XXVII

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-- A sua casa é legal. -- Rafaella disse, analisando cada canto do lugar que adentrava com Bianca. A garota insistia que queria conhecer a casa da "Fada Bi" e a carioca não pôde negar.

-- Bem, não é minha, mas é aqui onde vivo. -- a carioca explicou, ajudando Rafaella, que caminhava com muletas já fazia alguns dias.

Genilda havia se recusado a ir, alegando que a filha precisava se entrosar com pessoas de sua idade e precisava de um pouco de liberdade para crescer; alegou também confiar sua vida em Bianca, já que estava lhe entregando sua jóia mais preciosa por um fim de semana inteiro.

-- Miguel? -- a morena gritou e em poucos segundos o rapaz já estava ali, acompanhado de Bob.

-- Oi, moça. -- Ele disse sorrindo para Rafaella.

-- Olá. -- ela disse gentilmente.

-- Pode subir a coisas de Rafaella para mim? Vou precisar levá-la e...

-- De jeito nenhum. Eu a levo, Bianca. Aquela academia tem que servir para alguma coisa além de me deixar gostoso. -- Ele brincou, vendo uma expressão cética se formar no rosto da carioca.

-- Tem certeza? -- Perguntou. -- Digo, não a deixe cair ou algo assim.

-- Deixa comigo. -- Ele disse e Bianca só deixou porque ele a carregava sempre escada acima quando estavam brincando entre eles.

-- Vou na cozinha preparar algo para comermos. Ela não come já tem umas quatro horas. -- Disse, vendo Bob erguer as coisas de Rafaella e as muletas e Miguel levantar a garota. -- Me espera lá em cima que eu já vou, Rafinha.

-- Você é amigo da Bi desde muito tempo? -- a mineira questionou enquanto o rapaz a carregava nos braços.

-- Desde que ela se mudou para esta cidade. -- Ele explicou.

-- Oh. -- Rafaella disse. -- E isso é quanto?

-- Não sei. Uns quatro ou cinco anos.

-- Oh! Obrigada. -- Ela agradeceu assim que ele a colocou no chão, pegando suas muletas de Bob, que havia lhes seguido.

-- Não precisa agradecer, você é minha futura cunhadinha. Se faz a Bia feliz já está bom para mim. -- Rafaella franziu o cenho.

-- Cunhadinha? -- Perguntou confusa.

-- Sim. Eu sou melhor o amigo da Bianca, bem, eu e o Bob somos. -- Explicou. -- Mas apesar de ser meio bobão eu sou gente boa. Não sou, Bob? -- Perguntou.

-- É, Cara. -- Bob assentiu, tocando em sua mão.

-- Rá, moleque. -- Ele disse rindo. -- Então, eu considero Bianca como uma irmã. Então se você não é só amiga dela, tenho certeza que no futuro você será minha cunhada. -- Rafaella voltou a entortar a expressão em seu rosto.

-- A Bi não é só a minha amiga? -- Perguntou e Miguel suspirou.

-- Diz uma coisa, vocês dão umas bitoquinhas? -- a mineira franziu o cenho novamente. -- beijinho na boca? -- A menina assentiu sorrindo logo em seguida e Miguel sorriu.

-- Rá, moleque. -- Ele disse, tocando novamente não mão de Bob, que também riu ao descobrir aquilo. -- Estou me sentindo muito professor, fala aí? -- Riu mais um pouco, retomando o fôlego instantes depois. -- Desculpe, me empolguei. -- Disse. -- Então como eu dizia, quando duas pessoas que se gostam agem assim, com beijinhos e tchuneves, mas Bianca é certinha demais para ter feito tchuneves com você, então tenho certeza de que não chegaram lá ainda.

-- O que é isso? -- Rafaella perguntou, mal podendo pronunciar a palavra.

-- É uma gíria que eu e Bob inventamos para... ouch! -- A cotovelada de Bob fez o garoto calar a boca.

Em um piscar de olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora