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-- Posso, huh, entrar? -- a mineira perguntou fitando seus próprios pés e Bianca estranhou aquela ação.
-- Claro. Entre! -- a carioca disse, dando espaço para a garota passar.
-- Me desculpa, Bi? -- Rafaella pediu baixinho, com a voz carregada de dor e Bianca olhou para Miguel, que assistia tudo preocupado.
-- Miguel, vou conversar com ela lá em cima tudo bem? -- a menor avisou, entrelaçando seus dedos com os de Rafaella antes de ver seu amigo acenar positivamente com a cabeça. -- Vem cá, amor... -- a carioca chamou, subindo as escadas com a namorada em seu encalço.
Elas entraram no quarto e Bianca mal teve tempo de fechar a porta, pois Rafaella se jogou em seus braços, enterrando a cabeça em seu pescoço.
-- Hey, o que houve, vida? -- ela perguntou, levando uma mão até o cabelo da loira e acariciando.
-- Ela não é minha amiga. Você tinha razão. -- a mineira disse, apertando ainda mais forte os braços ao redor de Bianca.
-- Por que diz isso? -- a carioca indagou.
-- Ela me beijou. Bi desculpa. Eu quebrei nossa promessa de dedinho. Eu sou horrível. -- Bianca sentiu seu peito se comprimir e sentiu uma mistura de dor e desespero, porém tratou de manter a calma.
-- Você... você retribuiu? -- a carioca perguntou, prendendo a respiração.
Não sabia que poderia sentir tanto medo de uma resposta até aquele dia, mas precisava perguntar.
-- Não. Eu empurrei ela. -- Rafaella disse e Bianca soltou o ar de seus pulmões. -- Por favor, por favor, me desculpa? Eu fui uma boba.
-- Você não tem culpa da maldade que há no coração dos outros, amor. -- a menor disse, depositando um beijo na testa de Rafaella. -- Você não descumpriu nossa promessa, teria descumprido se você tivesse beijado ela de volta.
-- Eu deveria ter te ouvido quando disse que ela me olhava diferente. -- a mineira disse e Bianca a puxou, sem sair do abraço delas, até a cama, colocando a maior para se sentar sobre seu colo. -- Eu prometo nunca mais ter amigas para não correr o risco de quebrar nossa promessa. -- Bianca riu e negou com a cabeça.
-- Não quero que não tenha amigas. -- a menor disse. -- Eu ficaria muito triste se fizesse isso, na verdade. -- falou e Rafaella a abraçou forte, sentindo a namorada depositar um beijo em sua clavícula.
-- Eu fui boba.
-- Vou te contar uma história, real dessa vez. -- a menor disse e Rafaella a fitou esperando para ouví-la. -- Às vezes a gente cresce quebrando a cara. Eu já quebrei muito a minha e vou continuar quebrando. Você também. -- ela disse. -- Você é ingênua em muita coisa e ainda tem muita coisa para desenvolver, foram muitos anos em coma. -- Bianca removeu o cabelo do rosto de Rafaella antes de prosseguir. -- Essa é a primeira vez que você se magoa com alguém. Sabe essa dorzinha que está fazendo suas florzinhas morrerem?
-- Como sabe que está doendo? -- a mineira perguntou.
-- Porque todos passamos por isso. A gente se ofende por termos sido idiotas ao ponto de acreditar em alguém, mas a verdade é que idiota foi a pessoa que nos magoou.
-- Jura?
-- Sim. -- Bianca disse. -- E com o tempo a gente vai perdendo a ingenuidade e ficamos mais espertos em algumas coisas, porque infelizmente é comum da natureza humana errar e, bem, nós nos adaptamos. Sabe a Gabi? Ela não vai ser a última pessoa a te magoar, mas cada dorzinha dessa nos ensina algo. Só quero que me prometa algo.
-- O quê? -- Rafaella perguntou suspirando.
-- Nunca se sinta alguém ruim, alguém boba por ter dado sua confiança a alguém. Isso só mostra o quão puro seu coração ainda é. -- a mineira esboçou um princípio de sorriso ao ouvir aquilo. -- Nem se acontecer muitas e muitas vezes. Há corações que mesmo apanhando preferem acreditar que alguém nesse mundo pode ser melhor.
-- Como você. -- Rafaella disse, encostando sua testa na de Bianca. -- Você é o que os contos de amor narram, Bi. Você existe aqui na vida real e é o meu amor.
-- E você é o meu. -- a carioca disse, sentindo os lábios da maior esbarrarem sutilmente sobre os seus.
-- Eu te amo muito. -- Rafaella disse.
-- Também te amo. Agora me conte o que aconteceu lá. -- Bianca pediu e a maior assentiu.
-- No primeiro dia ela só me ofereceu vinho e pela insistência eu acabei aceitando uma taça. Ela bebeu muito e eu iria voltar andando porque eu não tinha levado dinheiro e meu celular tinha descarregado. -- Rafaella disse e Bianca assentiu. -- O telefone dela estava quebrado, de acordo com ela, então não deu para chamar você ou a minha mãe. Ela queria me trazer, mas não deixei porque ela tinha bebido, aí ela pagou meu táxi.
-- Hm. -- a carioca disse em um murmúrio para a loira dar continuidade.
-- E hoje ela começou a fumar maconha e me ofereceu. Disse que eu ficaria com tesão e você iria gostar disso. Eu fiquei confusa, mas aí lembrei que você disse que gosta de mim do jeitinho que eu sou, então eu vi que não precisava daquilo e disse não.
-- Ela aceitou sua decisão?
-- Não. Insistiu mais e mais e eu quis vir embora, mas ela pediu desculpas e começou a falar dos livros. -- Rafaella disse. -- Quando ela já estava bem chapada ela acabou confessando que foi afastada do serviço por ser viciada em bebida e em drogas.
-- Não acredito que te deixei com essa mulher. -- Bianca exclamou irritada.
-- Aí ela começou a cheirar e eu saí de lá, dando um tchau e dizendo que tinha que sair com minha mãe. Ela correu atrás de mim e me beijou, aí empurrei ela e liguei para a minha mãe, mas menti que era para a polícia e ela pediu desculpas e entrou.
-- E sua mãe trouxe você aqui. -- Bianca deduziu e Rafaella assentiu.
-- Sua folga e a idiota aqui foi passar com outra pessoa. -- a maior disse chateada consigo mesma.
-- Hey, o que eu disse sobre não falar assim de você?
-- Mas isso não foi porque ela foi uma idiota. -- a mineira retrucou. -- Foi porque o fato de ela ter sido uma idiota me abriu os olhos, eu também fui, mas com você.
-- Já está perdoada e sabe de uma coisa? -- a carioca disse e Rafaella negou com a cabeça. -- Ainda é minha folga e podemos passar abraçadinhas assistindo séries. Que tal?
-- Deus está me recompensando por todos os anos que fiquei em coma, juro! -- a maior disse, distribuindo beijos por todo o rosto de Bianca. -- Nunca mais trocarei de passar sua folga com você, por nada nessa vida. -- a carioca riu pelo jeito eufórico de Rafaella e a fitou.
-- Acho bom mesmo. -- a menor disse semicerrando os olhos antes de se inclinar e encaixar seus lábios com os de Rafaella em um beijo um pouco mais apaixonado.
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Depositem aqui apelidos carinhosos pra filha da puta da Gabriela.
A Gabriela apareceu aqui só pra afirmar que é uma escrota e pra ensinar a Rafinha que nem todo mundo é bom.
Acalmem o coração. Volto mais tarde c a última atualização de hoje.
Amo vocês.
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Em um piscar de olhos
FanfictionRafaella Kalimann tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o...