Alicia Narrando
Entrei no carro e ele já foi dando partida. No caminho liguei pro Arthur e expliquei que eu tinha precisado sair com o pai dele de última hora, mas que havia deixado dinheiro pra ele e Luna jantarem pizza e que logo chegaríamos
Terror: Vamos adotar a garota? Tu tem certeza mermo?
Alicia: Você descobriu quem matou o pai dela?
Terror: Não me responde com outra pergunta caralho
Alicia: Vai se fuder! Tu descobriu ou não?
Terror: Não.
Alicia: Então pronto. Mataram o pai dela dentro do teu morro, a garota ficou órfã, o mínimo que a gente pode fazer é abrigar e ajudar na educação dela! Bruno, a menina tem 13 anos e não tem ninguém. EU não vou deixar ela sofrer mais ainda!
Terror: Tá porra, faz o que tu quiser. Mas de adolescente me enchendo o saco já basta o Arthur
Alicia: Promete que vai ser legal com ela.
Ele ficou calado e continuou focado na estrada
Alicia: Porra Bruno, custa ser legal com a menina? Ela é uma criança ainda, tomar no cu, chato do caralho
Terror: Vai se fuder também, se a menina for legal comigo, eu vou ser legal com ela. Se for chata quero ela fora do meu morro... Tá me ouvindo?
Revirei os olhos e desci do carro, vendo que estávamos em um lugar com muitas árvores e no final do terreno tinha um casarão
Alicia: Onde a gente tá?
Terror: No sítio do teu pai. Seguinte, JK tá lá dentro - apontou pra um galpão - a situação dele não tá das melhores, já implorou pra morrer e os caralhos...
Alicia: É assim mesmo que eu gosto.
Não faço do tipo que participa da tortura, ele implorou pra morrer? Que assim seja. A porta do galpão foi aberta e já fui disparando contra o mesmo, descarreguei a Glock toda na cara dele, fazendo todos olharem pra mim... Quando dei o último disparo entreguei a Glock na mão do Bruno
Alicia: Eu não tenho tempo pra emoção. Me trouxe aqui pra matar ele? Trabalho tá feito. Agora me leva pra casa!
falei vendo meu pai caminhar na nossa direção
TH: Iai Terror, tá feliz? Conseguiu o que tu queria! Minha filha agora tá com as mãos sujas de sangue igual todo mundo aqui
Não esperei o Bruno responder e já me antecipei na fala
Alicia: Pois é pai, por ele respeitar minhas escolhas, eu me igualei no teu nível. Boa noite.
Falei e saí andando em direção ao carro, por mais que eu buscasse dentro de mim, eu definitivamente não sentia se quer um sentimento de culpa... Ele matou o meu filho e eu o matei, sempre temi a frieza dos assassinos e hoje mais uma vez eu tirei uma vida, a única diferença é que eu não estava em uma troca de tiros ou algo do tipo, não posso colocar culpa na adrenalina, fui tomada pelo ódio a ponto de disparar friamente várias vezes após o último suspiro do verme.
Despertei dos meus pensamentos com o Bruno entrando no carro, o mesmo entrou em silêncio e logo deu partida... Pouco depois me surpreendi com a mudança de rota
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TIPO ESCOBAR - MORRO
Non-Fiction"Passo na favela, onde eu cresci Brota criançada que a favela merece sorrir Churras pra criança, Whisky pra nóis" Ele crescido no tráfico, treinado para matar. Ela batalhando desde sempre para ter uma boa vida. Ambos tem em comum, o temperamento for...