- Pode entrar Kakashi - pediu Naomi após abrir a porta. - Fique a vontade.
- Obrigado Naomi - agradeceu ele ao passar por ela.
Os dois agora estavam em uma cozinha, enorme para variar, assim como nos outros cômodos, aquele também tinha um ar sofisticado, com móveis no estilo clássico; um balcão de mármore no centro, acompanhado com alguns bancos ao redor. Um enorme armário branco tomava uma boa parte de uma das paredes, carregado com diversos utensílios, e de resto era o essencial como: fogão, geladeira e afins.
Nesse cômodo não haviam quadros, a única decoração eram os vasos de plantas sobre uma das bancadas. Kakashi logo deduziu que fossem artificiais, pois sem o sol ou a estufa, elas não teriam como ficarem tão vivas daquele jeito.
- Vou fazer o chá agora - anunciou ela após deixar sua maleta sobre o balcão. - Pode se sentar, se quiser.
Kakashi esperou até que ela se afastasse, em seguida foi até um dos bancos ao lado do balcão para se sentar. Enquanto isso Naomi aproveitou para ir até um dos armários, pegando uma chaleira, da qual colocou um pouco d'água e depois ligou o fogão para aquecê-la, o que levou alguns minutos.
- Tem alguma preferência de sabor?
- Não, pode ficar a vontade para escolher, eu não tenho preferências quanto a este assunto.
Naomi ficou olhando para Kakashi por um breve momento, depois disse:
- Tudo bem, então eu irei escolher Gyokuro, o meu preferido.
"Um tipo de chá bem caro e de difícil cultivo" pensou ele.
- Tudo bem, como quiser.
- Sabe, eu pensei que iria ficar mais aliviado após a reunião Kakashi - comentou ela, indo pegar as xícaras. - Mas entendo que foi um grande baque.
Kakashi olhou ao redor, entrando em um breve estado pensativo, em seguida voltou a olhar para ela e disse:
- De certa forma eu estou aliviado - garantiu ele, esfregando o pescoço levemente. - Mas é como você mesma disse, foi um baque para todos nós, ainda mais para Hikari, e eu me sinto um pouco receoso quanto a isso.
- Talvez seja melhor falar sobre isso Kakashi, ficar guardando tudo para si mesmo pode não lhe fazer bem.
Kakashi concordava com aquilo, sabia que não era nada saudável, mas não conseguia evitar, era uma característica ruim que ele possuía.
- Bom, eu tenho receio dela não conseguir lidar bem com isso tudo - confessou ele, entrelaçando os dedos das mãos sobre o balcão. - Hikari é tão forte, e ao mesmo tempo tão frágil, mesmo que ela tente negar isso.
- Tem receio dela se entregar a tristeza?
Kakashi assentiu.
- Entendo, isso explica o motivo de parte das suas preocupações - comentou ela, olhando para as xícaras a sua frente. - Na minha opinião, você deveria afastar esses pensamentos.
- É, eu sei, é o que estou tentando fazer...
- Kakashi, ela tem o seu total apoio, vai conseguir se recuperar em breve. Notei que entre vocês há um vínculo, e ele não é fraco.
Kakashi levantou o rosto, olhando diretamente nos olhos dela por alguns minutos antes de ter um leve sobressalto devido a um som que foi produzido pela chaleira. Naomi então se virou para checa-la, desligou o fogo após alguns minutos e enquanto colocava o pó do chá dentro das xícaras, Kakashi ficou observando a cena, pensando no que ela havia dito. Ao término do processo de preparo do chá, Naomi pegou as xícaras e foi se sentar no banco ao lado do dele, lhe entregando uma delas.
- Obrigado - agradeceu ele, meio hesitante enquanto olhava para o chá.
- Devo lembrá-lo de que já vi o seu rosto, então não precisa ficar constrangido.
Kakashi mal conseguiu evitar o riso ao ouvir aquilo.
- Por um acaso, você sabe ler mentes?
Naomi levou uma das mãos em frente aos lábios, tomando cuidado para não se engasgar, dando um sorriso em seguida.
- Não, mas digamos que eu aprendi a observar com mais atenção o comportamento das pessoas.
- Hum… Então eu devo estar sendo bem previsível, não é mesmo?
- Não - negou ela rapidamente. - Na verdade é o oposto, você é uma pessoa bem difícil de decifrar Kakashi.
- É o que dizem a meu respeito - Kakashi deslizou os dedos sobre a borda da xícara devagar. - Mas não consigo acreditar nisso.
- E no que é que você acredita?
Kakashi ficou sem saber como reagir com aquela pergunta, e o olhar curioso dela acabou não ajudando muito na situação.
- No que eu acredito?
- Sim.
- Essa é uma pergunta ampla - respondeu ele, sentindo-se meio perdido.
- Deixe-me ajudá-lo então - sugeriu ela após tomar mais um pouco do chá. - Irei te dizer no que eu acredito. Acredito num mundo melhor, onde não tivesse inúmeras guerras por poder ou apenas por prazer. Acredito também que a justiça e a bondade irão prevalecer um dia.
Kakashi manteve-se em silêncio por um breve momento, notando uma leve mudança no rosto de Naomi. Ele não parecia ser o único ali cheio de problemas martelando na cabeça.
Quando estava prestes a perguntar algo para ela, sentiu a presença de alguém atrás da porta.
- Desculpe interrompe-la, mas acho que temos visita.
Naomi franziu o cenho, olhando para a porta que estava fechada.
- Como sabe disso? Eu não ouvi os passos e nem batidas na porta.
- Confie em mim, não estamos mais a sós.
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O Ninja Que Copiava - Parte 2
FanfictionParte 2 da história "O Ninja Que Copiava" (Por causa do limite de 200 capítulos ter sido atingido na parte anterior, irei continuar postando a continuação da história por aqui.) Momoe Hikari, uma shinobi renomada do País do Vento, chega em Konoha...