— Está tudo bem, Hana?! — Kakashi pergunta assim que me sentei no banco de couro em sua frente.
Abro a boca, meus olhos se desfocaram por breves segundos. Eu havia esquecido completamente do nome tosco que eu havia me batizado.
— Tá! Tudo bem. — Pego os hashis na minha frente, fitando apenas os dangos dispostos na mesa, sentindo o olhar de Kakashi sobre mim... O olho de Obito.
Tento me manter parada quando o calafrio percorreu a minha espinha.
Eu não podia mais ficar pensando nisso. Era nítido que ao voltar para cá, todas as lembranças voltariam, sejam elas boas ou ruins... Mas eu não esperava ficar tão perto de Kakashi.
É como se todos esses anos em que eu estive presa, sob tortura, tudo continuou funcionando... Era tudo normal. Sei que não iriam parar de viver suas vidas, sei que tudo continuaria, de uma forma ou de outra, mas eu só não esperava ter que encorar tudo isso.
Minha cabeça é um mar de confusão.
Quando ouvi sobre o massacre do meu Clã, o meu primeiro instinto foi chorar, entrar em desespero, odiar o Itachi por ter feito isso, mas parei para pensar, por que estava triste por uma família que não me considerava um membro á altura? Que me considerava como escória? Então todos os sentimentos de tristeza foram embora.
As únicas pessoas que eu realmente amavam estavam mortas.
Mas para me livrar disso, eu precisava dar um jeito de ir até a minha antiga casa — se é que existe ainda. Lá tem uma coisa que ainda não estou pronta para dizer adeus.
— Você lembra de seu sobrenome?
Meu braço para de mexer, deixando meus músculos tensionado. Apoio os hashis no prato e fito Kakashi, com um sorriso.
— Não. — Minto descaradamente.
Ele me olha por mais alguns instantes, e pude jurar que ele iria falar algo, mas deteve-se, abaixando a cabeça e fitando as mãos.
Ótimo.
Ele também não vai tirar essa máscara... Acho que nunca vi realmente o rosto de Kakashi... O que era incômodo para mim, já que me fazia lembrar de Tobi.
Mordo o interior da bochecha, me repreendendo mentalmente por ficar pensando naquele garoto... Ou eu acho que é um garoto.
Pego um dango rapidamente, como se o sabor da bolinha afastasse qualquer pensamento que pudesse me trair.
Foco na minha missão, Uzumaki Naruto...
O que Minato estaria pensando agora?
• • •
O sol batia em minhas bochechas, eu sentia o calor acolhedor preenchendo cada canto de minha pele exposta.
Meu corpo que antes tremia, agora estava confortável.
Meus pais não paravam de me compararem ao Shisui, eu amo o meu irmão, mas para eles eu não existo, sou uma vergonha.
Balanço a cabeça, pegando a cesta marrom que estava aos meus pés, caminhando até a entrada de Konoha. Não irei deixar que meus pais estraguem essa tarde.
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Geração do ódio
FanfictionAmor, uma palavra tão pequena, mas com o significado imenso. Isso pode ser sua salvação, ou sua destruição. Akemi amava Obito, mas o garoto amava outra pessoa. Depois de receber a notícia que Obito havia morrido em uma missão, Akemi viu seu mundo...