16. 부재 - ABSENCE.

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"Não posso esvaziar esse ódio."
Absence - Moonbyul

Sempre me senti um amontoado de palavras desordenadas

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Sempre me senti um amontoado de palavras desordenadas. Era como se o mundo que me circundava não me servisse, sentia como se estivesse apenas de passagem. Ou era como eu costumava pensar. Me lembro de caminhar com passos lentos em direção a ela puxando todo ar que poderia armazenar em meus pulmões, não que estivesse com medo; acho que a palavra mais adequada que poderia usar seria vergonha — sim, vergonha — por me sentir covarde sobre toda aquela situação. Enquanto caminhava descobri que tinha a resposta do porque desejava esconder meu rosto na curva do seu pescoço, e de como ansiava  sentir o aroma que mais me trouxe remanso em toda minha vida.

— Bom dia Srta. Kim.

Me disse antes mesmo de chegar ao seu encontro. Seu tom de voz era manso e ela parecia concentrada no que fazia, com certeza ela estava compenetrada, afinal de contas era o que ela sabia fazer de melhor: arte. Mesmo coberta por uma espécie de avental, as manchas de tinta sujavam todo o seu corpo.

— Está tarde? — Perguntei tentando olhar o que ela parecia estar finalizando na tela.

— De forma alguma, eu que cheguei um pouco mais cedo. — Disse alegre levantando, e de forma sútil me puxando pelo braço. De forma automática meu pescoço virou com uma curiosidade imensa, enquanto meu corpo era guiado por ela para o lado oposto antes dela completar rindo: — Não seja afobada menina, não combina com você.

Era como se nada tivesse acontecido na noite passada, como se fosse seu dom perdoar pessoas. Não sei ao certo, mas se eu tivesse um exemplo de pessoa a seguir, esse alguém seria ela. Minha cabeça parecia dar voltas, eu sabia exatamente o que precisava fazer. Seria muito fácil, ela já estava envolvida e era o que eu costumava fazer de melhor. Então porque Yongsun? Qual a dificuldade? Porque ela fazia com que eu me sentisse a beira de um precipício?

— Você está bem?

— Uh?

— Você... — Paramos e ela olhou em minha direção. — ... quer dizer, me parece um pouco pálida.

Senti a ponta de seus dedos tocarem a minha pele, e involuntariamente engoli em seco. Não foi preciso que eu fizesse nada, pois seu toque se arrancou de meu rosto na mesma velocidade que foi posto quando sua ex-mulher chegou acompanhada de Bo-gum. Talvez não tenha sido de forma brusca mas senti meu corpo esquentar de raiva por ser interrompida. Hwasa se desculpou assim que entendeu superficialmente o que estava acontecendo, enquanto Moonbyul sorria e fingia que tudo estava absolutamente bem e sob seu total controle.

Tudo foi passado de forma milimetrica e o dia transcorreu mais rápido do que realmente desejei. A noite prometia ser o trabalho de toda a minha vida, as pessoas mais importantes de toda Seul estariam lá  e minha carreira de fotógrafa teria um reconhecimento inenarrável. Apesar disso, aquele foi o dia mais difícil de toda a minha vida. Cada vez que a via sorrir com uma felicidade que parecia transbordar toda a sua alma. Lembro das poucas vezes que senti isso. Como as vezes que eu estava com Chung e ele agia como se cuidasse de mim ao invés do contrário, ou quando admirava o cheiro de calmaria e ternura que Moonbyul exalava mesmo sabendo que no fundo ela teria cicatrizes profundas.

AKAiTO.  |  MoonSun.Onde histórias criam vida. Descubra agora