-- Quando suas aulas voltam? -- Saad questionou Bianca quando a viu passando com a pipoca na mão.
-- Em duas semanas. -- a carioca replicou.
-- Começo de fevereiro? Essa faculdade te explora, você trabalhou até quase o natal. -- Bob disse.
-- Saí de férias poucos dias depois de conhecer Rafaella, mas me voluntariei a ficar até o natal. -- Explicou. -- Além do mais, ainda vou lá para as sessões dela. Ela se sente confortável comigo, não queria ter que trocar o fisioterapeuta dela.
-- Rafaella Oh na na, half of my heart is on Rafaella oh na na! -- Miguel cantarolou e Bianca corou.
-- Tenho certeza de que a música não é assim. -- Ela disse.
-- Para você é. -- O garoto respondeu rindo.
-- Bia, você gostou do "meninas levadas 3"? -- Saad perguntou e Bianca arqueou uma sobrancelha.
-- O que é isso? -- Indagou, levando uma pipoca até sua boca.
-- O curta-metragem que te comprei para se auto foder. Pensei que precisava, não sabia que você e Rafaella já estavam na fase dos amassos.
-- Onde você deixou isso? -- Bianca perguntou aterrorizada, provavelmente todo o sangue de seu corpo havia desaparecido, pois a garota estava pálida.
-- Lá em cima com nossos film... -- Sua voz se perdeu no ar ao ver a carioca correr escada acima quase na velocidade da luz.
-- O que deu nela? -- Bob perguntou confuso.
-- Só Deus entende a Bia, cara. -- Ela disse rindo.
Bianca podia jurar que nunca correu tanto em toda a sua vida, mas quando alcançou a maçaneta da porta e a abriu percebeu que era tarde demais: Rafaella estava em pé, escorada nas muletas, com os olhos vidrados na tela da TV, onde duas garotas nitidamente transavam.
Bianca correu até a TV e a desligou às pressas, parando na frente de Rafaella e colocando a pipoca sobre a cômoda. Um suspiro longo se esvaiu de seus pulmões.
-- No começo eu pensei que uma estava machucando a outra. -- Rafaella disse.
-- Por quê?
-- Porque ela gritava igual uma hiena. -- a mineira disse, fazendo Bianca sorrir ao imaginar o tipo de curta que Saad havia alugado.
-- Desculpe por isso, amor. -- a carioca disse sinceramente, levando uma mecha do cabelo de Rafaella até atrás de sua orelha delicadamente. -- Eu não sabia que isso estava aí.
-- Bi, eu entendi que elas não estavam se machucando. -- Rafaella avisou.
-- Eu trouxe pipoca, que tal um filme de romance? -- Bianca disse envergonhada.
-- E eu fiquei com vontade de fazer xixi. -- a carioca lhe fitou.
-- Acho que precisamos ter um conversa, hm? Eu e você sabemos que não foi isso que sentiu, mocinha. -- Bianca disse e Rafaella puxou a carioca pela cintura, enterrando seu rosto em seu pescoço.
-- É um pouco estranho falar disso. -- a mineira sussurrou, fazendo Bianca rir.
-- Rafaella Kalimann com vergonha de falar algo? Isso é novo para mim. -- Bianca disse rindo, segurando as duas muletas da mineira e as encostando ali.
Ela levou suas duas mãos até a parte de trás das pernas da maior e a puxou para cima, fazendo-a envolver as pernas ao redor de seu corpo.
-- Vem, vamos nos acomodar. -- Disse, caminhando com Rafaella em seu colo, a colocando com cuidado na cama ao chegarem nela e se deitando ao seu lado.
-- Como é o nome disso que senti? -- Rafaella perguntou, olhando para Bianca.
-- Tesão, desejo, excitação... -- a carioca respondeu.
-- Você poderia me ajudar, não é? -- Bianca franziu o cenho.
-- No quê?
-- A ter um orgasmo, Bi. -- Bianca quase se engasgou na própria saliva ao ouvir aquilo.
-- Ra, sua sinceridade realmente me constrange às vezes. -- Ela disse completamente enrubescida. -- Naturalmente eu posso te ajudar, mas eu acho que ainda é cedo para fazermos isso.
-- Por quê? A Manu disse que quando duas pessoas se gostam elas fazem isso e eu gosto de você e você de mim. -- Bianca mordeu seu lábio inferior.
-- Eu não sei o porquê, na verdade. -- a carioca confessou. -- Só sinto que ainda é cedo.
-- Você não sente as florzinhas? -- Rafaella perguntou e Bianca sorriu.
-- Sinto. -- a menor disse, dando um selinho em Rafaella.
-- Quando você me beija elas nascem lá embaixo também, mas você sempre foge de mim. -- a loira confessou tristemente e Bianca se ajeitou na cama.
-- Quer saber por que eu fujo? -- a maior assentiu. -- Porque eu fico muito excitada, mas não quero avançar as coisas apressadamente.
-- Então não quer ficar comigo assim?
-- Quero muito, mas acho que precisamos esperar mais um pouco. -- Foi sincera.
-- E o que eu faço com o que estou sentindo agora? -- Rafaella perguntou. -- Porque incomoda bastante. -- Confessou, se remexendo inquieta.
A carioca fechou os olhos e respirou fundo. O que fazer quando sua namorada está te dizendo que está excitada na sua cama, ao seu lado? Bem, Bianca sabia exatamente o que fazer, mas não achava que era certo ainda.
-- Poderíamos assistir filme até sua mente se distrair. -- ela sugeriu.
-- Mas eu quero beijar você durante o filme. -- Céus, Rafaella não facilitava para Bianca.
-- Você anda muito viciada em beijar, hm? -- a carioca brincou rindo.
-- Mas é só em você, Bi. -- Rafaella disse, juntando mais os corpos e dando um beijo no rosto de Bianca.
-- Só em mim? -- a carioca perguntou sorrindo.
-- Sim. Eu gosto muito de você, sabia?
-- Eu também gosto muito de você. -- a menor respondeu, sentindo Rafaella tocar sua cintura.
-- Eu sonhei com você essa madrugada.
-- Ah é? E como foi o sonho?
-- Estávamos em uma fábrica de chocolate e dentro de uma piscina enorme de chocolate também. -- Falou com empolgação. -- E você me ensinava a nadar e estava de maiô. -- Bianca gargalhou.
-- Você realmente gosta de me ver de maiô, não é? -- a carioca perguntou entre o riso.
-- Eu gosto muito, muito mesmo. -- Rafaella disse e Bianca assentiu em meio a um sorriso.
-- Quando você estiver andando sem muletas eu te levo em uma praia, mas só no verão, está bem?
-- Sim. Você estará de maiô?
-- Não. Estarei de biquíni. -- Bianca disse e os olhos de Rafaella cintilaram.
-- Siiiiiim. -- a mineira gritou empolgada, fazendo Bianca rir novamente. -- Me dá um beijinho para selar a promessa?
-- Ah, então agora não é mais de mindinho? -- a carioca perguntou arqueando uma sobrancelha.
-- Sim, mas eu quero um beijo. -- Rafaella disse, depositando um beijo sem malícia no pescoço de Bianca, mas que foi o suficiente para fazê-la suspirar.
-- Certo. -- a morena disse, se inclinando e dando um beijo em Rafaella. Algo no beijo lhe dizia que seria difícil passar o fim de semana sem explodir interiormente.
🗼
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Em um piscar de olhos
Fiksi PenggemarRafaella Kalimann tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o...