T4 C9: Legado.

45 6 0
                                    

Já fazia uns 30 minutos que Mark e Gui saíram para rondar a área em busca do tal prédio onde o trio de sequestradores se escondiam. Sloan caminhava de um lado para o outro demostrando estar impaciente, nervosa e ansiosa. Hannah estava improvisando uma tipóia para Carter; ambas notaram o comportamento da amiga.

– Ficar desse jeito não vai ajudar, Sloan. - afirmou Hannah.

– É porque não é sua filha que está nas mãos de sequestradores. - retrucou, ríspida.

– Relaxa. Gui e Mark vão achar o lugar onde eles estão e então planejaremos um plano. - disse Carter, segurando o ombro deslocado.

– Eu que devia estar lá fora - olhou pela janela embaçada por conta da chuva. Fixou no andarilho preso a lama na altura dos tornozelos. O braços abanam o ar e os dentes estalam. – Eu devia estar lá fora.

Gui e Mark caminhavam pela floresta, ambos de olhos abertos e bem atentos a qualquer residência que talvez possa ser um possível esconderijo. A chuva e o vento frio castigavam os jovens que já estavam encharcados.

– Com essa chuva e esse vento achar esse lugar vai ser igual a procurar uma agulha num palheiro. - comentou Mark.

– É, mas eles não estão longe. Devem estar por aí, observando a gente.

Um rosnado chamou a atenção da dupla que sacou suas armas e caminhou lentamente até a direção do barulho. Havia um zumbi estirado no chão, partido ao meio. Suas tripas e sangue sujam a terra molhada.

– Provavelmente a tempestade fez isso. - deduziu Gui.

– É - se agachou e enterrou sua lâmina na testa do zumbi.

O eco de alguns tiros interrompeu a conversa dos jovens que tentavam achar a origem dos disparos. Barulhos foram feitos de dentro da floresta e quatro zumbis surgiram. Mark e Gui se esconderam atrás de uns arbustos. Os zumbis passaram direto por eles. Provavelmente estavam indo na direção dos tiros.

– Vamos segui-lós, mas em silêncio - sussurrou Gui. Mark concordou com um movimento de cabeça.

O silêncio permanecia no porão onde os sobreviventes se escondiam da tempestade. O barulho da chuva, o chiado do vento, os trovões e o granizo caindo quebravam o silêncio, para piorar alguns zumbis seguiram os sobreviventes até o porão. As criaturas batiam na porta chamando atenção dos demais.

A ficha ainda não tinha caído para Joe que encarava o ombro mordido de sua irmã. O sangue escorria pelo seu braço, sujando o chão e manchando sua camisa rosa claro. Os olhares de todos ali presentes focavam na garota. Ágatha não conseguiu segurar as lágrimas diante da cena que presenciava.

– E então, estamos esperando o quê? - Viktor toma a frente.

– Do que você está falando? - Joe tira os olhos marejados da irmã pela primeira vez, jogando-os sobre o ombro para encarar o homenzarrão.

– Sua irmã é uma ameaça para todo mundo aqui. Você sabe o que vai acontecer se não fazer o que tem que ser feito.

– Se você encostar nela, eu vou...

– Vai o quê? - andou até Joe.

Os dois começaram a encarar um ao outro igual os lutadores costumavam fazer nas entrevistas.

– Ei, ei, ei - Sammy fica entre eles. – Já temos muitos problemas pra nos preocupar.

– Ela é uma bomba relógio. - Viktor apontou. – Quer que ela exploda aqui?

– Não é você que decide isso. - disse com firmeza.

Viktor fuzilou Sammy e Joe com um olhar raivoso, depois deu as costas para os dois. Com a situação mais calma, Joe arrancou um pedaço de sua camisa e enfaixou o ombro de sua irmã. Já era notável que a garota estava pálida, o suor escorria pelo seu rosto e Joe confirmou a febre alta colocando a palma da sua mão na testa fervente dela.

After The World (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora