T4 C2: Rachados.

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Sloan atendeu a porta, encontrando com o sorriso amigável de Eva.

– Te acordei?

– Não. Não durmo tão cedo. O que é isso? - olha para a caixa de papelão nas mãos dela.

– Encontrei em um dos apartamentos. Roupas para a Cassie. Achei que gostaria.

– Claro. Entra. - abre caminho.

Eva deposita a caixa na mesa. O cheiro doce subiu assim que aberta.

– Fiz o favor de passa-las.

– Isso é de grande ajuda. - Sloan pega uma roupinha amarela. – Eu espero que sirva. Ultimamente ela tem comido feito um cavalo.

– Nem imagino. - Eva sorri. – Se saindo bem como mãe?

– Até que sim. Alguns tropeços aqui e ali, mas coisa de iniciante. O melhor é ver o Mark. Ontem ele quis dar uma de super pai e namorado e fazer de tudo em casa. No fim acabou confundindo o talco com açúcar.

Elas riem.

– Não creio.

– Pois é. Mas ele se esforça. As vezes se sai...

As palavras de Sloan vão se perdendo na consciência de Eva, que entra numa espécie de transe quando olha para o corredor a frente. Este que parece se estender em uma projeção idêntica da última vez que esteve ali. Num piscar de olhos, ela se vê sendo atirada na parede por Kieran. O baque faz ela derrubar a caixa e espalhar as roupas.

– Droga. Desculpa.

– Tudo bem. - Sloan recolhe tudo.

Eva se agacha para ajudar.

– Mil desculpas. Sério.

– Tá tudo bem. Só foi um reflexo.

Põem tudo de volta.

Sloan percebe o desconforto da amiga.

– Eva, você tá bem?

– Sim. - força um sorriso. – Eu tenho que ir. Boa noite. - passa por ela e bate a porta.

Sloan ficou encarando a madeira vermelha e chegou a olhar para o corredor a fim de entender o que abalara.


O frio da noite estava ficando mais intenso para Jackson, ainda vigiando a casa onde é guardada os alimentos. As árvores estavam agitadas e cada vez que balançavam pareciam levar a brisa direto no rosto dele.

Tomou um gole do uísque no cantil prateado e exalou vapor da boca numa respirada fundo.

– Minha vez. - disse a voz rouca.

Jackson imediatamente olhou ao seu lado para encarar o velho Hutchinson em seu típico figurino preto, de rifle apoiado no ombro.

– Tava demorando, coroa. Vê se não pega no sono. - levanta da cadeira de praia.

– Garanto que farei meu melhor.

Um barulho agudo vindo de dentro da casa jogou a atenção deles para a entrada, instaurando um breve silêncio entre ambos.

– Vá pelos fundos. - Hutchinson cochicha, armando o rifle.

Jackson avançou agachado pela lateral da estrutura. Roçou as costas na parede e virou de supetão para de encontro a uma porta dos fundos trancada. Franziu a testa em estranheza, ergueu a cabeça e viu a clarabóia retangular entre aberta rangendo pela ventania.

– Filha da puta. - murmura.

Se prontificou em frente a porta. Bastou um chutão para escancará-la. Ele entrou levando a mira da arma para todos os cantos conforme avançava em passos firmes. Detectou um ruído vindo do cômodo ao lado e não tardou a correr para surpreender o ladrão.

After The World (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora