Vulnerável

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Anko retornava ao prédio da Hokage quando viu Baki saindo pela porta principal. Por um momento ficou meio desconfiada pela visita repentina tão tarde da noite.
- Olha só quem está em Konoha…
- Anko, que bom rever você.
- Não precisa mentir para mim Baki, não é do seu feitio fazer isso comigo.
Baki deu uma breve risada enquanto descia as escadas, parando há poucos passos de onde ela estava agora.
- Aconteceu algo na vila da areia ou veio buscar a sua aluninha preferida?
Baki franziu o cenho após ouvir aquilo, notando uma certo sarcasmo na voz dela.
- Porque a pergunta?
- Por nada, apenas curiosidade.
- Sei… Eu vim ver como estão as coisas estão por aqui.
- Entendo, como deve ter visto, as coisas por aqui estão melhorando aos poucos. E na vila da areia?
- Acho que posso dizer o mesmo, em breve tudo estará no seu devido lugar.
Inclusive Hikari.
O sorriso no rosto de Anko acabou chamando a atenção de Baki.
- Que bom saber disso.
- Ah, é mesmo?
- Não estou querendo desmerecer o trabalho dela, digo isso porque sinto que ela deve estar sentindo falta de casa.
- Duvido muito, ainda mais agora que anda se divertindo bastante com Hatake durante essas missões desnecessárias que devem estar fazendo juntos.
O semblante dela mudou após ouvir aquilo.
- Se divertir?
- Sim - respondeu ele, deixando o rosto bem próximo do dela agora. - E eu sei muito bem o quanto você gosta dele, deve estar se remoendo tanto por dentro, não é mesmo?
Anko ficou sem saber o que dizer enquanto olhava para Baki, sentindo a raiva se formando dentro de si.
- Se eu fosse você, tomaria cuidado, Hikari é mais traiçoeira do que imagina.
- Eu digo o mesmo pra você Baki. Afinal, Hikari está morando com ele, e se permitir que isso continue, irá perder a sua carta coringa.
- Acha mesmo que eu já não sabia disso? - questionou ele, com o tom de voz impassível. - Nem para isso você serve. Eu estou sempre um passo a frente Anko, Hikari pode achar que consegue me enganar, mas é ela quem vai se dar muito mal no final.
Anko recuou ao ouvir aquilo, sentindo que talvez tivesse se envolvido demais naquele assunto.
- Aliás, cuidado com o que diz, ou isso irá se voltar contra você Anko.
Baki deu um sorriso malicioso antes de passar por ela e ir embora.
"Essa garota ainda vai pagar muito caro por ter voltado a colocar os pés aqui." pensou ela enquanto subia as escadas e entrava no prédio.
Caminhando pelo corredor em direção a sala que costumava ficar, Anko não conseguia parar de pensar no que Baki havia lhe dito. O dia já havia sido bem estressante e ele havia conseguido piorar com aquelas insinuações idiotas.
Quando enfim chegou e girou a maçaneta da porta, acabou dando de cara com Seiji sentado em sua mesa.
- Seiji? O que está fazendo aqui?
- Eu gostaria de te perguntar o mesmo, não costuma ficar aqui nesse horário.
Anko entrou e encostou a porta.
- Tive um dia tão corrido que acabei esquecendo de fazer o último relatório.
- Fique tranquila, estava fazendo isso para você, antes que Tsunade viesse te cobrar.
Anko arqueou as sombrancelhas, ficando surpresa pela atitude dele.
- Você está doente ou algo do tipo?
- Engraçadinha, digamos que irei usar isso a meu favor no futuro quando eu precisar.
- É esse o Seiji que eu conheço - ela revirou os olhos, cruzando os braços em seguida.
Seiji deu um sorriso.
- Relaxe, estou apenas brincando com você - comentou ele. - Não estava muito afim de ir para casa cedo hoje mesmo.
- Hum… - murmurou ela, indo até a janela.
Ao notar que ela parecia meio frustrada, Seiji decidiu parar o que estava fazendo e em seguida se levantou da cadeira.
- Me parece bem tensa, o que está te atormentando dessa vez Anko?
- Um pouco de tudo. Desde que fomos atacados por Orochimaru, o trabalho aqui triplicou.
- Realmente - concordou ele, se aproximando dela. - Estamos sobrecarregados, mas sinto que há algo a mais, porque não me conta?
Anko olhou para ele pelo reflexo da janela por um breve momento.
- Vi Baki saíndo do prédio agora há pouco.
- E ele pegou no seu pé novamente, não foi?
- Não exatamente, mas disse que sabia da aproximação entre Kakashi e aquela garota.
Seiji abaixou o rosto durante uma breve risada da qual acabou incomodando Anko.
- Isso é engraçado pra você?
- Desculpe Anko, mas eu achei que era algo mais sério - disse ele, dando as costas para ela.
Antes que ele se afastasse, Anko se virou e levou uma de suas mãos até o braço dele fazendo-o voltar.
- Você sabe bem o quanto isso é sério pra mim!
- Não me diga que você tentou convencê-lo a levar Hikari embora de Konoha Anko? - perguntou Seiji, desconfiado. - Isso seria sujo, até mesmo para você.
Anko soltou o braço dele, desviando o olhar, foi quando Seiji deu um suspiro e  levou as mãos até os cabelos.
- Você precisa se controlar, sabe muito bem que não pode se envolver em problemas com Baki.
- Eu sei, mas foi inevitável.
- Você precisa esquecer Kakashi de uma vez por todas ou esse amor que você nutre por ele irá te matar.
- Não comece com isso Seiji - comentou ela, passando por ele. - Não me venha dar lição de moral bem agora.
Porém antes que ela pudesse se afastar, Seiji a puxou pelo braço como ela havia feito antes com ele, colocando-a contra a parede a força.
- Não estou te dando nenhuma lição de moral, estou sendo realista com você, até quando irá correr atrás dele?
Anko puxou seu braço com força, mas manteve-se contra a parede, olhando nos olhos dele enquanto pensava sobre o que ele havia dito.
- Ele não gosta de você Anko, e deixou isso bem claro - comentou ele, apoiando um dos braços na parede, próximo ao rosto dela. - Precisa parar de nutrir esse amor que só você sente, isso está te machucando cada vez mais.
- Você não sabe de nada - murmurou ela, sentindo os olhos enchendo d'água. - Já disse para você parar de se intrometer em minha vida pessoal!
- Sim, você disse, várias vezes. Mas vê-la sofrendo desse jeito é inaceitável Anko!
Anko ficou sem saber como reagir após ouvir aquilo. Enquanto olhava diretamente nos olhos cheios de intensidade dele, as lágrimas começaram a descer pelo rosto dela, uma após a outra. Pela primeira vez, Seiji havia sido extremamente sincero quanto aquele assunto, deixando-a sem saber como lidar com aquilo. E para piorar, o rosto e o corpo dele estavam tão próximos do dela, deixando-a confusa de repente. E
assim que ele levantou a mão para toca-la, afim de afastar aquelas lágrimas, Anko sentiu seu coração saindo do ritmo, como se tivesse levado uma pequena descarga elétrica de repente.
Como se tivesse sentindo a mesma descarga percorrer por seu corpo, Seiji mudou seu semblante, notando que Anko parecia tão vulnerável agora. O rosto dela estava há poucos centímetros de distância do dele, e quando deu por si  estava olhando para os lábios dela, sentindo uma enorme vontade de beijá-los. Seiji então se aproximou devagar, e ao ver que ela não havia o afastado, levou seus lábios até os dela, beijando-a com vontade. No início Anko pareceu insegura e assustada com o que estava acontecendo, mas a medida que aquele beijo foi se desenvolvendo entre eles, ela começou a ceder aos poucos, levando suas mãos até a lateral do corpo dele, foi quando Seiji pressionou seu corpo contra o dela.
Quando o beijo se intensificou ainda mais, Anko pôde sentir a ereção se formando dentro da calça dele, sinal de que ele a desejava e quando deu por si sentia seu corpo desejando o dele também. Quando as mãos dela deslizaram da cintura para o zíper da calça dele, Seiji abriu os olhos devagar durante o beijo, ficando surpreso pela atitude de Anko e assim que ela levou a mão até o interior da calça, ele estremeceu deixando um gemido baixo escapar por entre os lábios.
- Anko… - sussurrou ele com dificuldade, levando sua destra sobre a dela. - Tem certeza de que quer fazer isso?
Anko precisou de alguns segundos para se recompor, sentia-se confusa, mas de uma única coisa ela tinha certeza, aquele beijo havia mexido com os sentidos dela. Em seguida levou sua mão livre até a dele, puxando-a para libera-la, e assim que ela deslizou a mão ainda mais para dentro da calça dele, Seiji  fechou brevemente os olhos e gemeu, precisando se apoiar na parede ao lado dela enquanto sentia aquela sensação deliciosa do toque dela. Naquele instante ele precisou se segurar para não ataca-la, ao invés disso ele puxou novamente a mão dela e deu alguns passos para trás, ficando próximo a mesa no centro da sala. 
- Anko, eu não disse aquelas coisas na intenção de me aproveitar da sua vulnerabilidade.
Sem dizer uma palavra sequer, Anko foi em direção a porta, e naquele momento Seiji pensou que ela estava indo embora, talvez até chateada pelo o que ele havia dito. Porém, para a surpresa dele, Anko havia ido até a porta para trancá-la.
Quando ela começou a andar em direção a ele, com aquele brilho de desejo no olhar, ele sentiu a vontade de sentí-la em seus braços retornar com ainda mais força. E assim que Anko levou suas mãos até a lateral do rosto dele, Seiji se deixou ser guiado por ela como se tivesse ficado hipnotizado, retribuindo o beijo enquanto envolvia o corpo dela num abraço firme, e a partir daquele momento, ele sentiu que era tarde demais para impedir os próprios impulsos.








O Ninja Que Copiava - Parte 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora