Greve

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Alguns anos atrás no esconderijo do norte…

- Está acordada? - Perguntou uma voz que demonstrava estranha preocupação.
Levantei minha cabeça devagar ao ouvir aquela pergunta, notando imediatamente os olhos curiosos do homem que havia me trancafiado dentro daquela cela escura e fria onde havia apenas uma cama e um banheiro.
- Deve estar com muita fome, não é mesmo? - Ele perguntou enquanto mostrava o prato com algumas frutas sobre ele. - Afinal este é o seu quinto dia aqui dentro e até agora você não tocou em nenhuma das comidas que eu lhe trouxe.
Me mantive em silêncio enquanto abraçava minhas pernas, o frio estava tomando conta daquele lugar e de mim também.
Eu estava com muita fome, mas não estava disposta a aceitar nada que vinhesse dele, aquela situação não chegava nem perto de ser um sofrimento de verdade porque eu já havia passado por situações piores antes na época de meus treinamentos.
Minhas mãos e pés doíam tanto pela força que eu havia feito nos primeiros dias, na tentativa de derrubar aquelas grades e me libertar daquele lugar horrível.
A falta de comida só havia piorado a minha condição física, mas eu ainda não havia desistido de lutar para sair daquele lugar e matar o líder dele com as minhas próprias mãos.
- Vejo que ainda não quer conversar - Ele disse enquanto colocava o prato dentro da cela por uma pequena porta de metal. - Pode confiar em mim, a comida não está envenenada. Você precisa comer alguma coisa, caso contrário vai acabar desmaiando. Vou deixar algumas roupas aqui também.
Após ele se retirar do local, fiquei olhando para as frutas por um momento, imaginando no quão delicioso elas deviam estar.
A vontade de atacar aquele prato era imensa, mas eu não podia me deixar cair em tentação daquele jeito, abaixei minha cabeça e procurei pensar em outras coisas para distrair a minha mente, só que era tão difícil conseguir raciocinar direito com o barulho que o meu estômago estava fazendo naquele momento.
Era um milagre eu ainda estar viva porque antes de ser sequestrada, eu já estava sem comer há algum tempo enquanto procurava pelo localização exata da vila do som e de Orochimaru, e mesmo ele sabendo que eu havia vindo atrás de informações sigilosas a respeito dele, Orochimaru, por algum motivo, havia decidido poupar a minha vida.
Eu não fazia ideia de onde eu estava, e sentia um receio de não ser mais encontrada pelos ninjas da minha vila, que agora deviam estar á minha procura.
O mesmo homem que havia me salvado de uma armadilha que quase tirou a minha vida, acabou me trancando dentro de uma cela, selando de vez o meu destino.
Pensamentos ruins e negativos começavam a me atormentar, o medo de morrer ali dentro e nunca mais poder ver o rosto das pessoas que eu amava me deixavam ainda mais triste.
Eu havia sido descuidada demais, além de não ter obtido as informações necessárias acabei caindo nas mãos do inimigo.

O Ninja Que Copiava - Parte 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora