Ponto Final

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* 3° Pessoa *
Alerta de gatilho: intenção de estupro


O fogo já havia consumido uma boa parte do local do leilão, uma fumaça acinzentada se erguia aos céus com nuvens de chuva, deixando para trás fuligem e cheiro de queimado. O brilho alaranjado era a única coisa que iluminava uma vez que a lua estava escondida atrás de uma espessa cortina de escuridão.

No palco improvisado, a madeira rangia com a força dos golpes aplicados. Tinha sangue espalhado vertendo como a nascente de um rio, mas diferente de anos atrás não pertencia a uma única pessoa e sim, a duas.

Olhos cruéis veriam a cena como uma dança, Huxley ainda agarrado a marreta a girava teatralmente enquanto [Nome] usava de uma pequena lâmina para abrir talhos no homem que a ameaçava. Sentia o braço doer de um golpe que recebeu anteriormente, mas nada importava, estava lutando por sua justiça. Avançava para honrar a memória de seus pais e feria para vingar as crianças que foram presas, arrancadas de suas famílias e jogadas num mundo de moléstia.

-É tudo isso que tem para mim [Nome]? - o homem perguntou olhando o próprio corpo magro com cortes. Passando os dedos sujos por uma ferida os molhando com sangue e levando a própria boca. -Não é tão boa quanto achei que fosse, espero sua performance seja melhor para outras coisas.

Ela fechou ainda mais a mão na empunhadura da lâmina, a boca selada sem proferir uma resposta. Os golpes dele eram lentos por conta do peso, mas o cabo de madeira estava sendo um problema, bloqueava, servia de contra-ataque e mantinha o equilíbrio de Huxley provendo precisão e força em seus ataques.

[Nome] não era tola, tão pouco lutava com descuido, na sua mente cada movimento e ataque havia sido planejado e guiado em direção a um desfecho onde a vitória sorria para ela. Só precisava do momento certo.

-Quer saber porque fomos à sua casa aquela noite? - perguntou começando a andar em círculos em volta da mulher, como um predador encurralando sua presa.

-Fomos contratados para recuperar algo, uma coisa roubada da coroa. Sabia que a sua família de merda não passa de um bando de ladrões?

-Sim claro - respondeu [Nome] com sarcasmo - E você é o justiceiro, encarregado dessa grande missão honrosa. Não se deixe enganar Huxley, não estou aqui pelo passado.

Já estavam de papinho a tempo demais, os trovões que ecoavam pelos céus avisaram que o tempo estava acabando. A mulher precisou investir contra ele para tentar criar a chance que precisava, Huxley bloqueou o ataque com o cabo de madeira perdendo algumas lascas quando a lâmina se afastou.

Em resposta ao seu ataque girou a marreta mirando na cabeça, ou pelo menos foi o que [Nome] pensou a princípio, sentiu o choque contra o ombro de maneira tão brutal que não conseguiu evitar de cair no chão com o um ganido de dor.

Na sua frente Huxley estava se preparando para dar seu último e clássico golpe, mas ao ver a imagem da jovem no chão, parou. A dor era visível em sua feição, segurava o ombro mas mesmo assim tinha os mesmos olhos que o visitava em sonhos a anos.

Apoiou a marreta do lado antes de sentar no abdômen da garota e envolver aquele lindo pescoço com as mãos, pele sedosa debaixo dos seus dígitos o fez imaginar que o restante daquele corpo jovem devia ser ainda melhor. Reviveu o prazer de matar os pais da garota por anos, como um vício, mas ter a sobrevivente ali entre suas pernas se debatendo e incapaz, era algo totalmente novo.

Forçou ainda mais as mãos, tudo seria mais fácil se [Nome] estivesse inconsciente.

Huxley estava tão absorto em seus pensamentos perversos, tão embriagado pelo deleite doentio que não reparou na mão esticada alcançando o cabo da marreta. Ele não teve tempo de ver o golpe chegando às suas costelas, recebendo o impacto diretamente.

Raison D'être - (Levi Ackerman x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora