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Shisui me abraçava, acariciando os meus cabelos enquanto eu devorava um pote inteiro de sorvete.

— Isso é muito deprimente. — Falo com a boca cheia, abaixando a cabeça.

Meu irmão apenas sorri.

— Aposto que se você falasse para o Obito que gosta dele, ele iria parar para pensar um pouco. — Ele dá alguns tapinhas nas minhas costas.

— Ele já foi pra missão, já era. — Suspiro. — Ele vai se declarar pra Rin, se já não fez isso...

Deixo o pote de sorvete encima da mesa de centro da sala, me jogando no sofá.

— E além disso, quem era para estar te dando conselhos sou eu. — Balanço os cabelos dele. — Sou a mais velha, pirralho.

Shisui abre a boca, colocando a mão sobre o peito fingindo estar ofendido com o apelido.

Ele enfia o dedo no pote de sorvete, lambuzando o meu nariz, mas antes que eu pudesse revidar alguém pigarreia.

Olho para a porta, meu pai estava de braços cruzados, me fuzilando.

— Para de atrapalhar o Shisui. — Ele vem até nós, pegando o pote de sorvete. — Vai arrumar alguma coisa pra fazer Akemi, aproveita e dá uma sumida.

— Mas Otosa... — Antes que Shisui pudesse terminar de falar eu me levanto.

— Não precisa se preocupar comigo. — Dou um beijo na testa do Shisui e deixo os dois na sala.

Eu não ligava mais, estava acostumada demais em ser tratada como lixo.

•••

O que você está bisbilhotando? — Viro a cabeça rapidamente com a voz repentina ao pé da minha orelha, ficando a poucos centímetros no rosto de Hidan.

Seus olhos se demoravam em meus lábios, ele carregava seu sorriso sínico.

Faço um sinal de silêncio, mas ele se i direita, estudando o peito, prestes a falar algo. Logo coloco a mão sobre a boca dele, me colocando na ponta do pé e o puxando para o outro corredor.

Minha vontade era arrancar suas cordas vocais! Ele me atrapalhou, agora vou ficar com isso na cabeça.

O quarto Uchiha.

Você é idiota? — Sibilo.

— É feio ficar ouvindo conversa alheia... — Ele coloca sua foice entre o meu corpo e o seu, me apontando a lâmina.

Não mexo um músculo sequer, arqueando as minhas sobrancelhas.

— Jashin te acharia uma oferenda deliciosa...

Dou um passo para trás, acho que ele estava me confundindo com outra coisa.

— O que estão fazendo aqui? — Pain recaia seu olhar de mim para Hidan.

— Eu estava te procurando. — Sorrio. — Pintei as unhas. — Ergo as mãos até a altura do meu rosto, mostrando o esmalte recém aplicados em minhas unhas.

Ouço Hidan deixar escapar um riso, Pain o olha no mesmo segundo, não esboçando nenhum sentimento.

Ele passa por nós dois, fingindo que não escutou o que eu havia lhe dito, preferindo ignorar nossa presença do que perder seu tempo.

A outra pessoa deve estar na sala ainda...

Dou as costas para Hidan, mas sinto ele segurando o meu braço, me impedindo de dar mais um passo.

Geração do ódio Onde histórias criam vida. Descubra agora