X

1.8K 189 88
                                    

-- Quando uma pessoa sofre um acidente, sua primeira reação é fechar os olhos. -- O médico começou a explicação de forma mansa. -- Ela provavelmente fez isso no acidente. O cérebro de Rafaella reteve essa informação, então quando o corpo dela acha que ela está em perigo, ele automaticamente faz seus olhos tremerem daquela forma.

-- Mas isso não pode se tornar nada perigoso? -- Bianca perguntou temerosa.

-- Não, é apenas uma espécie de pequena sequela. -- Ele respondeu. -- Afeta sua área emocional, então é bem provável que quando ela se sinta envergonhada, com medo, raiva, enciumada ou fora de sua zona de conforto, isso aconteça.

-- Oh, graças a Deus. -- a carioca disse mais aliviada.

-- Às vezes pode ser que isso não aconteça, mas provavelmente vai acontecer com bastante frequência. -- Ele disse. -- Não apresenta nenhum perigo para a saúde, ela só vai precisar aprender a lidar com isso.

-- Certo. Muito, muito obrigada Doutor. De verdade. Eu nem dormi de preocupação. -- Bianca disse cruzando os braços, afinal estava um pouco frio aquela hora da madrugada.

-- Você realmente se preocupa com ela, hm? -- Ele disse sorrindo de forma terna e Bianca assentiu.

-- Sim. Ela é especial. -- a carioca respondeu.

-- Tudo bem, senhorita. Agora vá descansar, amanhã vocês terão um longo dia. -- Bianca assentiu e desejou um boa noite para o médico antes de entrar e fechar a porta.

-- Me conta uma história? -- Rafaella perguntou bocejando assim que viu a menor e Bianca assentiu, pegando sua blusa de moletom e a colocando, pois estava frio. A menor, ao ver Rafaella dar leves batidas na cama indicando que ela deveria voltar para lá, subiu na cama e sentiu a maior se aconchegar no calor de seu corpo.

-- Frio? -- Bianca perguntou ao ver os pelinhos de seu braço arrepiados e Rafaella assentiu. Na mesma hora Bianca retirou o moletom que havia acabado de vestir e colocou na mineira, voltando a se deitar e sentir Rafaella se acomodar em seu corpo novamente. -- Melhorou?

-- Sim. -- a garota disse baixinho. Bianca assentiu e começou a acariciar as costas de da maior, iniciando outra história. Em poucos minutos Rafaella já dormia. Bianca suspirou e se permitiu olhar para ela. A garota era tão linda, tão doce; de forma alguma merecia ter perdido tanto tempo de vida.

A menor dormiu algum tempo depois, sentindo a respiração quentinha e ritmada de Rafaella tocar a pele de seu pescoço.

[...]

-- Bianca? -- A voz de Genilda fez a carioca abrir os olhos lentamente, apenas para ver o sorriso da mulher. Seus olhos analisaram o próprio corpo: Estava enganchado ao de Rafaella. A maior tinha uma perna entre as de Bianca e seu rosto estava afundado em seu pescoço. Um braço de Rafaella abraçava Bianca possessivamente enquanto os de Bianca se mantinham, um sobre as costas da maior e o outro em sua cintura.

-- Bom dia, dona Genilda. -- Ela disse se espreguiçando. -- Que horas são?

-- Bom dia, querida. São oito da manhã. -- Ela respondeu gentilmente, enquanto Bianca se esquivava vagarosamente de Rafaella para não acordá-la. -- O doutor me disse o que houve pela noite. Você não deve ter dormido nada.

-- Não se preocupe comigo. -- a carioca replicou. -- O importante é que ela está bem.

-- Sim. Ela deu muito trabalho?

-- De forma, alguma. Rafaella é um amor. -- Respondeu sinceramente. --Eu vou dar uma passada em casa apenas para pegar um uniforme limpo e comer algo. Uma da tarde passo aqui para irmos juntas para a fisio, tudo bem?

Em um piscar de olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora