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 Morte





       Então ele mirou para o meu pai e atirou. Tudo o que eu vi, foi meu pai caindo em câmera lenta no chão e o grito da minha mãe um grito que ecoou pela minha cabeça por lá mesmo ficou, o choro entalado que não veio.

           Quando eu pensei que não tinha como piorar eu o vi mirando para a minha mãe e atirando, vi seu corpo caindo e seu rosto distorcido em terror e desespero. Meus joelhos falharam, minha cabeça rodou e finalmente o choro saiu junto de um grito.

— NÃOOOOOOO!_ Gritei desesperada.

Meu corpo ficou mole, o soluço veio seguido de gemidos de dor, olhei novamente e a transmissão havia sido cortada. Senti braços ao meu redor, ouvi choros e gemidos talvez por eles saber o que vinha pela frente.

"Minha família. Não pode ser, porque meu Deus" entrei em desespero.

    Eu não conseguia focar em mais nada, apenas chorava chamando minha mãe e meu pai, soluçava de desespero não sabia quem me segurava ou quem estava falando eu não via mais nada.

      Estava em um quarto, não me lembrava como havia chegado, olhei envolta constando que ainda estava na cabana. Me levantei sentindo meu corpo pesado e minhas vistas cansadas pelo constante choro olhei envolta e vi um relógio no criado mudo marcando 20:24, me levantei sentindo meu estômago reclamar de fome e me lembrando que não comi nada o dia todo, sai do quarto dando de cara com um corredor com alguns vasos e lustres.

     Ouvi um barulho vendo o mesmo garoto que ligara a televisão antes saindo de um cômodo que parecia um banheiro, ele olhou percebendo que eu estava ali.

— Olá._ Ouvi sua saudação.

Oi!_ Tentei forçar um sorriso, mas acredito que pareceu que eu estava com dor de barriga.

— Sinto muito, pelos seus pais._ Lembrei do por que de estar chorando.

— Eu também, sinto muito pelos outros. Não foi só apenas os meus que estavam lá. Olhei percebendo finalmente seu semblante de choro.

— Você tem notícias dos outros?_ Perguntei.

— Infelizmente foram todos, não libertaram ninguém.

— MEU DEUS!_ Botei as mãos na boca com o que ouvi. Minha barriga roncando me fazendo ficar constrangida.

— Vem eles já fizeram a janta, a propósito me chamo Steven Bertolini.

— Você é filho do ministro da saúde o senhor Otávio Bertolini?

— Sou sim, muito prazer.

— Amélia Foster o prazer é todo meu. Minha barriga fez outro som.

— Então vamos Amélia ou sua barriga vai comer seu fígado._ Pareceu tentar fazer uma piada, mas seu rosto não demonstrou alegria.

        Chegamos na cozinha com outras pessoas já comendo, mas todos estavam com semblante de tristeza, era angustiante. Mas Steven continuou me guiando até a cozinheira que servia os outros.

— Olá! Tudo bem-querida? Aqui está!_ A ouvi me cumprimentar enquanto me entregava um prato.

— Estou bem, obrigada._ Forcei um sorriso de volta.

Perdida Na Guerra: Livro 1 - (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora