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Por que isso...



— Acredito que já conheça a Bethany. — A loira saiu de trás de seu chefe, com um sorriso debochado quase que engolindo seu rosto.

— Nossa Amélia, está acabada! — Seu deboche só não me atingiu porque entre ela e Natanael, ela não passava de uma ratinha de esgoto. 

Revirei os olhos enquanto pensava em mil maneiras de escapar dessa fossa, bufei irritada a presença deles me causava repulsa e talvez até vontade de me arremessar de uma ponte, mas não antes de jogá-los primeiro.

— Ela não vai dizer onde está, né? — Perguntou a bruaca.

— Pelo visto nem na força! — Natanael bufou, pelo visto essa demora estava o irritando e eu sabia que ele não gostava disso.

— Eu a faço falar então. — Disse logo puxando algo brilhoso de trás da roupa, era uma faca, vindo em minha direção com um sorrisinho que já estava me irritando.

— Não! Se encostar nela, eu mato você! — Natanael a puxou com brutalidade, o que a fez me encarar de cara feia.

— Mas amorzinho! — falou manhosa.

— Tenho planos para ela, então não se meta. — A repreendeu. 

Essa atitude me deixou muito nervosa, tenho certeza que esse plano não envolvia coisa boa, eu sabia que estava à mercê deles. Natanael se aproximou e novamente segurou meu rosto forçando o mesmo com as mãos me lançando um olhar intenso, voltou a falar.

— Última chance Amélia, fale onde esta, ou não terá, mas volta. — Seu olhar era intenso enquanto alisava minha Bochecha, mesmo com brutalidade, ouvi Betany bufar talvez em desagrado, ali notei que a mesma estava muito interessada no meu carrasco, talvez eu pudesse fazer algo, e ganhar tempo.

— Se... — Então a loira foi cortada.

— Cala a boca Bethany e vai trabalhar! — Ordenou impaciente, fazendo a loira sair pisando duro. 

— Esta... — Dei uma pausa e pude ver uma ponta de esperança em seus olhos, o mesmo afrouxou o aperto em minha bochecha.

— Está no inferno! Onde você deveria ir procurar — Seu olhar se tornou intenso e a raiva transpareceu, não me intimidei, mas sua reação me deixou inquieta.

— Tudo bem, você escolheu seu destino! — Suspirou, se afastou e saiu.

Meu corpo relaxou se esvaindo toda a tensão, assim pude desabar no chão, o cansaço havia me dominado e as dores consumiram meu corpo, fui me sentindo cansada e cada vez mais sonolenta, e naquele chão frio adormeci. 

Acordei quando ouvi o barulho da porta, meu corpo automaticamente entrou em alerta, me sentei, um pouco tonta, talvez por ainda não ter comido nada, forcei meus olhos a fixarem em quem estava entrando. Um soldado de máscara entrou segurando uma bandeja com um copo e um prato, colocou no chão e se afastou, minha barriga roncou, mas não me atrevi a se aproximar.

— Come logo o chefe está te esperando. — Olhei novamente para a bandeja, mas não me aproximei, não morreria envenenada e sim lutando não importa como, mas seria assim, o soldado bufou e se aproximou.

— Se o chefe fosse te matar não seria envenenada, caso não coma por bem irei força-la até engasgar. — Terminou de falar já perto da bandeja novamente.

Ponderei em comer forçada pelo brutamontes e acabar engasgada ou comer calmamente e o, mas lentamente possível até ele se irritar, o ponto era, eu não iria facilitar para eles.

Perdida Na Guerra: Livro 1 - (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora