The Black

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Aquela cena se passou na mente de Sarah como um flash, fazendo a mesma engolir seco enquanto desviava o olhar para o teto. Quando a porta se abriu Sarah saiu dali fusilada, odiando a morena e a si mesma por se permitir pensar naquilo. Juliette saiu logo atrás parando pouco depois da porta do elevador enquanto encarava Sarah andando pelo corredor com as mãos na cintura e uma cara confusa.
-Que foi porra? Achou bonito tira uma foto! Disse a loira gritando com Juliette e logo em seguida entrando em seu escritório e batendo a porta atrás dela.
Sarah, em um ato de fúria pegou um vaso com tulipas, que dessa vez as flores eram rosas jogando-o contra a parede. Sarah tinha o péssimo hábito de quebrar coisas quando se enfurecia com algo ou alguém, ou quando era frustrada, aborrecida ou contrariada. Juliette ainda do lado de fora da porta deu um pulo assustada quando ouviu o estrondo dos cacos contra a porta de Sarah mas nem ousou se aproximar da porta, pois sabia que se assim fizesse corria até risco de morte.
POV JULIETTE
Depois que terminei de resolver todas as documentações com o financeiro desci até o andar térreo do lugar e fui para o estacionamento em direção a minha BMW x1. Quando eu havia chegado não havia percebido a merda que eu havia feito. Isso mesmo, uma merda. Provavelmente eu sairia morta daquele estacionamento.
Quando cheguei ao prédio não senti, mas ao entrar na vaga acabei esbarrando no carro ao lado que era uma Ferrari Black fosca lascando um pedaço da tinta de sua lataria absurdamente cara. -Tô fudida. Sim, foi isso que eu disse quando olhei para a parede a frente da vaga e vi a placa escrito "Vaga exclusiva da presidência executiva" aquele era o carro dela, e bem, ela não era minha maior fã. Fiquei sem saber o que fazer. Não sabia se fugia dali ou se esperava e encarava a loira que provavelmente me ameaçaria de morte. Imersa na minha confusão mental, ouvi distante o som do salto prada vermelho. Aqueles saltos eram tão finos que seriam capazes de matar alguém. De repente ouvi uma voz que me trouxe de volta em um susto:
-Que porra é essa? Exclamou a loira com uma cara furiosa. Seus olhos estavam mais verdes que o normal, duas veias saltavam em seu rosto que se envermelhou consumido em raiva.
-É... Eu... Me desculpa foi sem querer, mas eu vou, eu vou pagar, não se preocupa. Disse juliette gaguejando, temendo por sua vida.

Continuação...
-larga de ser burra, eu paguei mais que seu salário pra pintar esse carro! Disse Sarah ainda com a voz exaltada.


-É sério isso? DESCULPA SARAH EU JÁ DISSE QUE NÃO FOI POR QUERER! Disse juliette começando a aumentar o tom de voz. Se Sarah queria baixaria ela teria.


-Pra você é Sarah Andrade. Disse Sarah com o tom de voz mais baixo julgando juliette com o olhar de cima abaixo enquanto entrava no carro. Sarah bateu a porta da Ferrari com força e deu partida saindo dali cantando pneu ao ponto de sair fumaça das rodas esportivas.



POV JULIETTE


Eu não entendo, não entendo porque ela me odeia tanto? Tudo bem, eu acordei um gigante adormecido quando ganhei aquela causa, mas não é possível que seja só isso. Ela me olha como se fosse me comer viva, como se quisesse me incinerar viva.


Depois de um tempo assustada com a saída dramática de Sarah, entrei em meu carro e dirigi até em casa. Eu estava cansada, foi um dia muito corrido e ainda por cima tive que aturar aquele escândalo da Sarah.


Quando entrei pela porta, me sentia tão aliviada, lá era meu lugar de paz. Tirei meu salto preto do pé deixando-o debaixo do aparador ao lado da porta e me joguei no sofá com um uma caixa de donuts que comprei no caminho de casa.


-Ela é tão bonita. Falei em voz alta no apartamento com um sorriso tímido. Quando percebi o que tinha falado percebi que meu rosto corou. -Muito bonita né juliette, muito bonita, muito sem educação, muito grossa, egoísta, esnobe... Meu Deus é a pior pessoa que já conheci.



POV SARAH

Eu não podia acreditar no que aquela vadia tinha feito! Ela acaba com a minha carreira, arranha o meu carro, e agora? Ela vai tentar roubar meus órgãos? Meus funcionários? Eu apertava o volante do carro enquanto andava a 110 por hora na bandeirantes.


Quando cheguei em casa, subi as escadas exausta. Odiar as pessoas é cansativo também, sabia? Haha, ok isso parece patético quando dito em voz alta, mas é mesmo. Ser eu, ser Sarah Andrade tem um preço. O poder que tenho não veio da noite pro dia. Tudo bem que ser filha do Mattias Andrade e Cecília Alvera ajudou, mas nem todo mundo que ganha tudo de bandeja consegue manter. Abrir uma empresa é fácil, o desafio está em mantê-la, em continuar sendo respeitado. Muita gente me julga por ser assim, mas se eu não for assim posso perder o controle, pois acredite, tem muitos ali que tenho certeza de que sonham em ocupar a minha cadeira.


Administrar uma empresa como a Balv exige pulso firme, muitas vezes ameaça e grosseria. Foi assim que fui ensinada, foi assim que meus pais me ensinaram não a conquistar o poder, pois esse eu já tenho naturalmente, mas sim mantê-lo em minhas mãos.


Quando cheguei em meu quarto me joguei na cama pegando o celular para dar uma olhada no instagram. Decidi apagar a tela pra não correr o risco de tacar meu celular na parede, Afinal todos os tablóides de fofoca só falavam de como eu tinha perdido aquela causa e isso me trazia todo aquele sentimento de raiva, mas chega, eu não o queria ali agora. Fui tomar um banho rápido de banheira e desci pra jantar.


-Boa noite srita Sarah. -disse a mulher que servia seu prato com arroz, strogonoff de camarão e salada de rúcula com tomate cereja.


Boa noite Jussara. -Sarah disse com um sorriso amigável. Apesar de ser rígida, seus pais lhe ensinaram com quem valia a pena ser educada e gentil, e que com esses era essencial demonstrar carinho.

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Capítulo curtinho mas dependendo da interação de vocês eu público mais hoje ainda!!!

Obcecado | AU SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora