Expedição II

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-Sinalizador vermelho confirmado! – falei vendo a fumaça subindo no horizonte.

-Entendido! Preparando sinalizador verde!

Assim que Erwin disparou na direção que a formação deveria seguir mudamos nosso rumo acompanhando. O batalhão era imenso não tinha nem como se comparar com os nossos testes em campo.

Falando nisso as nuvens de tempestade pareciam se glomerar cada vez mais, isso sim era um problema. – Permaneçam onde estão pessoal, estamos para ser apanhados por algo terrível.

E então sem qualquer tipo de aviso a tempestade começou a cair, era quase impossível ver o que estava a nossa frente e também ouvir os comandos que eram dados o cenário era o pior possível. Era quase como estar lutando sozinho.

Os trovões cortavam o céu violentamente e os sinalizadores não funcionavam já que a agua e o vento os dissipavam imediatamente. Ouvi barulho de cavalos caindo, o chão estava lamacento os animais não conseguiriam correr nessa condição e se não bastasse um denso nevoeiro limitou a nossa capacidade de observação.

Nós nos afundamos em uma situação que estávamos completamente vulneráveis ao ataque de titãs.

-Arlo! – gritei ele era o único que eu consegui visualizar no meio daquela situação desesperadora – Não estamos conseguindo ver ninguém!

-Continue se movendo! – ele respondeu – Não tem como termos nos afastado do esquadrão, temos que seguir em frente e esperar que essa neblina se dissipe. Apesar de não termos os sinalizadores coloridos ainda temos os sinalizadores sonoros, vamos conseguir nos encontrar.

Quase que imediatamente um sinal foi disparado – A esquerda – disse ele - Não estão tão longe!

Então uma face distorcida apareceu na neblina – CUIDADO!

A mão gigante veio na minha direção e eu não tive outra opção que não fosse pular do cavalo, a minha montaria foi jogada para longe e Arlo já tinha desaparecido na imensidão branca.

Olhei em volta não sabendo de que direção o titã viria não tinha uma única informação sobre qual a altura dele ou sua posição, era a situação mais desesperadora que eu me encontrei em alguns anos. Levantei do chão, estava completamente suja de lama conectei as lâminas para ter uma chance de viver no meio daquele pandemônio.

Soltei o ar pela minha boca, direita.

Me lancei para frente desviando da investida, pude ver sua forma levemente e usei o 3DMG para me aproximar puxei a minha capa e usei ela de distração dei o primeiro golpe em sua perna esquerda, já que ele teve uma reação automática para tirar a capa de seus olhos eu não precisava me preocupar com os braços.

Ao mesmo tempo que eu investi contra ele para cortar sua nuca um novo trovão ecoou abafando o meu grito de ódio.

-Vamos suas bestas, não é esse tipo de coisa que vocês gostam? Venham até mim e eu vou mostrar o que realmente é o inferno!

Apertei o cabo das lâminas na minhas mãos e quase como se o meu pedido tivesse sido atendido mais duas figuras surgiram do meio da neblina, eu não suportava a maneira que eles me olhavam.

E não seria hoje que eles me venceriam. O terreno poderia funcionar ao meu favor então a primeira coisa que eu fiz foi limitar o movimento de um titã enquanto eu cortava os membros do outro.

7 e 10 metros, dilacerei suas pernas e cortei suas mãos. O primeiro foi morto rapidamente com um corte limpo, num movimento rápido cravei as minhas duas lâminas na carne dele enquanto fazia a troca para finalizar com o segundo. Sua perna já tinha se regenerado ele abriu a boca avançando em minha direção acionei os ganchos mirando em seus olhos para ganhar altura e assim que estava no ar soltei reposicionando eles na nuca o corte foi feito e eu pulei para o chão antes que ele caísse em cima de mim.

O vapor do titã que eu tinha acabado de abater estava ajudando a dispersar a cortina de fumaça branca permitindo que eu visse o que estava ao meu redor, meu estômago revirou quando percebi que eu estava pisando sobre os corpos dos meus companheiros de tropa misturados com sujeira. O pelotão da quarta fileira deveria ter sofrido um ataque.

Barulhos de cavalos me tiraram dos meus pensamentos.

-Maely!

Era um grupo que estava cavalgando na minha direção, o vapor deveria ter sido um tipo de guia para quem estivesse perdido nas fileiras de trás. A chuva pareceu parar e aos poucos o sol começou a atravessar o que estava das nuvens escuras.

-Precisamos retornar ao pelotão – falei – Agora que o tempo está melhorando os titãs mais babacas vão se tornar ativos novamente, nos juntar ao comandante na vanguarda antes que soframos mais percas.

-Como... Como você pode agir assim depois de tudo isso? - um deles me perguntou.

Um flash em vermelho e eu lembrei novamente das palavras do meu pai, viva.

Não respondi apenas guardei as lâminas, ou o que restou delas – Suponho que vocês não tenham um cavalo extra?

Balançaram a cabeça e uma das garotas se ofereceu para me levar até que encontrássemos uma montaria, agradeci e eles retomaram o caminho. Olhei para as minhas vestes, completamente suja de terra e sangue daqueles que pereceram antes de mim.

Seus esforços não foram em vão.

Nenhuma das vidas que se sacrificaram a favor da humanidade seriam em vão, poderia ser daqui um ano ou uma década. Enquanto houvessem aqueles que lutassem contra a escuridão que os impedia de deixar as muralhas nenhuma vida perdida seria em vão.

-Estou vendo montarias a direita!

O grupo que eu estava se aproximou, eram cerca de 5 cavalos que deveriam ter perdidos seus donos nesse dia fatídico, dei a ordem para que eles guiassem os cavalos extras enquanto escolhia uma para que eu montasse. Por ser do esquadrão de Erwin eu sabia vagamente a direção em que seguir e as pegadas depois disso também nos ajudaram.

Em algum tempo conseguimos avistar a formação original.

-Estamos salvos – eles disseram e comemoraram alguns até choraram e eu não julguei afinal a sensação de alivio também me tomou. Olhei para a esquerda e vi mais três cavalos, eram Erwin, Mike e Levi.

Não precisava de muito para entender o que tinha acontecido com Flagon e o restante. Nos aproximamos do grupo dele para seguir em conjunto

Erwin me olhou de canto de olho e deu um aceno de cabeça era claro que eu tinha passado por muita coisa até chegar ali, Mike também sorriu mas não disse nada.

Levi me encarou assim que emparelhei o cavalo com o dele. -Você está um lixo – ele comentou.

-Não muito melhor que você eu diria.

Ficamos em silêncio, apesar de parecer um troca de farpas de alguma maneira eu entendia que era uma empatia mútua. E que agora ele realmente entendia qual era o dever da tropa de reconhecimento.

Lovof era um assunto encerrado e só me restava uma coisa... Encontrar Arlo.






N/A: Até a próxima!

Obrigada por ler até aqui!

Xx

Raison D'être - (Levi Ackerman x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora