XI

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Apesar da carga pesada de exaustão que Bianca carregava nos últimos dias, aquela tarde ela fora contente para a aula prática. Finalmente, depois de tanto tempo aguentando coisas de Babu, ele teria que guardar para si, afinal, Genilda estaria por perto e Bianca tinha certeza de que ela não deixaria que ele a tratasse como um lixo.

Bianca chegou quinze minutos mais cedo no hospital, apenas para poder conversar um pouco mais com Genilda e Rafaella. Ela se sentia demasiadamente feliz desde que a mineira acordou, era como se sua vida desde então tivesse um propósito: Ajudar Rafaella em sua recuperação total.

-- Boa tarde para as mulheres mais lindas deste hospital. -- a carioca disse animada, entrando no quarto, já que a porta estava aberta. Em sua mão levava consigo uma rosa branca e uma vermelha.

-- Olá, criança. Chegou mais cedo. -- Genilda disse, não deixando de notar as flores na mão de Bianca. Deduziu que fossem para Rafaella, mas quando a menor estendeu a branca em sua direção sua boca se abriu em completa surpresa.

-- Eu costumava levar rosas brancas para a minha mãe quando morava em sua cidade e, bem, pensei que a senhora gostaria também. -- Disse cordialmente, vendo Genilda pegar a flor para si e inalar a fragrância.

-- Obrigada, querida. -- Agradeceu emocionada.

-- Eu traria alguns bombons também, porém Rafaella não pode comê-los por enquanto e a senhora alegou não gostar de chocolate. -- Bianca disse e sorriu ao olhar na direção da mineira e ver que ela balançava o corpo na cama impaciente.

-- Não vai falar comigo? -- A garota dos olhos claros perguntou antes de bufar e Bianca sorriu novamente, se aproximando da cama.

-- Boa tarde, coisa linda. -- a carioca disse, esticando a rosa vermelha na direção dela. -- Eu trouxe uma amiguinha para você. -- Rafaella franziu o cenho.

-- Amiguinha?

-- Sim, a flor. -- Bianca explicou. -- Comprei em uma floricultura e, bem, ela está passando por um processo difícil, pode cuidar dela para mim?

-- O que ela tem? -- Rafaella perguntou, visivelmente preocupada.

-- Ela tem apenas alguns dias de vida. -- a carioca disse, vendo Rafaella abrir a boca em total desespero. -- Mas ela não está sentindo dor e nem sentirá. -- Bianca explicou. -- Eu trouxe ela para passar os últimos dias com a pessoa mais especial do mundo todo.

-- Eu? -- a loira perguntou confusa e Bianca assentiu ainda sorrindo.

-- Sim. Assim ela ficará muito feliz.

-- Você me ajuda a cuidar dela, Bi? Eu nunca cuidei de ninguém. -- Rafaella perguntou e Bianca assentiu. -- Mamãe, pode trazer algo com água para eu colocar ela? -- Genilda assentiu e logo saiu do quarto com sua rosa branca na mão.

-- Como você está? -- Bianca perguntou.

-- Triste. Ela vai morrer. -- Rafaella confessou.

-- Ela iria morrer de qualquer forma desde que cortaram ela. -- Bianca explicou. -- Mas esse é só um pedacinho dela. O coração dela ainda estará batendo lá na roseira de onde retiraram esta rosa. -- a carioca disse, vendo a maior sentir o cheiro das pétalas.

-- Ela tomou banho, Bi.

-- Como?

-- Banho. Ela está cheirosa. Tomou banho. -- Rafaella disse, fazendo Bianca rir com a expressão suave em seu rosto.

-- Ela quis ficar cheirosa para visitar a nova amiga dela. -- a carioca disse, vendo Rafaella sorrir animada. -- Você dormiu bem, Rafinha?

-- Dormi. É quentinho dormir com você. -- a mineira respondeu honestamente. -- Hoje a Manu veio de novo.

Em um piscar de olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora