que me conheceu.

Acaricio o seu pelo atrás das orelhas e fico satisfeita quando o ouço ronronar, aproximando-se mais de mim.

É quando alguém bate na porta do meu quarto.

"Pode entrar", penso ser Samantha, mas devia ter desconfiado que não era o caso quando ela quase sempre entra sem bater.

A pessoa que aparece depois que a porta se abre é meu pai.

"Eu posso falar com você um minuto, Nina?".

Além da sua presença em casa em um horário incomum, estranho a sua pergunta. Papai não é alguém que busca conversar comigo, geralmente sou eu quem vai até ele atrás de algumas palavras.

"É claro", mexo-me em meu lugar no assento perto da janela, buscando por uma posição mais confortável. No entanto, desconfio que o meu desconforto seja muito mais por tensão antecipada da situação do que pela minha posição. "Sobre o que o senhor quer conversar comigo?".

Papai se senta na minha cama, de modo a ficar de frente para mim. Ele me encara, mas não por muito tempo, e está com as mãos postas sobre a calça social que veste, como se estivesse secando suor delas. Um indício de nervosismo.

"Eu queria saber se está tudo bem para você, se eu convidar uma pessoa para jantar conosco hoje".

"Uma pessoa?" Lembro quase de imediato da Silvia Coraçãozinho em seu celular há alguns dias. "Que pessoa?".

"Uma colega de trabalho".

A Silvia? A pergunta brinca na ponta da minha língua, mas não a faço em voz alta. Ele não tem a menor ideia de que sei que existe essa mulher e mesmo assim está nervoso só de perguntar a minha opinião a respeito de um convite para jantar. Preciso levar isso em consideração, apesar da minha cautela sobre isso tudo.

SOBRE UM LORDE E SEU PRIMEIRO AMOR [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora