Moonbyul é uma artística plástica que acabou de voltar a Seul depois de dez anos, sua vida mudou completamente depois de uma separação conturbada com o amor de sua vida. Mas seu objetivo agora é mostrar a burguesia suas obras e criações artísticas...
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Senti meu cobertor sendo puxado, e o choque da temperatura sobre minha pele foi assombroso. Grunhi palavras inaudíveis até mesmo para mim, e senti dormência em um de meus braços, devido o peso de seu corpo. Os raios que começaram a entrar pela janela, me faziam pensar o quão cedo ainda deveria ser. Peguei o relógio confirmando a teoria em meus pensamentos, pois não passavam das 7a.m. Voltei meus olhos para mulher deitada em meu lado, ainda completamente nua e as lembranças da noite anterior preencheram meus pensamentos.
Retirei lentamente sua cabeça de cima do meu braço tentando evitar acorda-lá. Levantei e caminhei em direção ao banheiro. Enchi a banheira colocando alguns sais de banho, deixando a água numa temperatura ideal. Prendi meus cabelos em um coque desajeitado e entrei calmamente, apoiando a cabeça no mármore enquanto a espuma do banho já cobria minha nudez. Fiquei perdida em pensamentos supérfluos enquanto a água parecia anestesiar cada músculo de meu corpo. Cheguei a conclusão que eu não tinha mais vinte anos, e álcool as segundas não seria mais uma opção.
Fechei meus olhos aproveitando aquele instante de prazer e senti meu corpo inteiramente relaxado. Foi quando repentinamente vi diante de mim seu sangue, misturado as lágrimas escorridas pelo canto lacrimal de seu olho. Eu segurava forte de forma falha o corte profundo que existia em seu pescoço, tentando estancar o sangramento. Orei e implorei de forma devastada para que ela não desistisse, que lutasse da forma mais insigne que havia feito durante toda sua vida. Sua feição me transmitia a dor que sentia e eu desejava removê-la a qualquer custo. Foi quando vi, a estranha em minha frente, lentamente fechar suas pálpebras como se estivesse cansada de lutar, prestes a tirar uma soneca da qual não regressaria...
— Moonbyul! — Esbravejou.
Acordei assustada ainda dentro da banheira com Hwasa sacudindo meu ombro.
— Você está bem? — Perguntou preocupada. — Você estava chorando...
— Hãn... eu ... — Tentei com desacerto formular alguma palavra para acalma-lá.
— Ainda está tendo os pesadelos?
Sua voz pareceu falha, como se estivesse com pena de mim, ou tão somente receio que sua pergunta soasse um tanto invasiva. Eu odiava aquelas lembranças... e o modo como tudo aquilo ainda mexia comigo. Apenas balancei a cabeça em sinal positivo respirando profundamente, enquanto olhava a cicatriz em meu anti-braço direito que me assombrava a pouco mais de cinco anos.
— Estou bem...
Foi tudo que consegui dizer. E ninguém conhecia tão bem cada parte de mim quanto ela. Hwasa sabia que aquele apenas era o modo que eu quisera encerrar um assunto tão desconfortante.
— Não vai entrar? — Perguntei num tom deveras malicioso, tentando quebrar o gelo que parecia haver se formado.
— Eu estou bem sóbria hoje. — Afirmou rindo. — Anda, hoje você tem um encontro.
