Regras

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Enquanto isso em Konoha…

- Com licença, desculpe por interrompê-la novamente senhora Tsunade.
Tsunade estava tão imersa no que estava fazendo naquele momento, que mal havia sentido a presença de Shizune, que agora estava ao lado da porta.
- O que foi dessa vez Shizune? - perguntou ela, demonstrando uma certa irritação na voz. - Se continuar fazendo isso não conseguirei terminar de assinar estas folhas para amanhã.
- Eu sei, é que…
Tsunade levantou o rosto ao notar aquela hesitação na voz de sua assistente, e pela expressão no rosto dela, sentiu que havia algo de errado.
- O que houve Shizune?
- Baki chegou e quer falar com a senhora.
Tsunade largou a caneta e as folhas que estava segurando, sentindo um enorme desconforto se formando dentro de si de repente. Só de pensar que estava prestes a falar com aquele homem, cuja ignorância e frieza se destacavam entre as várias características ruins que ele possuía, já batia uma pequena frustração. Ainda mais porque ele estava ali para ver o progresso de Hikari, porém a mesma não se encontrava na vila atualmente e isso iria causar um enorme problema. Tsunade havia quebrado uma das regras das quais foram impostas pelo conselho da vila da areia para que Hikari pudesse ser liberada para ajudar Konoha.
Três regras definidas, das quais ela achava serem totalmente desnecessárias. A primeira consistia em que Hikari estaria proibida de sair do país, por nenhum motivo, nem mesmo para missões. A segunda dizia que a estadia dela seria por um curto período de tempo, já que o próximo Kazekage estava prestes a ser selecionado pelo conselho deles, e Hikari continuaria com os trabalhos que fazia com o anterior. Já a terceira, era a  mais sem noção das anteriores, um ninja de elite ficaria encarregado de vir periodicamente para acompanhar o progresso dela. Devido a alguns problemas anteriores com o antigo responsável por esta tarefa, Baki havia sido nomeado para ficar encarregado disso, justamente a pessoa da qual ela e Hikari mais temiam, pois ele era uma pessoa extremamente difícil de lidar. E mesmo sabendo disso, Tsunade decidiu burlar as regras, colocando em risco a permanência de Hikari em Konoha. O pior de tudo era que a missão envolvia o passado da família dela, se caso isso caísse aos ouvidos de Baki e do conselho, as consequências poderiam ser ainda piores, mas Tsunade estava disposta a fazer de tudo para não deixar isso acontecer.
- Peça para ele entrar.
Shizune assentiu e saiu da sala, após alguns minutos ela retornou e ao seu lado estava Baki, com aquela expressão antipática de sempre no rosto.
- Pode nos deixar a sós agora Shizune, obrigada.
Shizune fez o que a Hokage pediu, foi até a porta e antes de sair do escritório lançou um olhar desconfiado para o visitante indesejado.
- Olá, Tsunade.
- Olá Baki, como foi de viagem?
Baki franziu o cenho ao ouvir aquela pergunta.
- Foi entediante, como sempre, mas obrigado por perguntar.
Tsunade deu um breve sorriso forçado.
- Fiquei surpresa quando soube que você havia ficado responsável por vigiar Hikari agora, afinal, você é bem ocupado.
- Vigiar é uma palavra muito forte nesse caso, estou apenas visitando ela - comentou ele, fingindo ter ficado ofendido. - Pode não parecer, mas eu me preocupo com ela.
Tsunade precisou se segurar para não chamá-lo de mentiroso. Baki nunca havia tido compaixão por Hikari desde o início, quando passou a cuidar dela. Nunca havia se importado de verdade.
- Mas admito que também não estava esperando por isso - ele deu de ombros. - O conselho não quer mais deixar Hikari nas mãos dos ninjas de Elite, não por duvidar da capacidade deles, mas porque sabe que Hikari é uma boa trapaceira quando quer aprontar.
- Parece até que estamos falando de pessoas diferentes.
Naquele momento Baki notou que Tsunade estava querendo prolongar a conversa. Ele estava ciente do que estava acontecendo, entretanto, precisava manter a cautela.
- Talvez a Hikari que você conhece seja diferente da que eu conheço.
Tsunade franziu o cenho, sentindo-se desconfiada com aquele comentário.
- Não me leve a mal, mas não vejo a necessidade disso, essas regras.
- São ordens do nosso conselho, e eu apenas as sigo - comentou ele. - Se Hikari não tivesse feito o que fez no passado, não estaria nesta situação.
Tsunade deu um pequeno impulso para trás com o pé, afastando-se da mesa. Em seguida se levantou, indo até a janela mais próxima. No fundo sabia que a conversa acabaria seguindo por um mal caminho.
- Somos seres humanos, e sempre acabamos fazendo escolhas erradas durante a vida.
- Eu a treinei durante anos para que ela chegasse próximo da perfeição, nada menos que isso - explicou Baki, dando alguns passos em direção a ela. - Mas acabou fazendo uma péssima escolha e pagou caro por ela.
- Estamos longe de ser perfeitos e Hikari não é uma excessão Baki.
- Tsunade, se eu fosse você, não questionaria as regras do conselho da vila da areia - alertou ele, com o tom de voz que demonstrava irritação. - Afinal, cada país tem as suas leis, é assim que funcionam as coisas.
Tsunade manteve-se em silêncio por um breve momento enquanto observava a movimentação de pessoas lá fora.
- Falando nela, aonde está Hikari?


O Ninja Que Copiava - Parte 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora