T5 C3: Persista.

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Sirenes estouram no ar. Conversas distintas perpassam entre a multidão em que Joseph Tennyson esgueira-se, movido pela curiosidade que tanto atrai multidões, na rodovia principal de Seattle.

– Licença. - repetia ele cada vez que avançava.

Chegando na beira do círculo de curiosos, Joe ficou na ponta do pé. Nisso somente viu a carcaça do sedan esfumando no que pareceu ser uma colisão contra o para-choque de aço do caminhão. Seu foco mudou para a imagem entre os ombros de dois curiosos; os socorristas estavam ajoelhados trabalhando na reanimação do acidentado.

A figura debruçada tinha o rosto coberto pelo escaldante líquido escarlate. Pouco a pouco aquele mesmo rosto se moldava na mente temerosa de Joseph, resultando numa falta de ar e um pulo do peito que passou a bater fortemente mais rápido.

– JOE!

O rapaz desvencilhou-se dos pensamentos numa piscada forte. Olhou por cima do ombro, tendo a perspectiva de uma Hannah com vestes de frio e uma touca escura carregada de um semblante duvidoso.

– Achou algo? - indica ao recipiente em suas mãos.

Joe olha para o frasco vazio que segurava antes de entrar em transe. Jogou o recipiente no canto da farmácia e levantou dizendo um baixo não.

– E você?

– Algumas aspirinas. Nada mais.

Hannah passou por ele ainda com um olhar desconfiado. Parou diante da janela embaçada pela umidade do ar externo. Usou a mão enluvada para limpar o vidro na altura de seus olhos e mirar o exterior tomado por finas camadas brancas de neve. Ela puxa o comunicador.

– Eva, como estão os outros?

Até que bem. Os antibióticos tão segurando a barra, mas Nadine não sabe por quanto tempo.

– Tem uma ideia do que seja? - solta o botão.

Nadine e Sloan acham que é uma virose. Alguma coisa na validade dos enlatados que comemos.

– Certo. Vamos continuar procurando. As farmácias por aqui já foram saqueadas. Câmbio.

Entendido. Mantenhe-os informado.

– Valeu. - guardou o rádio no cinto. Voltou-se a Joe no meio da drogaria coçando os cabelos desgrenhados. – Temos que ir mais longe.

Joe a olhou e com uma pausa de cinco segundos, assentiu sem dizer nada.

No estacionamento da farmácia, a dupla tentava a sorte em ligações diretas nos carros.

Joe juntou os fios negativos e positivos, mas nenhum sinal de partida. Enfurecido, jogou-os no carpete e saiu de dentro da picape batendo a porta com tudo.

O barulho atraiu a atenção de Hannah na minivan a frente. Mirou o trajeto dele até a porta carona do carro em que ela tenta ligar.

– Tudo bem? - apoia o braço no teto fofo e o outro no topo da porta aberta. 

– Sim. - abre o Jeep na vaga ao lado.

– Parece frustrado.

– Minha namorada tá doente, não achamos remédios em lugar nenhum e minha bunda tá congelando. Então defina bem e talvez eu te dê uma resposta menos ignorante. - sintetizou sua impaciência.

– Uau. - passa a mão nos fios fora da touca.

Joe bufa.

– Desculpa.

After The World (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora