16. W I L L

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Eu e Samantha caminhávamos de mãos dadas pelas ruas arborizadas de Londres.
De vez em quando, ela tirava um assunto aleatório que nos fazia rir.
Era bom tê-la por perto e sentir o seu perfume de Jasmim. Mas, todo o tempo, minha mente voltava ao assunto anterior, meu pai.
Samantha percebeu o meu estado e tratou de me fazer sorrir, inventando de brincármos de pega-pega.

_ Então, senhor Will, como seria esse meu desenho?_ Samantha perguntou quando nos sentamos em um banco na praça. Estávamos cansados de tanta correria e, para uma garota de perninhas curtas, Samantha corria muito.

_ Hum... Não sei. Talvez eu faça uma ótima charge, igual àquela de quando você estava regando as flores_ brinquei cruzando os braços o que fez Samantha se sentir ainda mais inquisitiva me olhando como se eu tivesse acabado de cutucá-la.

_ Você não ouse!

_ O desenho ficaria muito bonito, caso você não o tivesse molhado com aquela mangueira_ dei de ombros me levantando para que enfim pudéssemos voltar.

_ Deve ser porquê eu fico bonita de qualquer jeito_ ela gracejou me fazendo soltar uma gargalhada_ Está duvidando? Assim você me magoa.

_ É claro que não! Eu só imaginei..._ Samantha aceitou a mão que eu oferecia e se inclinou ao se levantar.

_ Imaginou o quê?

_ Imaginei você acordando pela manhã. Deve ser uma cena muito graciosa, não?_ nós começamos a andar lado a lado. Samantha, ao me ouvir, soltou uma risada gostosa. Ela também havia imaginado a cena, e, na minha opinião, não seria tão ruim assim.

_ Você realmente quer me colocar contra a parede?

_ Jamais! Agora me diga, por que moda?_ apontei a dúvida que já havia repassado em minha mente por algumas vezes.

Samantha parecia o tipo de garota que, em minha visão, se aprofundaria em campos como Advocacia, Empreendedorismo, Veterinária, e, até mesmo na música.
Moda não condizia muito com sua personalidade intensa.

_ Ah!_ ela começou a chutar alguma pedrinha que apareceu pelo caminho e colocou suas mãos nos bolsos laterais do casaco_ eu sempre achei que iria fazer parte de um revolução sabe?

_ Na verdade, não faço ideia_ Sam soltou mais uma risada.

_ Eu sempre sonhei em fazer uma coisa diferente, e moda sempre me chamou muita atenção. A intensidade de planejar e criar algo com as próprias mãos. Além do mais, eu queria que a minha primeira coleção fosse uma coleção de peças cristãs_ Samantha passou a encarar o céu e eu pude ver, mais uma vez, aquele brilho inexplicável em seu olhar, então, decidi não interromper_ Algo voltado para a beleza, sensibilidade e que passasse o amor por Cristo também, sem esquecer, é claro, da decência.

_ Deixa eu ver se entendi, a revolução que você está falando é sobre roupas?_ Samantha quicou os ombros mantendo ainda um sorriso fechado.

_ Há pessoas que revolucionam um país, um período, uma multidão... Eu só quero revolucionar uma cidade, um dia... uma pessoa!

Encarei bem o rosto de Samantha. Ela ainda permanecia sorridente. Foi quando ouvimos um som que eu bem conhecia.
Um, Click!
Samantha se virou lentamente, seus olhos arregalados encararam a multidão que se formava alguns metros de distância.

_ No três você corre_ sussurrei próximo ao seu ouvido_ Um..._ Sam se virou novamente para me encarar assustada com a proposta_ Dois...

Samantha saiu do transe, se preparou flexionando os joelho e eu segurei a sua mão.

_ Três!_ gritei e saímos correndo pela avenida sendo seguidos por, pelo menos, cinco paparazzis e mais algumas fãs que nos viram.

A adrenalina entrava como ar pelos pulmões, os borrões de coisas que passavam se misturavam às risadas de Samantha e o meu nome sendo gritado pelas pessoas que nos seguiam.

The Beautiful ThingsOnde histórias criam vida. Descubra agora