Obcecado | AU Sariette

Paixão

A paixão é sem sombra de dúvidas o sentimento mais intenso que podemos ter. Ele se difere do amor, que geralmente é calmo, sereno. A paixão não. Ela é forte, ela te cega. Ela te faz colocar tudo em jogo, apostar todas as suas fichas mesmo que isso te custe a vida.

Se apaixonar pode te faz se sentir vivo, mesmo quando a única prova de vida ali é a sua respiração. Ela te leva muito além, te faz ver esperança onde não tem.

Se apaixonar pode ser incrível. Você pode se apaixonar pelo amor da sua vida, casar, ter filhos e ser feliz. No entanto, muitas vezes se apaixonar te tira tudo aquilo que você já tem. Seus sonhos, sua saúde, sua vida.

Você já ouviu falar sobre a teoria de que existe o amor da nossa vida e o amor pra nossa vida? Pois bem. Muitas vezes ambos são encontrados na mesma pessoa, mas por vezes eles se separam. Às vezes o amor da nossa vida nos é tirado e nos resta apenas o amor pra vida. Existem casos onde ele não nos é tirado por definitivo, mas não encaixa. Por mais que os dois queiram, sintam tanto um pelo outro, é como duas peças de quebra cabeças distintas. Por mais que você tente encaixar, e por um tempo até pareça que encaixou, é apenas algo temporário. É uma bomba prestes a explodir e destruir as metades. Talvez para sempre.

Você, Sarah, é o amor da minha vida. Mas eu quero que você seja pra minha vida. Por favor não me deixe.

Com amor, Juliette.

Juliette escrevia aquelas palavras enquanto as lágrimas caiam pelo seu rosto. Ela intercalava entre olhar para o papel e aquela Sarah que dormia serenamente com os cabelos espalhados pela cama.

Não podia ser real, não era possível que mais uma vez ela estivesse naquela situação.

Espera, você ainda não sabe como isso aconteceu né? Certo, vamos voltar alguns dias, quase uma semana pra ser mais precisa:

..

5 dias antes

Juliette fechou os olhos já em um choro alto e desesperado apertando a arma em mãos e um disparo foi ouvido. A morena soltou a arma nas mãos. Aquele som ecoava em seu cérebro. Parecia que todos os seus reflexos ficassem em segundo plano, exceto sua audição.

Antes que a moça de cabelos castanhos pudesse assimilar o que havia acontecido, outro deparo ecoou por entre as paredes da alta sala.

Ela não conseguia ouvir nada, apenas se virou pra trás e encontrou bil com o corpo estirado ao chão. Por trás do homem escorria sangue, fazendo com que ele ficasse em uma poça que lentamente se espalhava. Olhando para a sua frente, estava ela. Seu corpo mais uma vez ali no chão.

No momento em que Juliette apertaria o gatilho, Bil foi mais rápido e o fez, acertando um tiro próximo ao ombro esquerdo de Sarah. No entanto, segundos depois, Lucas que havia adentrado a casa disparou contra o mesmo em seu abdômen por trás na sutura do fígado.

—Meu amor, por favor, acorda!—Juliette pedia em lágrimas enquanto acariciava o rosto de Sarah. A morena tentava estancar com uma das mãos  o sangue que corria solto por sua camisa azul colarinho.

Em poucos minutos Juliette pode ouvir os barulhos das sirenes. Mas era tudo muito longe. Ela só queria Sarah de volta, aquilo não podia ser real. Os paramédicos se aproximaram e tentavam tirar a morena de cima de Sarah, no entanto ela se negava a deixá-la. Foi preciso que a levantassem, e usassem certa força para pegá-la no colo e a afastar.

Point of view Juliette

Eles estavam levando ela. Sarah. Minha Sarah. Eu sentia os braços sendo segurados. Eu queira correr pra ela, queria resgatá-la.