PRÓLOGO.

1.6K 143 104
                                        



Seul, a aglomeração de pessoas. O sol nascendo em meio aos arranha-céu na grande metrópole. O cheiro do café expresso dás 17:00pm às margens da calmaria do rio Han... Saudade, era a palavra certa, sentia falta de ter um lugar pra chamar de lar. Confesso que gosto dos prédios e arquiteturas de Gangnam, como os enormes vidros instalados deixam tudo com o ar ainda mais moderno e sofisticado.

Gangnam é a área mais rica de toda Seul, e fica no sudeste da cidade, é comum acharmos os presunçosos e arrogantes, mas ainda sim a beleza da cidade é inigualável. Talvez eu veja arte em tudo, talvez eu procuro milimetricamente os detalhes que as pessoas deixam passar despercebidos, como quando o sol ao se pôr parece estar dentro do rio Han, e o laranja do céu com os pássaros cantando trazem a melhor sensação de calmaria que se possa existir. Ou foi o que pensei, até o que parecia uma briga ter chamado a minha atenção.

— Já falei que não quero você mais nos arredores, sua vagabunda barata!

Gritava o homem alto, de terno e gravata um tanto surrados, que mais pareciam de terceira mão. Pude ver um tipo de tatuagem que cobria boa parte de seu pescoço, por um segundo duvidei dele trabalhar no luxuoso prédio do qual estavam em frente, vai ver Seul mudou em relação a preconceitos e costumes, pensei. Então segurando uma menina magricela de cabelos negros e longos, com certa brutalidade e raiva ele quase a jogou de escadas a baixo, por outro lado ao contrário dele, ela parecia calma até demais.

— É pode me soltar. — Disse calma, algo que ele já tinha feito. — Não to querendo confusão.

Falou levantando os braços como se estivesse rendendo-se, e dando um sorriso pro homem que estava com cara de poucos amigos. Confesso que a menina até era bonita mas me pareceu um tanto ordinária demais.

Ela virou-se e desceu as escadas em direção ao parapeito do rio e subiu, não era alto mas tb não era verão, a água devia estar congelando em meio aqueles 10Cº que faziam em Seul, e o homem do qual ela estava brigando a minutos atrás apenas deu as costas e entrou no prédio, enquanto ela olhava pro rio como se estivesse em transe. A observei por uns minutos pensando que a maluca ia se jogar, estava ficando apreensiva quando resolvi me aproximar.

— Eu não vou pular. Não sou maluca. — Falou de costas, como se lesse meus pensamentos e soubesse que eu estava atrás dela a muito tempo.

— Foi o que pensei. — Falei com desdém.

— Que eu não pularia?

— Que na verdade era maluca mesmo, essa água deve estar congelando menina.

Ela riu sentando no parapeito e virando em minha direção, era um sorriso meigo e eu diria até ingênuo, o que me fazia questionar as palavras usadas contra ela a poucos minutos atrás.

— Gênios são sempre taxados de loucos. — Falou num tom autoritário olhando diretamente em meus olhos.

— Não era o que o grandão a pouco achava de você , ou era? — Me peguei curiosa sobre o que tinha realmente acontecido.

— Ouviu o que não deveria, senhorita.

— Digamos que não foi muito sútil.

Ela baixou a cabeça por segundos e quando levantou riu mais uma vez, o sorriso dela chamava atenção, e acho que ela sabia que ele era uma arma, e eu diria até que uma arma bastante perigosa.

— Tive uma briga com meu namorado. — Disse como se fosse óbvio.

— Espero que ele não seja o que te chamou de vagabunda barata. — Falei quase em um tom de indignação.

— Não, não. Aquele era só mais um babaca em Seul.

— Posso saber o motivo?

— Dele ser um babaca?

AKAiTO.  |  MoonSun.Onde histórias criam vida. Descubra agora