Capítulo 12. Ela te ama

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Rudá, Gruffin – 1829.

Lord Knox não parecia muito feliz enquanto dançava com Grace, mas ele nunca parecia feliz, então ela não se importou muito. Então ele exigiu, como noivo dela, que ela lhe contasse tudo que conversou com Lord Campbell e de onde se conheciam, como ela tinha se tornado tão amiga da irmã e da cunhada dele e se ela era amante dele, tudo isso durante uma dança. Como ele podia ser tão desagradável, Grace não sabia, mas aquele que era para ser um baile especial para ela, o baile que Caleb fez com que ela estivesse presente, se tornou o baile em que ela se deu conta de que realmente nunca amaria seu noivo e que teria um casamento muito infeliz, provavelmente seria enxotada por ele, como a pobre infeliz da primeira esposa dele. Caden Knox a lembrava o tio, nada poderia ser mais desprezível para Grace do que alguém parecido com seu tio.

Quando a dança finalmente terminou, Grace saiu pela primeira porta que viu na frente, se dando conta logo em seguida que aquele lugar era uma varanda com uma vista para o jardim. Uma brisa suave batia no seu rosto e ela se debruçou no guarda-corpo, deixando que as suas lágrimas escorressem ao vislumbrar como seria o seu futuro com aquele homem ao seu lado.

Grace ouviu a porta se abrir, mas não se importou em se virar para ver quem era, ela limpou as suas lágrimas com as costas da mão e inspirou o ar frio com aroma das flores do jardim. Aquela presença que, inexplicavelmente, a fazia se sentir segura se aproximou dela e Grace o sentiu parado ao seu lado. Na verdade, ela sabia explicar porque se sentia segura na presença dele, aquele cavalheiro a fazia se lembrar do seu pai, segundo as poucas lembranças que ainda tinha dele, o pai era sempre calmo e tranquilo, caminhava sem pressa e tinha um sorriso reservado para poucas pessoas, mas que era encantador.

- Está tudo bem? – Caleb perguntou com a voz suave.

Grace apenas assentiu com a cabeça, sem olha-lo, e suspirou.

- Você está chorando? – ele pareceu preocupado e carinhoso, o que a fez finalmente olha-lo. – O que aconteceu, Grace?

Ela tinha certeza que estava horrível naquele momento, sempre ficava com os olhos e o rosto todo vermelho quando chorava, era um dos problemas de ser muito branca, e não queria que ele a visse dessa forma, mas o olhar dele estava tão carinhoso que ela não se importou.

- Posso ajudar de alguma forma? – a voz de Caleb saiu em um sussurro enquanto seus olhos estavam fixos nos dela, frente a frente um ao outro.

Ela apenas negou com a cabeça.

- Quer que eu chame uma carruagem para leva-la para casa?

- Não. – Ela disse rapidamente. – Não quero ir embora, só preciso de um pouco de ar.

Caleb estava muito perto dela, Grace podia ver dentro da alma dele através dos olhos azuis, talvez estivesse ficando louca, mas ela viu. Ela viu a paixão queimando dentro dele conforme ele aproximou seu rosto ainda mais do dela, era a mesma paixão que vinha crescendo cada vez mais dentro dela também, mas a dele parecia estar ali dentro há muito mais tempo.

Lord Knox, o tio George, todos sumiram quando os lábios dele tocaram os dela, foi apenas um leve roçar de pele com pele, e as mãos dele seguraram a cintura dela. Aquele era um cavalheiro que ela conhecia há poucos dias, menos dias ainda que aquele que se casaria com ela, mas ela sentia algo imenso dentro de si que não conseguia entender de onde vinha. Os lábios dele permaneceram por vários segundos contra os dela, então ele se afastou e ela pousou a cabeça contra o peito dele, não sabia o que estava acontecendo com si mesma, mas não queria se afastar dele ainda. Grace fechou os olhos e deixou a cabeça repousar contra o peito dele, se ele fosse se desculpar depois e dizer que aquilo foi um erro, pelo menos ela teria essa lembrança para sempre consigo.

Paixão ao pôr do solOnde histórias criam vida. Descubra agora