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Acerta Ela...


O vi fazer um sinal com a cabeça e um som de gatilho foi ouvido, me virei assustada ao mesmo tempo vendo um dos soldados apontou para o homem caído no chão que segurava o próprio braço, o mesmo olhou para cima como se soubesse já o que iria acontecer, ele colocou sua mão no peito e fechou os olhos, e o som do tiro ecoou em meus ouvidos, o corpo do homem caiu inerte, e sangue jorrou de sua cabeça, e naquele mesmo dia meu estômago foi até minha boca, o grau de insanidade e devoção subiu ao extremo.

Fiquei sem reação alguma e um soldado me pegou pelos braços e me levou de volta para minha cela porém o mesmo não desceu as escadas e sim virou para a esquerda me deixando em um dos quartos, uma corrente longa estava no chão onde fui presa no mesmo, no quarto apenas uma cama e um banheiro, assim que o soldado saiu fechando a porta corri para o cômodo pequeno e tudo que eu poderia ter no estômago foi parar no sanitário, eu não havia imaginado que fossem tão loucos entre eles mesmo, um atirou sem hesitar e o outro deixou ser morto, apenas porque perdeu, meu deus que lugar era esse? Ao menos os inocentes foram salvos nesse dia, porém não sei por quanto tempo eu poderia aguentar lutar. Os soldados eram escolhidos por serem os melhores, eu não sou uma máquina, tenho minhas limitações, não tenho super força, nem mesmo o poder de uma protagonista das histórias fantasiosas que lia quanto mais nova.

Naquela mesma tarde me deram uma refeição, mas apenas uma maçã e água, não eram suficientes, tive a oportunidade de tomar um banho, eu não sabia quanto tempo ficaria aqui ou quando eu iria morrer, não estava sendo depressiva porém nessa situação estava difícil de ser otimista, não sabia se Benjamin ou Dylan estavam me procurando ou se havia acontecido algo com eles, estava preocupada com meus amigos.

— BATE NELA!

— ACERTA ELA!

— VAI!

— VAI , ACERTAR!

— HUUUUU!

— VAI! — Os incentivos dos soldados eram altos, aquela gritaria me deixava surda e zonza, mas não poderia perder o foco.

O primeiro soco veio, o soldado de 1,72 aparentemente de altura, tinha velocidade, lutador de rua tinha uma boa precisão, um soco de direita veio em minha direção me esquivei e chutei sua costela, mas errei o mesmo, logo virou com dois chutes acertando o segundo na minha perna tombei sentindo dor no local. Vocês provavelmente não devem estar entendendo muito bem o que aconteceu, vou lhes contar com alguns detalhes do porque cheguei nessa situação novamente, após lutar com outro, cara ontem.

Noite anterior...

Após um pouco de descanso e metade da noite em claro Natanael anunciou que faria da minha vida um inferno após ir me visitar na cela e receber meu total desprezo segundo ele, o mesmo me faria entender que um mal tem que ser feito para no futuro acontecer coisas boas, claro que isso soou como pura ironia e burrice de sua parte, mas como um grande ditador ele estava terrivelmente fascinado em, me fazer entender e a aceitar, me pergunto a qual momento da vida o deixou assim, certo que seu pai tinha uma parcela culpa, mas era mesmo tudo isso? Não sei dizer.

Após essa conversa com ele eu não consegui, mas pregar os olhos não sabiam o que me aguardava e tinha medo, uma sensação ruim sempre invadia meu ser e me deixava estranhamente em alerta, quando amanheceu eu recebi comida e me mandaram se preparar para o meio dia e foi o que eu fiz, tentei relaxar meus músculos e me concentrar em sempre ganhar não suportaria deixar algo ruim acontecer com a nossa cidade, mesmo a princípio ela não sendo o alvo de Natanael ele fez dela um exemplo, não sei como está o seu foco em atacar os imigrantes além de por que não estive na parte da cidade em que eles se encontravam em maioria, tudo me deixava preocupada e tensa era horrível.

Quando a hora se aproximava um soldado me levou até o ringue estranhamente ele estava muito feliz e contente todos a minha volta estava, como se já soubessem que algo iria acontecer, tudo ali era estranho esses homens agiam como tamanha brutalidade e pareciam selvagens loucos e não esboçavam reações, mas agora o faziam abertamente eu não compreendia e nada fazia sentido, vi Bethany no andar de cima e a mesma sorria debochada e satisfeita, mas com o quê? O que estava na minha cara e não conseguia ver? Ao que nos leva exatamente no momento atual.

Olhei para cima e um soco veio em minha direção, não havia tempo para me esquivar fui acertada, em cheio, ouvi um estalo, tombei para trás perdendo os sentidos parcialmente, senti o gosto de sangue metálico em meus lábios, como eu poderia vencer? O mesmo tinha uma ótima velocidade, eu era apenas uma garota, mesmo que eu tenha treinado por 2 anos ainda tinham desvantagens eu estava exausta, ainda da última luta, com fome, sede e dolorida, senti um puxão em minha perna, o mesmo começou a socá-la, antes que a situação piorasse eu chutei com a outra, o mesmo se afastou e me levantei, cambaleando e com meu nariz quebrado, apenas pensar em perder uma raiva me subiu, não perderia por nada não me permitiria tal coisa, toquei meu nariz e o mesmo latejou, respirei fundo e o coloquei no lugar, segurei o gemido, e me posicionei, meu oponente também não estava bem, já havia perdido as contas de quantos minutos estávamos ali se demorasse mais eu perderia, corri em sua direção, dei um soco na esquerda o mesmo se defendeu, aproveitei e chutei sua costela, o mesmo se abaixou num reflexo de outro chute e logo em seguida um soco, outro chute eu deveria ser, mas rápida que ele, eu não poderia deixar nenhuma brecha, nem chance, outro chute em sua perna e de novo, e foi se repetindo hora em sua perna outra na cabeça, até que ele caiu, atônito no chão e com sangue em suas roupas. Respirei fundo parcialmente aliviada por ter ganhado, a vaia dos soldados foi ouvida, todos ali queriam que eu perdesse, mas eu não poderia, mesmo machucada, sangrando, cansada e quase desistindo de mim mesma, eu deveria salvar o máximo que eu pudesse. Não sabia se o soldado estava morto ou vivo, mas seus companheiros não fizeram questão de verificar, e apenas arrastaram seu corpo para fora do ringue.

— Nossa! A princesinha está crescendo, aplausos para Amélia pessoal! — A voz de Natanael veio carregada de humor e ironia.

— PRÓXIMO! — Me assustei, essa era uma situação nova eu deveria lutar, mais uma vez? Como assim? Ele havia falado que seria um por dia, estava sem reação, parada no lugar.

Vi Bethany descer e seu sorriso crescer, seria ela sem dúvidas, agora eu havia entendido tudo, desde o começo já sabiam que era uma armadilha e provavelmente eu cairia nela sem mesmo tentar me proteger, não havia escolha, apenas seguir em frente, eu estava com medo, me sentia tonta, um arrepio subiu pela minha espinha, o ar ficou pesado e o tempo pareceu desacelerar quando a vi se aproximar e seu sorriso assustador, senti angústia e um mau pressentimento.

Ela parou a minha frente, conseguia ouvir minha respiração, sentia meu suor cair e se acumular em minha roupa, ela quem deu o primeiro passo a esperei vir, um chute na esquerda me defendi outro na direita defendi com meu braço senti dor, mas me segurei, o mesmo método que ela usava era o mesmo da C.A.Í.D.A. eu estava sem resistência, me distrai quando uma vertigem me atingiu minha visão embaçou na mesma hora que senti um soco em meu estômago arfei e me curvei para frente minha visão escureceu, cai quando senti uma possível rasteira me atingiu, um soco veio em meu rosto meu ouvido zumbiu e o som desapareceu estava desnorteada, um chute em minha costela e outro em meu estômago, cuspir sangue e a falta de ar se fez presente, vários chutes seguidos, e assim veio a escuridão.







*AI MEU DEUS SERA QUE A AMÉLIA ESTA BEM?

Espero que sim viu, esses capítulos estão sendo difíceis, me diz o que estão achando!

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Agradeço o apoio de todos beijinhos amores!!!

Perdida Na Guerra: Livro 1 - (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora