Rachaduras

3.7K 593 195
                                    


-Alguma sugestão? – ainda estávamos no campo depois de testar a formação.

Levantei a minha mão após o questionamento de Erwin – Tenente, no caso de um ataque eminente qual deve ser o posicionamento do esquadrão? Engajar ou evadir?

Ele pareceu ser pego de surpresa pela minha pergunta, mas logo respondeu – Os esquadrões podem engajar se for necessário, como é um grupo de pessoas é permitido o combate desde que um permaneça para conduzir a comunicação.

-E quem tem autonomia pra decidir isso é o capitão eu suponho – completei.

-Precisamente – ele concordou.

Ele tirou a dúvida de mais alguns soldados e quando percebi já tínhamos perdido praticamente o dia inteiro, fizemos alguns testes diferentes e como a distância era grande o tempo que isso levava também era. Não tivemos uma grande refeição apenas um pequena pausa então a maioria dos soldados estavam morrendo de fome.

Entretanto a sensação incomoda ainda me acompanhava, até mesmo depois de voltar para o quartel. Raika ainda não tinha voltado e isso me deixou um pouco preocupada geralmente ela não demorava tanto para voltar dessas missões burocráticas.

Existia um ponto específico da base que dava pra ver a estrada por onde os soldados chegavam então eu fiquei de plantão para avistar o cavalo dela.

A sensação ruim aumentando e me sufocando cada vez mais, vi uma sombra encapuzada cavalgar pela estrada e eu não precisava de muito pra saber que era Raika, corri do posto pra a entrada da base e assim que reparei as manchas vermelhas no branco de seu uniforme eu descobri que o que tinha de errado, era com ela.

-RAIKA!

Forcei as minhas pernas na direção do cavalo e me lancei pra frente bem a tempo de impedir que seu corpo atingisse o chão, o cavalo continuou a cavalgar por alguns metros. Sua frente estava toda pintada de carmesim assim como as costas, o vermelho se misturava com o verde da capa deixando tudo com uma grande mancha marrom.

-RÁPIDO, CHAMEM ALGUEM!

Coloquei a mão no rosto da minha amiga enquanto o meu outro braço servia de apoio – Raika, por favor... - seus olhos já estavam quase sem brilho nesse ponto.

Independente do ataque que ela tinha sofrido, ela se manteve forte o suficiente pra chegar até o quartel. Suas mãos estavam machucadas assim como seu rosto. Ela tinha lutado contra quem quer que tivesse provocado tudo aquilo.

-N-

Ela tentou falar alguma coisa mas acabou engasgando com o próprio sangue, inclinei ela um pouco e virei a sua cabeça. Eu senti seu corpo perdendo a temperatura ficando mais frio, deixando ainda mais claro o final dessa batalha.



-Olá meu nome é Raika! – uma garota um pouco mais baixa que eu disse colocando os pertences na cama de baixo do beliche. – Desde a cerimonia de cadetes você me chamou a atenção, parece tão forte! Qual seu nome?

-[Nome] – respondi – E não sou tão forte assim.

-Eu digo de espirito – ela sorriu e continuou me olhando antes de continuar – Eu gosto de você, vamos ser amigas!

Olhei pra ela com um pouco de desconfiança, Erwin já tinha uma posição na tropa de reconhecimento, mas eram poucas pessoas que sabiam da nossa ligação ela não poderia ter se aproximado por interesse não é?

-Não ficou assustada com a minha cicatriz? – perguntei geralmente era a primeira coisa que me falavam.

-Não, realmente não. – ela se inclinou um pouco – Parece bem legal na minha opinião [Nome]

Raison D'être - (Levi Ackerman x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora