The Anger

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Gente, essa é minha segunda au, no Twitter tem uma aberta também, vão lá ler @anycsr
PFV comemtem muito o que estão achando, espero do fundo do meu coração que gostem e apesar de tudo que tá rolando no bbb seguimos mais fortes do que nunca.
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Aquele era um dia de extrema importância. Vários fotógrafos e paparazzis se encontravam do lado de fora do tribunal  de São Paulo. Todos comentavam o acontecimento com certeza histórico: pela primeira vez na história de milhares de processos recebidos, a empresária Sarah perdeu a causa.

— EU VOU MATAR AQUELA VAGABUNDA, EU JURO. Disse a Loira alta disse entrando pela porta de seu escritório executivo, pegando um vaso de tulipas brancas com água e acertando-o contra a porta.
—Sarah, você precisa se acalmar, foi só uma causa perdida em meio a tantas que já ganhamos. Disse a advogada de Sarah tentando acalmá-la de longe pois sabia que quando Sarah ficava cega de raiva era como dois cães que brigam, perdem totalmente a racionalidade e qualquer tipo de empatia.

—CALMA CARLA? ELA ACABOU COM A MINHA CARREIRA! Respondeu a loira ainda gritando  com todas as veias de seu rosto saltadas mostrando o quanto a fúria lhe inundava naquele momento.
—Foi só um caso, logo a mídia esquece! Disse a mais baixa ainda transparecendo calma na voz.

—MAS EU NÃO VOU ESQUECER! —Aliás... Completou Sarah —VOCÊ ESTÁ DEMITIDA!
—Você sabe que não pode me demitir porque temos um contrato de 5 anos né? Disse Carla rindo mas se encolhendo no canto da sala, pois sabia que ao terminar a frase poderia ser acertada por qualquer coisa ali, até mesmo o louboutin no pé da loira.

—ENTÃO SOME DA MINHA FRENTE, VÁ PRA PUTA QUE PARIU SEI LÁ! Disse ainda gritando já com a voz rouca.
Carla em um segundo de coragem se aproximou da loira a abraçando pelo lado. —Acima de ser sua advogada eu sou sua melhor amiga e Sarah, você precisa se acalmar, não é o fim do mundo. Eu entendo a sua fúria e a sua indignação, mas coisas assim acontecem e você só não sabe porque é a primeira vez na vida que perde, mas acredite, a vida não é feita só de vitórias.
—Eu não nasci pra perder, não aceito perder. Respondeu para a mais baixa ainda presa em seu abraço e sem coragem de encará-la.
—Eu sei que não, mas precisa entender que todo mundo tá aqui pra errar e perder as vezes. E tá tudo bem chorar, sei que está decepcionada e puta. Se mostrar vulnerável nem sempre é ruim. Estamos só eu e você aqui! —completou Carla vendo os olhos marejados de Sarah.
—Sarah se permitiu chorar nos braços da melhor amiga por alguns instantes. Era incrível como Carla a desfazia. Com Carla ela podia ser a Sarah que ninguém mais conhecia, descia do salto, era como uma menina de 15 anos apesar de ter 29.
Carla e Sarah se conheceram aos 8 anos quando Sarah de mudou de Brasília para o condomínio onde Carla morava. As duas estudaram juntas depois de muito insistir para os pais do 4° ano do ensino fundamental até o último ano do ensino médio. Viajaram, fizeram loucuras, intercâmbio, enfim, eram as duas contra o mundo, sempre foi assim.
Sarah cresceu ouvindo seu pai ler o príncipe de Maquiavel para ela antes de dormir. Foi criada por dois magnatas que fizeram de Sarah pior que os dois. A loira sabia como controlar uma situação, como invadir a cabeça das pessoas e sempre foi assim. Mas quando estava com Carla, a empresária imponente que impunha medo a todos que se aproximavam sumia por completo. 

Enquanto isso do outro lado da grande São Paulo...
—MEU DEUS JULIETTE EU NÃO ACREDITO QUE A GENTE CONSEGUIU! —Exclamou em alta voz a morena de franja.
—SIM, A GENTE CONSEGUIU THAIS! —Juliette respondeu enquanto pegava Thais no colo após a outra pular encima dela em um impulso.
—Eu tô muito feliz, sério, não só por termos ganhado mas principalmente porque eu processei a SARAH FUCKING ANDRADE e ainda ganhei!
Juliette olhava para a de franja e só conseguia rir de tamanha empolgação.
—Nem eu acredito que consegui essa proeza—Disse juliette rindo.
—Eu tô! muito feliz, mas com muito medo, afinal mexer com o ego da Sarah é como dar um tiro na própria cabeça. Ela vai tentar fazer um inferno na minha vida e na sua também  viu. Disse Thais colocando o dedo indicador no nariz de Juliette.
—Eu não a conheço muito bem, só de ouvir falar, mas pelo que pude perceber ela parece o cão, visse? Disse juliette terminando com uma risada.
—Eu e Sarah nos conhecemos desde o quarto ano. Éramos muito próximas, eu, sarah e Carla, a advogada dela, mas depois de alguns desentendimentos no oitavo ano acabamos nos afastando. Continuamos convivendo até o último ano mas não era a mesma coisa. Depois que terminei a faculdade sabia o quão boa era Sarah, ela sempre foi extremamente profissional apesar da péssima pessoa, então decidi que queria que a empresa dela cuidasse da gestão da clínica . Como você sabe tivemos alguns problemas de comunicação, e bem, o resto você já sabe.
—Imagino que seja tenso, mas e você e Carla? Você nunca me falou dela, thata!
—Bom nós éramos muito próximas, até que aquele desentendimento todo aconteceu. Eu comecei a gostar da Carla, não foi recíproco e as coisas desandaram com elas. Depois de um tempo ela apareceu namorando com o Arthur e hoje, bem, ela é casada com ele né. Depois daquilo eu nunca mais tive qualquer conversa pessoal com ela, apenas nos falávamos quando precisávamos resolver algum detalhe profissional da gestão.
—poxa, sinto muito que isso tenha acontecido, mas parece que ela te olha estranho, com um olhar diferente, um olhar pidão como se implorasse pela amizade de vocês de volta. Posso estar errada mas é o que percebi.
—você tá viajando Ju —disse a mais baixa.
—tá bom, negue o quanto quiser, mas se fosse você tentaria resolver as coisas com ela.
Voltando ao imenso prédio espelhado...
—você sabe que eu estou aqui pra você né, como sua advogada, como sua confidente, como sua amiga, irmã, vizinha, como mãe quando você precisar —disse Carla a Sarah enquanto secava as lágrimas da mais alta com um lencinho cor de champanhe. —e pare de chorar, já acabou seu luto por perder. A noite a gente vai sair pra beber e comemorar a grande gostosa que você é. —completou a menor arrancando uma risada de Sarah.
Assim que Carla saiu do escritório Sarah deu a volta em sua mesa se sentando na imensa cadeira executiva atrás da mesa de quase dois metros cruzando as pernas em uma postura ereta. Pegou o telefone em sua mesa e o colocou no ouvido discando um número.
—Pois não Sarah? Disse a voz do outro lado da linha.
—preciso de um favorzinho seu. Respondeu Sarah com um sorriso malicioso. Lá estava ela de volta, a poderosa Sarah Andrade destruidora de quem ousasse passar no caminho dela.
Após desligar o telefonema Sarah virou se em sua cadeira para a imensa paisagem atrás dela protegida pelo blindex que já de fora a fora na parede, suspirou e disse: —Vamos ver se você ganhou mesmo.

Obcecado | AU SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora