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Viver...



- Amélia se você fugir vamos explodir tudo na mesma hora. - Minha corrida se tornou lenta, era questão de ficar e manter a cidade inteira, ou de correr o risco de perder tudo.

- Está vendo esse dispositivo!? - Ele gritou de onde estava, assim que me virei, o mesmo estava com o braço estendido, não pude ver com clareza, mas pude imaginar o que era. Arriscar ou não? Eu já estava perdida e confusa com o que eu deveria fazer? Qual passo seguir?

- Você... não quer a morte, daqueles seus amigos né?! - Como eu poderia escolher? Entre minha vida e a deles? Já estava sem nada! respirei fundo e abaixei a cabeça, talvez era esse meu ponto fraco, meus amigos. Bethany com certeza falou tudo que podia, para assim ganharem vantagens sobre mim, todas às vezes que ela estava lá, nos rodeando ou fingindo ser doida pela atenção de Dylan, era apenas para conseguir o máximo de informações possível, o ódio que eu sentia dela, apoiar uma causa sem nome por mero capricho de um homem.

Senti-me segurarem, algemaram minhas mãos novamente em uma das algemas que estava nos braços quebrados da cadeira, me levaram de volta para perto de Natanael que estava com o canto da boca com sangue, ao menos consegui um terço da surra que ele merece.

Qual é... o ponto fraco, de um homem?

Sentada em minha cama, com os olhos direcionados a janela, tendo em vista várias árvores altas, como pinheiros, alguns cedros talvez, estavam longe não consegui vê-los detalhadamente, mas esse não é o ponto, o que faz uma árvore alta de tronco grosso e espesso, forte, resistente a furacões e tempestades, cair? Há algumas maneiras. Sua raiz pode ficar doente e frágil, um raio pode atingi-la, e um homem a cortar, assim ela cairia. Bom, essa seria algumas formas, porém temos aqui, três tipos: o homem que não sabe controlar seu temperamento nem emoções, o que só pode ser destruído por alguém superior a ele, e o homem que tem a ferramenta para atingir a árvore... e eu seria essa ferramenta, mesmo que a árvore caísse em mim.

Me levantei da cama, segui caminhando até a janela, encostei as pontas dos dedos no metal frio fazendo um arrepio subir pelos meus braços, logo os segurei com, mas força, talvez esse sempre tenha sido meu destino, olhei o céu cinzento, ainda era verão quando sai de casa. Que saudade de casa! - Mãe, pai... amo vocês! Logo... logo estamos juntos. - As palavras saíram em uma canção silenciosa, se perdendo na vastidão daquela paisagem, automaticamente fechei meus olhos e suspirei pesado. Ouvi a porta atrás de mim, ranger e passos pesados se aproximarem. - O que você quer? - Não precisei me virar, já sabia quem entrava.

- Sua morte! - Sua voz carregada de irritação e odio.

- Então... o que, te impede? - Me matar era fácil, todos sabiam disso.

- Você sabe que ele nunca iria deixar - Me virei vendo a loira me lançar olhares atormentados, como se lutasse internamente, para controlar seus impulsos.

- Você é impedida por um homem!? Se bem que, não é de se impressionar, sempre rastejou atrás deles. - Tentei usar o sarcasmo a meu favor, segui até a cama, me sentando olhando para a mesma, Bethany me direcionou um olhar mortal, e soltou um grunhido. Acertei em cheio, isso a afetou bastante.

- Você não tem ideias próprias, Bethany. Sempre precisou de alguém, para pensar por você! - Após finalizar, a mesma cerrou os punhos, veio em minha direção, desferindo um tapa em meu rosto, virei para o lado no mesmo instante sentindo o impacto, ardeu e provavelmente teria a marca. Sorri e provavelmente ela não estava esperando, pelo seu olhar meu sorriso chegou a ser macabro, pois seus olhos se arregalaram.

- Ops! Desculpa, acertei seu ponto fraco!? - A olhei com piedade.

- ARGH! VOCÊ NÃO SABE DE NADA, GAROTA! È SÓ UM ROSTINHO BONITO! - Suas palavras vinham carregadas de amargura e respingos de saliva, após segurar minha mandíbula com força cravando suas unhas e a machucando.

Perdida Na Guerra: Livro 1 - (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora