T2 C10: Fim da Linha.

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As luzes apagaram e mesmo que inutilmente, Sammy tenta abrir a porta do elevador, mas sem sucesso. Motivo para ele chutar a mesma e reverberar o som por todo o espaço do quadrado metálico.

Eva, agachada ao lado de Tommy, fita o sujeito enfurecido e revira os olhos.

– Sabemos que só tem uma saída pra isso. - levanta e olha para a escotilha fechada a grade sobre sua cabeça.

– Nhã. A gente consegue de outro jeito.

– Não tem outro jeito, seu broxa. - resmunga o velho debruçado. – Entendo que queira tirar todos daqui, incluindo um velho com as pernas sem funcionamento, mas veja: eu não vou muito longe. - pausa para respirar. – Jesse destruiu meu único meio de respirar e agora sem um, eu não tenho muita utilidade a não ser... - respira. – A não ser ficar aqui.

Sammy baixa a cabeça.

– Se o plano dele era nos matar, o desgraçado conseguiu. - olha para Eva. – Vão.

Ela se ajoelha e abraça o senhor, murmura um adeus em seu ouvido e dá um beijo em sua bochecha.

Sammy destranca e desce a grade, liberando caminho para a loira. Eva passa e sobe num salto. Sam põe a mão na extremidade.

– Ei. - Soprano chama. – Cuide dela.

– Eu vou.

Juntam os punhos num cumprimento firme e se soltam. Sammy joga a espingarda para fora e sobe a escotilha. O frio o domina por completo e o cheiro de ferrugem os cerca.

Por cima, uma forte luz destaca a abertura.

Eva entrelaça seus dedos finos no metal frio da escada e inicia a subida, causando um som agudo com as botas cada vez que sobe. Ao chegar no topo, ela estica o pescoço e encara a claridade da enorme janela na parede ao fundo.

Eva estica o pé até o piso e quando toma coragem, impulsiona o corpo para dentro do andar. Ela bambeou para frente, se equilibrando. Leva as mãos aos joelhos e solta um suspiro longo.

– Porra.

Olha para trás e vê Sammy tropeçando para dentro, cambaleando.

– Vambora. - vai até a porta do terraço.

A jovem volta a beira do elevador e espia a queda escura. Por um momento ela se sente mal por deixar Tommy sozinho. Um senhor que, embora ranzinza e não muito próxima, sempre foi bom para os demais e sua presença trazia uma certa segurança a ela. O que era estranho, mas talvez tal sentimento vinha pelo saber de seu passado. De saber que ele enfrentou a morte cara a cara nos anos 40.

O assobio de Sammy a traz de volta para a realidade e quando olha sobre o ombro, ele indica para porta e entra.

04:40 PM

O metal vermelho é perfurado pelo golpe do machado de emergência. Gasolina derrama do buraco, dominando o piso.

Do outro lado, Mark defere um golpe na mesma região e deixa todo o etanol vazar. A colisão dele no chão era forte, semelhante a milhares de gotas caindo de um poste.

O corpo de bombeiros tinha três caminhões estacionados, contendo três portões que rolam para cada um - abertos nesse momento.

Sloan deu cabo do último veículo de socorro e se juntou a Mark na frente da estrutura. Eles ficam lado a lado, metros do meio fio, encarando a mesma direção.

Na esquina, o camper chega derrapando como se estivesse numa perseguição, seguindo em baixa velocidade na direção deles. Cinco segundos depois e a manada que persegue o utilitário dá as caras, sacudindo cabeças e espalhando o sangue das bocas e mãos.

After The World (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora