T4 C1: Instáveis.

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As prateleiras empoeiradas eram alvo das buscas do grupo. Qualquer embalagem intacta era rapidamente capturada pelas mãos hábeis de Mark, que seguia pelo corredor com a glock empunhada e o olhar atento a cada canto do mercado.

Guilherme e Hank transitavam pela sessão de enlatados. O rapaz de óculos remendados empurrava o carrinho enquanto seu parceiro coletava as latas de boa aparência. Cruzaram com Sloan no final do corredor. Ela jogou quatro sacos de leite em pó no carrinho da dupla e seguiu adiante.

Sammy observava as carnes podres nos freezers desligados. Estava enganado em pensar que o cheiro de podridão exalava somente das mercadorias estragadas. Notou o equívoco assim que viu o putrefato no chão, atrás do balcão do açougue. Pulou a pedra mármore e encarou o zumbi de avental rastejar até seus pés.

A luz que adentrava o estabelecimento pelas janelas refletiu no facão caído perto do moedor de carnes. Sammy se apossou da lâmina, segurando-a pelo cabo e desceu direto no crânio do morto-vivo. Puxou de volta e gotas de sangue respingaram em seu braço. Se desfez da arma branca e analisou enjoado as larvas deixarem o crânio do defunto pelo buraco aberto com o facão.

Jackson se aproximou e fitou o cadáver. Olhou para Sammy, deu um breve aceno de cabeça e seguiu caminho com o carrinho com poucos alimentos ainda em boas condições.

01:24 PM

Todos se agruparam no estacionamento. Abasteciam a van em silêncio. Tinham a consciência de que a comida adquirida seria satisfatória, mas não eliminaria as preocupações com o estoque instável de Country Club.

– Quanto tempo acham que vai durar? - Hank pergunta.

– Não faço a menor ideia. - Mark responde, colocando a última caixa na van. - Mas vamos torcer para umas duas semanas.

– Provavelmente menos. - Sloan encosta no carro estacionado na vaga ao lado. – Estamos entrando no vermelho rápido.

– O rango que os caubóis tinham ajudou um pouco, mas agora é com a gente. - Jackson empurra o carrinho vazio para longe. – A próxima busca é da Ágatha e os irmãos, certo?

– É. - Gui afirma. – Faz umas semanas que eles não saem.

– Estamos fazendo o deles. - Sammy diz, atraindo os olhares para si. – É bom eles compensarem.

– Podemos discutir isso no conselho. - Mark sugere. – Vou falar com os outros, eles vão aceitar regular isso.

Todos concordaram e adentram a van. O silêncio predominou no estacionamento até o motor roncar e lataria velha começar a tremer. Mark soltou o freio de mão, engatou a ré e saiu da vaga reservada para idosos arrancando para a saída.

Elliot estava no banco, na varanda da casa, com Cassie em seu colo. A pequena cobria de baba a pequena boneca em suas miudas mãozinhas. O garoto observava a rua vazia e Zoe se destacou em seu campo de visão. A menina acenou para ele e sorriu. Elliot devolveu o gesto com a mão esquerda e fitou a vizinha se afastar, com um olhar cético. A porta ao lado se abriu e Carter deixou a casa, parando ao lado dele. Afagou os cabelos de Cassie e encarou Elliot.

– Viu o Hutchinson?

– Na torre. - Elliot fala. – Ele trocou o serviço no muro com a Hannah.

– Velho. - Carter debocha e desce ligeira os degraus da varanda.

Não demorou no trajeto até a torre no muro principal. Subiu a escada e parou ao lado do velho com o rifle no ombro.

– Eles já devem estar voltando. - Hutchison comenta. – Sairam cedo.

– É. - Carter concorda, analisando o céu cinzento. – Mas eles sairam semana passada também.

After The World (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora