7/10
O sol forte do verão já dava suas caras e exatamente por tal acontecimento que Bianca estava estirada em sua toalha de banho, enquanto tomava sol. Ela usava seus óculos de sol e um biquíni vermelho. Seus olhos estavam fechados enquanto ela desfrutava da sensação de um domingo tranquilo.
Sua namorada estava na água, brincando de guerra de água com sua mais nova amiga Gizelly. Haviam ido juntas à praia e combinaram com o restante dos amigos de Bianca, que logo estariam ali.
Rafaella havia começado a frequentar diversos cursos. Ela estava determinada a realmente começar a escrever livros e não abandonaria seu sonho. Gizelly frequentava as aulas de um desses cursos e assim se conheceram.
A garota era linda, sexy, educada e lésbica. Tinha todos os requisitos para Bianca poder se remoer de ciúmes.
Mas não acontecia isso.
Pelo contrário, ela confiava na garota. Ela era respeitosa e jamais faltou com respeito a Rafaella ou sequer a olhou de forma diferente. A carioca estava bem com isso e por isso não se preocupava em sua namorada estar usando um biquíni preto sexy e estar se divertindo com outra.
-- Amor. -- a loira chamou, se jogando molhada em cima de Bianca. A maior arfava por ter corrido desde a água até a areia, que é onde a carioca estava.
-- Oi. -- a menor disse, se sentando.
-- A Gi disse que mandou uma cópia dos dois primeiros capítulos que escrevi para uma editora e eles querem que eu mande o material completo em três meses. -- Rafaella disse e a carioca sorriu animada.
-- Acha que consegue? -- perguntou e a mineira assentiu, se ajeitando no colo da namorada.
-- Estou tão orgulhosa. -- Bianca disse abraçando o corpo molhado sobre si. -- Me deixa ler? Não acredito que deixou Gizelly ler. -- a carioca disse sorrindo.
-- Sou prioridade no mundo literário, Bia. Aceite. -- A garota disse rindo, se jogando na areia.
-- É sobre um casal que se conhece na prisão. -- Rafaella disse. -- Mas as cenas de amor eu faço todas pensando em você. -- ela disse e Bianca sorriu.
-- Quero ler. -- a carioca disse, deixando um bico dengoso invadir seu rosto.
-- Vou deixar só porque sou muito, muito boazinha, está bem? -- a mineira perguntou e a menor sorriu assentindo.
-- Está mais do que bem. -- Bianca disse, sentindo a namorada lhe dar um selinho.
-- Mas então, Gi, você viu só que minha namorada está ficando com marquinha do biquíni? -- Rafaella perguntou e a outra olhou.
-- Vi, mas sinceramente aquela garota gostosa se aproximando chama mais a minha atenção. -- Ela disse, tendo a atenção presa em alguém.
-- Boa sorte. -- Bianca disse baixinho ao ver de quem se tratava. -- Ela está conosco e se chama Bárbara.
-- E aí, doida. -- Bob disse se jogando na areia. -- Cadê as brejas?
-- O Miguel vai buscar, não vai? -- a carioca pediu piscando os olhinhos e o garoto suspirou.
-- Só se me disser quem que é essa morena linda do seu lado. -- Ele disse sorrindo e Bianca riu.
-- Desiste, ela não gosta de garotos. -- a carioca avisou e Miguel negou com a cabeça.
-- Puta merda, eu só conheço mulher casada ou lésbica. Vou virar mulher. -- ele disse indignado. -- Mesmo assim é um prazer, moça. -- Ele disse a ela. -- Vou comprar as cervejas. Saad e Venturotti, vêm comigo porque só tenho duas mãos.
-- Vamos lá, fracote. Não presta para fazer nada sozinho mesmo. -- Saad disse batendo na bunda do garoto.
-- Estou adorando essa marquinha. -- Rafaella sussurrou no ouvido de Bianca e a menor mordeu o lábio inferior.
-- Em casa eu tiro o biquíni para você ver ela melhor. -- a carioca sussurrou de volta e a maior suspirou.
-- Acabou a praia. É hora de irmos. -- Rafaella disse e Bianca riu alto.
-- Não, senhorita. Saiba esperar. -- a carioca disse e Rafaella assentiu desanimada. A menor, de repente, estranhou o fato de Bárbara estar conversando animadamente com Gizelly, que acabara de conhecer, enquanto Bob estava sentado ao lado de Bianca quieto. -- Não estavam ficando? -- a menor sussurrou para seu amigo.
-- Não mais. Eu vou me juntar com o Miguel e nós vamos virar mulher. Vou sair esfregando meus futuros peitos nas caras de todo mundo e vou dar mais que chuchu na cerca.
-- Vocês têm sérios problemas. -- Rafaella disse e ele assentiu sorrindo, se deitando na toalha que havia estendido após retirar a camisa.
-- Hey, princesa... -- Bianca chamou, ganhando a atenção de Rafaella para si. -- Seu aniversário é em poucos dias.
-- Sim. Vou ter idade para ir para as baladas com você e beber enquanto a gente se pega no meio da pista de dança. -- a mineira disse enlaçando seus braços pelo pescoço da namorada.
-- Você anda lendo muito livro. -- Bianca disse e Rafaella assentiu. -- O que quer ganhar de presente?
-- Pode ser um ursinho chamado Cris que seja considerado nosso filho? Ah não, espere! Já tenho esse. -- a maior brincou e logo sorriu. -- Eu não preciso de nada, Bi. Eu já tenho você na minha vida, curso o que eu quero, meu livro tem grandes chances de ser publicado...
-- Mas não tem nada que queira? -- a carioca perguntou e Rafaella pensou um pouco.
-- Na verdade tem.
-- O quê?
-- Você na minha vida até ficarmos bem velhinhas. -- a loira disse e Bianca fitou como o reflexo do sol atingia os olhos verdes.
-- Pois eu também quero isso e se depender de mim vai ser assim mesmo.
-- E dois ou três filhos para eu poder contar estórias igual você fez comigo.
-- Oh, vai roubar minhas estórias? -- Bianca perguntou fingindo aborrecimento.
-- Não, vou criar as nossas. -- A menor suspirou e abraçou a cintura de sua namorada, apoiando o queixo um pouco acima de seu busto.
-- Amar você me ensinou tantas coisas, sabia? -- a carioca perguntou e Rafaella a olhou compenetradamente. -- Aprendi a me conhecer; descobri que apesar de desastrada, consigo lidar com situações que exigem equilíbrio emocional; Aprendi a ser mais paciente; percebi que ter a memória ruim me serviu para confundir os quartos e entrar no vinte e três. -- Bianca disse rindo ao se lembrar daquilo.
-- Engraçado que você é ruim de memória, mas nunca esqueceu o número do quarto que eu estava. -- a mineira disse brincalhona e a carioca sorriu abertamente.
-- A gente nunca esquece o número do bilhete premiado que tem como recompensa o amor da nossa vida. -- a loira sentiu milhares de flores crescerem em seu interior ao ouvir aquilo
-- Tem razão. -- ela respondeu. -- Eu nunca esqueci da sua voz ecoando na minha cabeça quando eu sequer havia acordado ainda. Talvez os quatorze anos em coma, de alguma forma, foram meu bilhete premiado, porque me fizeram chegar até você. -- Rafaella disse e Bianca sentiu seu coração bater loucamente em seu peito. -- Aliás, te trouxeram até mim.
-- E o que vento nos trouxe ninguém mais leva de volta. -- a carioca disse e Rafaella sorriu, sentindo o vento da maresia esvoaçar seus cabelos, mas não importava a bagunça que estivesse por fora, por dentro tudo estava intacto. Era como se o interior de sua alma fosse um museu, completamente dedicado à Bianca Andrade.
🗼
Demorei, mas cheguei...
Já estou chorando de saudade. 😭😭😭
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Em um piscar de olhos
FanficRafaella Kalimann tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o...