Continuando...
—Sarah?
Juliette não podia crer no que via, não podia ser real. Aquilo só poderia ser uma alucinação, um sonho. Isso, um sonho. Ela dormiu ali e esse era apenas um sonho.
A fim de tentar enxergar melhor o que estava ali diante de seus olhos, Juliette os coça e arregala, pensando mais uma vez que aquilo só poderia ser uma miragem. No entanto não, era tudo bem real, e ela caiu em si quando sentiu uma mão gélida tocar seu pulso direito. Era a mão dela, era a pele dela. O sangue que corria dentro dela, dentro de Sarah. Juliette paralisada encarava os olhos verdes sem saber o que fazer ou como agir. Ela esqueceu completamente todo o protocolo que treinou por meses para quando Sarah acordasse, ali nada daquilo mais importava. No entanto a morena foi tirada de sua bolha quando os aparelhos começaram a apitar. Sarah apertou forte a mão de Juliette e sua pele ficou ainda mais pálida que antes. Juliette em meio ao desespero e sem saber ao certo o que fazer, quase que de forma automática correu para a outra lateral da cama e acionou o botão de emergência. A loira mexia os olhos rapidamente algumas vezes enquanto parecia não receber oxigênio suficiente em seus pulmões. Os olhos que antes estavam rápidos diminuíram os ritmos e piscavam lentamente, até que se fecharam por completo.
Sarah engasgou com o tubo, e por isso acabou vomitando, fazendo com que o líquido gástrico fosse para seus pulmões por meio da intubação. Devido ao caráter ácido do suco gástrico, as funções pulmonares de Sarah foram reduzidas, o que fez com que ela tivesse a respiração cortada, vindo então a perder a consciência que recuperou há pouco tempo.
Do lado de fora do quarto, Juliette andava de um lado para o outro, tentando pensar em algo, tentando lembrar o que deveria fazer, mas ela não era capaz de completar se quer um pensamento ou raciocínio naquele momento. A única coisa que passava por sua cabeça era que Sarah havia passado três meses em coma e agora poderia realmente ir, tudo por causa de um maldito tubo.
Perdida em sua ansiedade ela nem se quer percebeu que Bil havia chegado ali. O homem perguntava a ela o que tinha acontecido e a mesma nada respondia, apenas continuava a andar de um lado para o outro enquanto mexia repetitivas vezes no pingente de lua na gargantilha em seu pescoço.—EI EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ!—O homem falou exaltado já sem paciência enquanto chaqualhava Juliette pelos braços.
—POR QUE VOCÊ TÁ GRITANDO COMIGO? —De forma inconsciente a morena respondeu em alto tom ao homem.
—Desculpa amor, mas o que aconteceu, me conta? Você está aí andando assim tem minutos já, não fala nada... Por que você não tá lá dentro? Aconteceu alguma coisa? Sarah morreu?— Nunca mais diga isso. —A morena respondeu ríspida e entrou no quarto de Sarah vendo que o médico havia aberto a porta, deixando o homem para trás.
Quando Juliette se virou de costas para a porta, ela encontrou uma Sarah diferente. Seu rosto agora era corado, parecia ter mais vida. Os tubos já não estavam mais lá, apenas o oxigênio em seu nariz. A cama estava inclinada, fazendo com que Sarah ficasse levemente sentada, mesmo dormindo.—Ela está sedada, mas em alguns minutos a sedação acabará e ela acordará. –O médico respondeu e prosseguiu explicando para Juliette o que havia acontecido. Tendo terminado, ele e sua equipe se retiraram dali e apenas Juliette e Sarah estavam ali. Dessa vez Sarah estava ali de verdade, ela sabia disso e parecia até uma alucinação.
Depois de tantos meses, ver aqueles olhos verdes, ouvir a voz dela, sentir o toque dela... Parecia tudo incrível demais pra ser real. Juliette se aproximou da cama de Sarah pelo lado esquerdo e segurou uma das mãos da loira, entrelaçando seus dedos. Ficou ali admirando o belo rosto da loira, como havia passado meses fazendo. De repente Juliette percebeu uma movimentação dos olhos de Sarah, o que evidenciava que ela acordaria.
Os olhos de Sarah pareciam um mar. Mar esse que Juliette seria capaz de se afogar naquele momento.—Oi Galega. —A morena disse com a voz baixa e um sorriso singelo no rosto e com os olhos já marejados. Sarah apenas sorriu com os lábios fechados e tentou dizer algo, mas devido ao tempo que havia ficado entubada sua garganta irritada coçou e a mesma começou a tossir.
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Obcecado | AU Sariette
أدب الهواةApós perder um processo no tribunal para um cliente, a importante empresária Sarah Andrade, presidente executiva e dona da Balv medical se consome em ódio da advogada do cliente Juliette Freire, entrando em uma tremenda obsessão pela advogada dona d...