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— Sumimasen. — Digo um pouco baixo, a vergonha borbulhava em meu ser.

Kakashi se vira para mim com a expressão de tédio.

— Você viu o Obito? O Sandaime está chamando por ele... E não o encontro em lugar nenhum... Fiquei sabendo que vocês acabaram de voltar de uma missão. — Encaro os meus pés, não conseguia olhar nos olhos do Kakashi, ele me dava medo.

— Ah, ele sofreu um acidente, deve estar no hospital.

Arregalo os olhos, levantando rapidamente a cabeça. Meu coração palpitava rapidamente, o nó se formava em minha garganta.

Será que ele está bem? O que será que aconteceu? Será que ele precisa de alguma coisa?

— Arigato, Kakashi. — Me curvo.

Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, dou meia volta e saio correndo pelas ruas de Konoha indo em direção ao hospital.

Será que ele levo algo para ele? E se ele estiver desmaiado? Ou pior... Em coma!

O pânico começou a me deixar confusa, antes que eu me desse conta, já estava no hospital.

Me debruço não recepção, uma mulher me olha assustada.

— Sumimasen, você sabe se o Uchiha Obito está aqui? — Digo ofegante.

Ela me encara por alguns instantes, desviando seu olhar para o notebook e digitando alguma coisa.

A ansiedade era tanta que estava ficando irritada por ela estar demorando tanto.

— Quarto 13, pode ir lá querida.

— Arigato! — Digo rapidamente, correndo pelos corredores.

Meus olhos pararam na porta de número 13, dou uma diminuída no ritmo, encostando cuidadosamente a minha mão na porta.

— O que você está sentindo? — Antes que eu a abrisse completamente, consigo ver as costas da Rin.

Paro no meu lugar, ela estava sentada na cama de Obito, e o mesmo estava com algumas faixas envolta da cabeça.

Por mais que eu não quisesse ficar ali e presenciar sei lá o que estavam fazendo, o meu corpo não respondia as minhas vontades, ele apenas ficou paralisado, como um mármore.

— Desculpe por não conseguido te ajudar... É minha culpa você estar aqui. Não deveria ter gasto o meu chakra naquela hora.

— Tá tudo bem, Rin... Eu agradeço por você estar aqui. — Posso sentir uma hesitação em sua voz. — É o que importa.

Obito...

•••

Abro os olhos bruscamente, levando um susto, a máscara de Tobi estava a apenas alguns sentimentos de meu rosto, me fazendo empurra-ló para trás.

— O que vocês pensa que está fazendo?! — Pergunto um pouco irritada.

Eu já não conseguia dormir, e agora esse garoto vai ficar me observando?!

Estávamos acampando em uma clareira, o céu ainda estava escuro... O que deu nesse menino!

— Você estava chamando por um tal de... — Ele faz uma pausa, sentando de pernas cruzadas em minha frente. — Obito.

Meu coração para por alguns segundos, eu não acredito que eu ainda murmuro enquanto durmo... E não acredito que ele teve que escutar isso.

Passo as mãos pelos meus cabelos, fechando a cara.

— Não estava não, você deve ter escutado coisa.

Tobi solta uma risadinha.

— Quem é ele? — Ele para de rir, mudando seu tom de voz bruscamente. — Por que você estava sonhando com ele?

Essa mudança repentina de humor me fez ficar desconfortável.

— Não te interessa.

— Vamos, Akemizinha... Ele é seu melhor amigo?

Fito a grama por alguns instantes, fazia anos que eu não conversava com alguém sobre isso... A única pessoa que sabia sobre minha paixão platônica era o Shisui.

Mas do que importava? Obito estava morto, os meus sentimentos não valiam para mais nada agora, só me atrapalhavam nessa altura do campeonato, só me faziam lembrar de que a vida não vale de nada.

— Não vale a pena falar sobre isso.

— Então você não gostava dele? — Tobi levanta o dedo indicador, como se tivesse uma ideia. — Você estava tendo um pesadelo?

Escondo a cabeça entre as minhas pernas, o ar estava faltando em meus pulmões.

— Ele está morto, é isso. — Sinto minhas bochechas ficarem molhadas.

Que raiva! Eu estava chorando! De novo!

Sentimentos idiotas.

Não posso deixar Tobi me ver assim, ele vai achar que sou fraca. Talvez eu realmente fosse, mas não quero que mais pessoas saibam disso.

— Se você não gostava dele, não deveria estar feliz com isso? — Seu tom era irônico, o que me fazia ficar com raiva.

— Não pergunta mais isso.

— Aposto que ele não passava de um coitadinho.

Quem ele pensa para estar falando de Obito assim?

A raiva começou a crescer dentro de mim, se o garoto em minha frente não parasse de fazer provocações tolas eu não responderia mais por mim.

— Obito... Um nome até que legalzinho.

Levanto a minha cabeça, olhando para Tobi com raiva.

Limpo as minhas lágrimas com o dorso da mão, me levantando em um pulo.

— Você quer saber? Ok, então! Obito era a pessoa mais gentil que já conheci na vida, ele era esforçado, e me fazia ter esperança! — Dou uma risada sarcástica. — Bom, pelo ao contrário do que você acha eu o amava mas do que adiantou? Ele não me amava, e ele agora está morto! — Essas palavras deixaram um gosto amargo na boca. — Quer saber mais? Eu todos os dias me odeio por ter ficado viva! Eu facilmente daria a minha vida para trazê-lo de volta, pelo menos ele faria mais proveito, ele será um Hokage! — Cerro os punhos.

Tobi ficara em silêncio, olho para ele depois de alguns minutos, ele estava com a cabeça abaixada, puxando algumas gramas da terra.

— Por que você acha que ele não te amava?

Sou pega de surpresa por sua pergunta.

— Bom... — Sinto a raiva por Tobi diminuir, os meus batimentos cardíacos voltarem ao normal. — Por que ele dizia para mim que amava outra garota, e todos sabiam disso... Só ela que parecia não perceber.

Respiro fundo, deixando o ar puro entrar por meus pulmões.

— Posso falar por experiência própria... Muita das vezes, as pessoas só percebem o real sentimento, quando observam a morte passar por seus olhos. — Ele levanta a cabeça, voltando ao seu tom brincalhão. — E por que você não contou para ele que gostava dele? — Tobi ri. — Quando vi você pela primeira vez, pensei que não tivesse sentimentos... Acho que estava errado, você parece um gatinho.

Sinto minhas bochechas ficarem vermelhas, depósito um soco forte no ombro do garoto, que protestou logo em seguida.

— Por que você fez isso?!

— Se você me chamar de gatinho de novo eu acabo com você. — Me viro, reprimindo um sorriso que queria aparecer em meus lábios.

É, não está sendo tão ruim quando achei que seria.

Geração do ódio Onde histórias criam vida. Descubra agora