Perdida Na Guerra: Livro 1 - (Concluído)

19°

Calmaria

Correr o que para mim era libertador, estava sendo exaustivo, correr nessa mata estava sendo um verdadeiro pesadelo, meus pulmões ardiam meus joelhos queriam falhar, meus olhos se perdiam em meio a paisagem, gritaria se ouvia por todos os lados não os meus gritos mais de homens que queriam nos matar. Lana tropeçou em algo e caindo em um baque, parei olhando para trás voltando para a ajudar, mais além pude notar um grupo de soldados correndo em nossa direção armados e extremamente experientes, puxei minha amiga a forçando a levantar.

— Amélia não aguento mais!_ Disse ofegante. 

— Corre ou eles vão nos alcançar, eu vou despistá-los só continua correndo!_  A empurrei.

Com a arma em minhas mãos dei três tiros em direção aos soldados para me notarem em seguida me protegi atrás de uma árvore quando uma rajada de tiros começou em minha direção, havia conseguido sua atenção, voltei a olhar vendo dois soldados se aproximando Mirei novamente e atirei, o primeiro a esquerda caiu enquanto o segundo se protegia atrás de um tronco caído, novas rajadas foram iniciadas.

Parecia que por longas horas aquele tiroteio se estendia, havia momentos que me perguntava. “Por que eu sempre pego a pior parte?” Em todas às vezes eu quem me metia na pior e não gostava de deixar ninguém para trás, talvez meu senso de proteção era maior que minha vontade de viver.

— Fazer o que Amélia, você é muito protetora com os outros! Argh!_ Falei para mim mesma enquanto errava um tiro no penúltimo soldado de pé.

De repente, uma dor aguda me atingiu na perna esquerda, me fazendo recuar para de trás da árvore, me sentei e vi minha perna jorrar um líquido preto se misturando com minha calça da mesma cor.

— Ah! Mas que droga!_ xinguei irritada, havia levado um tiro.

Olhei novamente para o último soldado restante a qual estava escondido atrás de uma rocha, provavelmente se preparando para me dar o golpe final pelos seus companheiros e sua missão, verifiquei se ainda restavam balas na minha desert eagle, por sorte ainda estava carregada, todo esse confronto gastou muita bala no máximo estaria restando três.

— Espero que seja o suficiente._ Implorei para não errar e ficar na pior.

Respirei fundo e me preparei, o ouvi se movimentar e numa fração de segundos Mirei e atirei, o soldado caiu imóvel, sai de trás da árvore com dificuldade, respirei fundo aliviada, porém num descuido o soldado se movimentou disparando em um ato desesperado me acertando, a princípio senti uma pontada e o tempo pareceu, mas lento, olhei para baixo vendo meu uniforme encharcar de um líquido escuro até eu tocar e vê-lo vermelho em minhas mãos.

 "Sangue''. Caí com a vida jorrando do meu abdômen.

Um som alto ecoou por todo o ambiente e a na minha visão uma tela escura escrita “fim da simulação” Piscava em amarelo pulsante, indicando que poderia retirar o óculos de realidade virtual, levei as mãos até o mesmo sentindo o aparelho frio enquanto sentia a esteira embaixo de mim tremer, essas simulações estavam recorrentes nos últimos dias, vínhamos para uma sala no laboratório,  onde todos os equipamentos ficavam posicionados um ao lado do outro, vestíamos trajes que simulavam a dor. O que para mim era horrível tudo o que acontecia dentro da realidade virtual sentíamos no mundo real, Dave nos disse que era para nos preparar para qualquer acontecimento e um possível confronto, terrivelmente eu concordava com ele graças a esses equipamentos Lucas começou a treinar duro e cair de vez nos treinamentos, era uma forma de dizer silenciosamente que ele estava com medo dos possíveis acontecimentos, se eu não o conhecesse até diria que ele criou vergonha na cara e finalmente parou de moleza, mas o cenário era o contrário eu não queria que nenhum deles tivesse que passar por isso, porém nem era uma escolha.