The Beautiful Things

33. S A M

As coisas mais belas e importantes da vida não devem ser apressadas.

As belas coisas que acontecem na nossa vida são escolhidas em uma hora e tempo perfeito por Deus, que se responsabiliza em escolher o momento mais perfeito de todos para realizar os nossos maiores desejos e sonhos... E é perfeito.
Perfeito demais, simples demais, calmo demais, belo demais... Perfeito, só... Perfeito.

O primeiro beijo de uma garota é sonhado nos mínimos detalhes, no tocar dos lábios ao olhar profundo e apaixonado, é sonhado perfeitamente, como algo tirado de um conto de fadas. O primeiro beijo de uma garota deve ser especial, único, algo que ela possa lembrar e dizer o quanto foi inesquecível e encantador. Algo que ela possa lembrar todas as vezes que se deitar na cama para dormir, algo que a faça sonhar e sorrir o tempo todo.
E era o meu primeiro beijo. Eu sempre imaginei que o meu primeiro beijo fosse com um príncipe encantado, que fosse especial demais, bom demais.

Mas... De certa forma, foi mais do que especial. Meu primeiro beijo não fora com alguém da mesma fé que eu, não fora com um alguém perfeito, até porque pessoas perfeitas não existem, não fora com o alguém dos meus sonhos. Foi com o Will. Foi com o garoto mais idiota que eu havia cruzado na minha vida, com o mais tonto e difícil de se lidar.

Mas tinha sido o Will. O meu primeiro amor verdadeiro e dono do meu coração. Quando nos beijamos, senti algo tão diferente no peito, algo queimando lá dentro e as borboletas no meu estômago fazendo o trabalho sujo. Era mágico, Will era carinhoso e todas as suas palavras serpentearam em minha mente como uma bela canção de amor, as palavras mais lindas que ele já havia me proferido, a prova mais linda do seu amor por mim. Mas toda a magia e encanto se acabou quando nos separamos e eu lembrei.

Deus ainda não havia me dado uma resposta, e aquilo me pareceu tão errado. Eu não havia esperado a resposta e por mais que a iniciativa não tivesse provido de mim, eu havia aceitado. E definitivamente, aquilo não era certo.

A porta do meu quarto fechou atrás de mim e eu pude encarar a escuridão do mesmo, liguei o interruptor sentindo um certo desespero invadir o meu peito. O que eu estava fazendo? No que eu estava pensando?
Me encostei na porta sentindo o peito subir e descer com minha respiração acelerada, e a música? Will compôs aquela canção para mim? Sim, ele confirmou isso, mas... Me amava mesmo? Aquele beijo fora um tipo de demonstração? Me beijou porquê me amava? Para usar palavras tão lindas como as daquela canção, requereria estar muito apaixonado, requererei muito amor.
Mas e eu? O que eu sinto? Não seria eu a responder essas perguntas? Mas por que tudo isso me parecia como uma incógnita? Por que eu não conseguia me convencer do que eu estava sentindo?

Mas... Eu gostei. Eu amei, estava encantada. Era algo muito novo para mim, muito... Especial, único. E havia sido com Will.
Quando dei por mim, eu já estava tocando os lábios com os dedos e dando pulinhos ridículos, o que Will havia feito comigo?

_ Sinto que vou ficar maluca!_ passei as mãos pelo cabelo soltando um grunhido antes de me jogar de bruços sobre a cama e gritar contra o travesseiro.

Deus, preciso de você... Me ajude!

♪

Durante todo esse ano, eu questionei a mim mesma milhares e milhares de vezes sobre o que sentia verdadeiramente por Will, é claro que eu o amava, o amava profundamente. Tentei de todas as maneiras não deixar que aquele sentimento se solidificasse e me corrosse, eu não queria sofrer por amor. Não queria que tudo fosse tão difícil como está sendo, mas o amo, o amo e tenho medo de que Deus não aprovasse esse sentimento, mas e depois? O que eu faria com ele? Como poderia sobreviver com tudo isso de belo que carrego junto comigo, que Will conquistara aos pouquinhos?