Lar Doce Lar

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Voltei hehe...
Como já expliquei, tá bem corrida a minha vida, então não tenho prazo pra att mas vou tentar atualizar sempre que possível. Amanhã a noite provavelmente sai uma att que vai ser um pouco mais longa e tem bastante cojsa, principalmente o que vocês mais vem aguardando rsrs... Se cuidem e até a próxima!!
Um xero
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Duas semanas se passaram desde que Sarah havia acordado. Tudo estava incrivelmente bem, Sarah voltou aos poucos a fazer o que fazia antes, até mesmo andar. Ela e Juliette estavam cada vez mais próximas e uma amizade linda nasceu ali. Para Sarah parecia errado e perigoso levar em consideração o desejo que sentiam uma pela outra, mas Juliette ainda remoía aquilo dentro de sua cabeça todos os dias.

—Tudo pronto. —A morena disse com uma mala em suas mãos sorrindo para Sarah.
—Ai como eu sinto saudades da minha casa, da minha banheira, meu whisky... —A loira dizia de olhos fechados parecendo se imaginar de volta a sua casa. Lá era sua fortaleza, onde ela podia ser ela mesma sem se importar se isso feriria a sua autoridade ou não, sem se importar se seria julgada. No entanto, em uma fração de segundos o sorriso de orelha a orelha da loira foi desfeito e substituído por uma expressão fechada, quase indecifrável.

—E aí, hein Sarah, finalmente você vai sair daqui. —Bil disse abraçando a cintura de Juliette por trás e deixando um beijo em sua clavícula que estava descoberta pela blusa de manga longa de ombro a ombro.

—É, finalmente. —A loira respondeu com um sorriso falso tentando forçar simpatia.  Juliette já sabia o quanto o clima ficava pesado quando havia um diálogo entre eles, então sempre que possível tentava cortar e mudar o assunto.

—Bom, vamos Sarah? —A morena disse estendendo a mão para a outra que estava sentada na cama.

—Podem ir, eu vou no meu carro, Carla deixou aqui mais cedo. –Ela respondeu seca já não tentando mais disfarçar o humor nada agradável.

— Sim, eu sei, nós vamos nele, você não está em condições de dirigir, Bil dirige.

—Não precisa, de verdade, eu tô bem. —A loira respondeu enquanto desviava o olhar para um ponto qualquer.

—Não é um pedido, vamos logo!
A loira apenas bufou e pegou sua bolsa que estava na poltrona da janela saindo entre Bil e Juliette. O caminho no carro foi de absurda tensão. Bil foi dirigindo com Juliette ao seu lado e Sarah atrás. Vez ou outra em um sinal vermelho o homem deixava um beijo em Juliette e foi o caminho todo segurando sua mão. A morena por outro lado tentava sempre escapar pois sentia seu corpo queimando com os olhos furiosos de Sarah que a encaravam lá de trás sem nem se quer tentar disfarçar.

Juliette era dela, o carro era dela. Ele estava tocando e usando coisas que em sua concepção eram de sua posse.

Ao chegarem na enorme casa, Sarah logo entrou e foi em direção a escada para subir sem dizer se quer uma palavra
—Hey Sarah, espera aí, eu vou te ajudar a subir. —A morena disse deixando a bolsa no sofá.

—Não precisa, eu posso fazer isso sozinha, não sou nenhuma inválida. —Respondeu a outra ríspida.

—É sério isso? Eu fiz tudo o que eu fiz pra você me tratar assim?—Juliette respondeu cruzando os braços enquanto negava com a cabeça forçando o cenho.

—Olha, eu nunca te pedi nada, você fez porque quis. —Respondeu sem pensar.
—Tá Sarah. —disse a morena virando-se para trás indo em direção a porta já com sua bolsa de volta em mãos.

—Ju, me... Me desculpa tá, é muito difícil isso, eu não queria te magoar, só por favor... Entende que é difícil pra mim. —Ela dizia passando as mãos no cabelo como se percebesse que havia errado.

—Eu entendo, mas isso não te dá o direito de me tratar assim. Só espero que não aconteça novamente.

As duas subiram as escadas juntas e em silêncio enquanto o namorado da morena ficou sentado no sofá da sala mexendo no celular.

—Ju. —A loira disse já deitada na cama enquanto a outra ia em direção a porta para sair do quarto.

—Oi? —Disse com um sorriso fraco.

—Obrigada por tudo, de verdade mesmo.
Juliette apenas sorriu novamente e saiu do quarto deixando-a sozinha. Sarah não entendia bem o que acontecia dentro dela quando via Juliette, quando pensava nela. Seu corpo tremia, se aquecia em uma fração de segundos. Sentia um frio na barriga absurdo que nunca tinha sentido antes. Isso era muito estranho e novo para ela, e por mais que ela tivesse vontade de entender queria fugir o máximo que pudesse disso, pois sabia que um sentimento como esse mudaria tudo, tudo o que ela acreditava, tudo o que pensava e de jeito nenhum era uma opção sair de sua zona de conforto.
Sete dias se passaram desde que Sarah teve alta e a relação da mesma com Juliette se mantinha na mesma. Já estava caindo na rotina e Sarah sempre cortava qualquer contato que sentisse que talvez servisse de munição pra um sentimento maior. Mesmo que ela soubesse que esse sentimento já estava plantado dentro de si e germinando, ela negava a si mesma que sentia isso. Juliette passava o dia trabalhando mas fazia isso de forma virtual, pois passava o dia na casa de Sarah e só ia dormir em casa. Na verdade até que ela se sentisse confortável para dormir sem Sarah demoraram cinco noites pois ela sempre acordava no meio da noite com pesadelos e aparecia na porta de Sarah de pijama.

A loira ainda não podia ir para empresa trabalhar, então decidiu assim como Juliette retornar a suas atividades de forma não presencial. Ela passava o dia lendo contratos, assinando, e em reuniões, e por isso apesar de Juliette estar ali um andar abaixo ou vez ou outra no jardim elas quase não se falavam durante o dia.

—Ei Sarah! —Juliette disse apenas com a cabeça na porta do escritório, mas logo abriu e entrou com uma bandeja.—Trouxe seu almoço. Jussara fez capeletti ao molho branco que eu sei que você ama e um suco de acerola.

—Depois eu como Ju, obrigada, pode deixar aí. —A loira disse sem tirar a concentração da tela do computador a sua frente.

–Você precisa comer chuchu, não comeu ainda e ontem só almoçou. Eu tô preocupada com você... Como você vai se recuperar assim?

—Tá tudo bem, não se preocupa, eu estou bem e depois eu como, de verdade.
Juliette em silêncio colocou a bandeja encima da mesa e rodeou a mesa que ficava no meio do escritório. Antes que Sarah pudesse hesitar a morena sentou-se em seu colo e segurou em seu rosto tirando assim a atenção da loira do computador e roubando-a para si.

—Meu amor, você sabe que precisa comer, não me faça pedir de novo. —A morena dizia com uma voz meiga e atenciosa mas ao mesmo tempo autoritária enquanto fazia um carinho delicado no queixo da mais alta. Sarah tentou voltar sua atenção ao computador, mas Juliette alcançou o prato na bandeja e colocou o garfo com comida em sua boca.

—Ai Juliette, eu já disse que não quero comer, não tô com fome. —A loira disse tentando parecer irritada, mas Juliette sabia bem que tudo aquilo era pra disfarçar o que no fundo ela sentia. E como sabia.

—Você vai comer sim. —Colocou uma garfada de comida em sua própria boca. —Porque hoje... Hoje eu que mando tá bom? —Completou.

Sarah apenas assentiu com a cabeça e comeu enquanto Juliette lhe levava a comida a boca.

—Viu galega, tu não morreu. —A morena disse colocando o prato vazio de volta na bandeja.

—É, agora eu preciso trabalhar. —Sarah disse voltando a atenção ao monitor por cima dos ombros da mulher, já que aparentemente ela não sairia dali tão cedo.
—Tá ué, pode trabalhar. —Respondeu a mais baixa pegando seu celular no bolso da frente da jardineira que usava.

Quase que inconscientemente a loira começou a acariciar a coxa descoberta em um buraco rasgado do da jardineira da outra enquanto usava o mouse com a outra mão. Era incrível como mesmo que inconscientemente ela dependesse do toque de Juliette, de estar com ela.

—Sarah eu não estou, meu Deus eu vou... —Tentou dizer tampando sua boca e correndo do colo de Sarah para o banheiro do escritório.

Sarah preocupada mais que depressa se levantou e foi atrás da morena que vomitava agachada ali.

—Ju, meu Deus, você tá bem? Tinha alguma coisa na comida que você não pode comer?

Obcecado | AU SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora