Moonbyul é uma artística plástica que acabou de voltar a Seul depois de dez anos, sua vida mudou completamente depois de uma separação conturbada com o amor de sua vida. Mas seu objetivo agora é mostrar a burguesia suas obras e criações artísticas...
"O que você não pode ter, brilha mais quando você não pode ter." The Light - IMPACT
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Sempre desejamos a felicidade. Buscamos encontrá-la incansavelmente, e nunca paramos de procurar. Talvez uma parte de nós ache que esse é o sentido de viver , nosso propósito e objetivo maior. Mas, na maioria das vezes, só procuramos algo que está bem debaixo do nosso nariz. O crepúsculo que apreciava e a companhia das minhas pessoas favoritas me remetiam a esse intuito humano. Foi quando notei que eu havia me esquecido dos diversos cheiros que Seul possuía. Sempre fui fascinada como a cada metro quadrado eu conseguia sentir aromas distintos e únicos. Do mais vulgar cheiro do óleo aquecendo nas barracas de rua, ao verde das folhas nas grandes árvores que se estendiam por toda avenida. Contudo, não sabia que sentimentos também podiam exalar isto.
E como pude descobrir?
Ah, ela estava logo ali.
Há uma distancia insignificante de dois metros, ou um pulo, eu não soube diferenciar. E enquanto ela tocava aquele instrumento como se parte de sua vida dependesse daquilo, pude sentir um aroma de paixão, até mesmo carinho exalarem dos poros de sua pele. Graças aquela melodia, eu sentia que deveria estar exatamente naquele lugar. Inspirei todo o ar que cabiam em meus pulmões e fiquei irresoluta, diria até desorientada, quando percebi que consegui sentir uma porcentagem dos seus sentimentos. Ela percebeu que estava sendo observada por uma pequena plateia, e acredito que ao ver alguns rostos familiares, fez com que o cheiro que ela exalava mudasse de forma brusca. Agora era uma mistura de insegurança e inquietude. Por um momento sua respiração pareceu descompassada, mas acredito que pela surpresa de me encontrar naquele fim de tarde, e não por me ver minhas mãos entrelaçadas as de Dahee.
— Olá, querem usar o piano?
Ouvi a voz de uma mulher dizer. Ela possuía tatuagens por toda extensão de seu braço e usava uma calça preta de moletom largo. Com um cabelo desgrenhado e um piercing de uma argola fina em seu nariz, a transformavam em uma mulher não tão comum. Seu olhar era familiar, e não demorei para lembrar quando tínhamos nos encontrado.
— Quer tocar um pouco , amor?
Os pensamentos sumiram quando ouvi Dahee perguntar em minha direção. Balancei a cabeça em um sinal negativo. O clima parecia diferente desta vez. Talvez o recado em minha caixa de mensagem deixado por ela outro dia, tenha afetado nosso novo reencontro. Agora eu tinha total conhecimento de seus sentimentos, e de como eles perduraram por todos esses anos. Em minha cabeça isso era humanamente impossível. Nunca acreditei que o amor fosse estático e imutável, nos crescemos e mudamos, e isso nos traz novas perspectivas.
Eu estava feliz.
Isso, eu estava feliz, certo? Mas porque diabos eu não conseguia esquecer dela dizer ter ouvido meu recado todos os dias, nos últimos sete anos?