11. S A M

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Will estava se mostrando um completo idiota novamente.

Suas tentativas de me manter à uma galáxia de distância, me deixavam frustada. Como ele podia ser tão cabeça dura? Esses últimos dias me mostraram que Peter estava redondamente errado ao dizer que Will só precisava de alguém que o entendesse e não o julgasse. Na verdade, ele precisava muito disso, a questão era encontrar alguém que suportasse todas as suas crises bipolares, que, em um dia o faziam parecer bem e no outro insuportavelmente intolerante.
Eu tentava, tentava bastante, mas era simplesmente impossível não explodir em certas situações e jogar na cara do Tompson suas atitudes absurdas. Estava se tornando meio difícil não julgá-lo.
Talvez eu só precisasse de uma luz que me mostrasse a maneira certa de conduzir William Tompson para um caminho onde não existisse aquele instinto dele de reiterar que não podia se abrir comigo, pois tinha que manter sua pose de durão arrogante que não se importava com os outros e nem consigo mesmo.
Do fundo do meu coração eu gostaria muito que, um dia, sentássemos para conversar como duas pessoas normais, delicadas e adultas. Falar sobre nossas dores, frustrações, medos e principalmente, do passado.

Havia uma ferida muito grande no coração de Will, da qual sangrava à todo instante. Tal ferida nunca fora curada pelo tempo, porquê, nem mesmo ele, o tempo, foi forte o suficiente para sequer cicatrizá-la. Ela só poderia ser curada pelo médico mais experiente que já existiu, esse médico trata de feridas das quais ninguém mais pode tratar, daquelas que, para muita gente, não tem mais jeito e nem esperança.
E para Ele, o nosso "impossível" é apenas um desafio que Ele cumpre em um estalar de dedos, mostrando com isso todo o seu poder e capacidade. Will necessitava d'Ele tanto quanto, ou mais, do que o ar que respirava.

Foram duas semanas muito frias e corridas, as ruas de Londres estavam totalmente cobertas pela neve branquinha e fofa, as folhas das árvores já não existiam e seus galhos começavam a se curvar, pesados pela enxerida neve que se instalava neles sem pedir licença.
O período de provas já havia começado e eu me sentia frustrada por só poder desfrutar um pouco da estação raramente fria pelas janelas da casa, estava nos meus planos curtir a neve desde que um dos seus flocos caíra sobre o nariz perfeito de Will. Mas como me restara apenas estudar, era isso o que eu fazia por longas e intermináveis horas.
Era sábado, eu e Emily decidimos relaxar um pouco, nos últimos meses a ruiva havia virado minha confidente, e eu já estava ficando meio maluca por guardar todas as minha paranóias só para mim, eu precisava de uma segunda opinião, e segundo a opinião da minha queridíssima amiga, eu sentia coisas além de raiva por Will.
Talvez fosse um pouco difícil confessar que talvez eu pudesse estar sentido coisas por William Tompson, talvez eu me sentisse atraída pelo seu jeito sarcástico e bem humorado de ser, até seu jeito insuportável e idiota chegar acabando com todas as minhas expectativas que não passavam do tamanho de um grão de arroz.

Eu e minha amiga tínhamos acabado de sair de uma cafeteria, quando a ruiva sugeriu que fôssemos para a casa de tia May, o que foi uma péssima ideia considerando o que encontramos na sala de estar logo ao abri a porta. Os meninos todos esparramados nos dois sofás da sala pareciam animados sem notar nossa humilde presença.

_ Bom dia, meninos_ foram essas, as minha palavras antes de liberar espaço para Emily entrar e, logo, fechar a porta.

Os olhos dos quatro garotos incrivelmente atentos demonstraram uma mesma característica, o sarcasmo ao percorrerem por mim e Emily que continha uma expressão meio tímida no rosto. Coloquei uma das mãos sobre seu ombro e sorri sinalizando que eles não eram tão idiotas quanto pareciam.

_ Meninos, esta é a Emily_ encarei o belo rosto da garota alargando meu sorriso _ Emily, este é o Peter, Richard, Jhonny...e Will_ olhei diretamente nos olhos dos garotos antes de citar-lhes os respectivos nomes.

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