— Me mata! — A dor agonizante por meu corpo era insuportável, eu me debatia na mesa de metal, enquanto Orochimaru sorria para mim.
— Até que você aguenta uma dose muito grande de veneno... Incrível. — Ele caminha para mais perto de mim. — Imagina como é o Itachi... O Sasuke... Corpos jovens de prodígios Uchihas.
Todas as minhas células queimavam, meu corpo estava em combustão. Minha cabeça latejava, eu não consigo pensar direito, só quero que isso passe logo... Eu faria qualquer coisa para a dor aliviar...
•••
Abro os olhos com dificuldade, mesmo com a pouca luz do ambiente, meus olhos ardiam.
Passo as mãos pelo rosto, minhas memórias estavam como borrões... A última coisa que me lembro é do Pain, então eu apaguei.
Olho para os lados, eu estava em uma espécie de quarto com paredes de pedra, era frio mas não me incomodava. O tatame que dormi era confortável, minhas costas agradeceram por isso.
Tento me levantar, mas ao me apoiar no chão, algo faz barulho, como metal se atritando com algo.
Era a minha bandana.
Um riso irônico estava preso na garganta.
Quem diria que o lugar onde eu já chamei de lar, é onde trás átona os meus piores pesadelos.
Em um movimento de reflexo, jogo a bandana, que bate contra a parede fria, caindo no chão novamente.
Me coloco de pé, eu sentia meus músculos protestando, mas ignoro, a dor havia sido minha amiga mais fiel até aqui, ela não me atormentava mais.
Havia um espelho estreito no canto esquerdo do pequeno cômodo, atrás de uma porta de madeira. Vou até lá, encarnado meu reflexo.
As marcas eram viseis por todo o meu corpo, mordidas de cobras, marcas de ferros... Meus pulsos estavam vermelhos devido às cordas que foram amarradas fortemente, em meu rosto havia profundas olheiras de cansaço debaixo dos olhos, meus cabelos estavam bagunçados e desalinhados, meu corpo parecia fraco... Eu parecia fraca.
Não me reconhecia mais.
Odiava o que olhava naquele espelho.
Pego na maçaneta, abrindo a porta sem pensar muito, dando de cara com Itachi.
— Não pensei que havia sobrevivido. — A voz dele era incrivelmente parecida com a de meu pai, fazendo eu virar a cabeça um pouco desconfortável.
Cerro a mandíbula e respiro fundo.
Dou uma risada sarcástica.
— Muito bom revê-lo Itachi.
Era indiferente olhar para o Uchiha na minha frente, depois de algum tempo sendo torturada, eu percebi que deveria ter morrido no dia do massacre do clã.
Mas novamente, fui esquecida.
Isso era tão irônico. Eu sou tão invisível, tão indiferente na vida das pessoas que nunca fiz falta. Duvido que a Vila da Folha se preocupou com o meu sumiço, devem achar que eu estava entre os corpos estirados na rua.
— Você pode dizer onde eu estou? — Pergunto olhando para seu manto preto com nuvens vermelhas.
Seu rosto era indecifrável, a bandana em sua testa, o símbolo da Folha riscado me fez querer rir.
Desde quando esse pirralho ficou bonito?
Sinto meus lábios se repuxarem em um sorriso. Ele pigarreia, parecia desconfortável com o meu olhar.
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Geração do ódio
Fiksi PenggemarAmor, uma palavra tão pequena, mas com o significado imenso. Isso pode ser sua salvação, ou sua destruição. Akemi amava Obito, mas o garoto amava outra pessoa. Depois de receber a notícia que Obito havia morrido em uma missão, Akemi viu seu mundo...