Alicia Narrando
Eu juro que tento fazer a minha parte e viver em harmonia com o Bruno, mas ele não faz, se quer, um esforço mínimo para contribuir com essa harmonia, Luna estava bem triste com a atitude do pai, Arthur estava na dele, não quis muita conversa resolvi também não pressionar. A noite foi longa, Bruno se acha o bandidão mas ele é covarde quando se trata da família, ele sabia que eu estava bolada e não se deu o trabalho de aparecer em casa, nem pra vê se tava tudo bem, não ligou, não mandou recado, simplesmente, sumiu. Ele não me trata como a mulher que está ao lado dele, pelo contrário, ele me ver como a babá dos filhos dele que quando sente desejo, ele aproveita para tomar o corpo; eu não sei até quando vou aguentar isso, embora eu saiba que eu mesma me coloquei nessa situação... Fui afastada dos meus pensamentos ao ver a porta do quarto ser aberta, ele tinha a camisa no ombro deixando seu abdômen, bem desenhado, totalmente a mostra junto as várias tatuagens que cobriam seu corpo, ele olhava atentamente seu celular e logo seu olhar encontrou o meu, sou completamente apaixonada por esse homem, o olhar dele me invade e me provoca diversas sensações a cada vez que nos permitimos estar juntos.
Terror: Bom dia, porra, foi mal aí, acordei tu?
Alicia: Bom dia, teria acordado, se eu tivesse dormido
Terror: Coé não dormiu? - neguei com a cabeça - Ih porra, se não dormiu, tava fazendo o que?
Alicia: Esperando tu voltar, seu idiota
Ele passou a mão no rosto, aparentemente nervoso
Terror: Jaé, te mandar o papo reto, não tava e não tô afim de brigar, passei a noite na boca, quiser confirmar o álibi liga pro Mt
Alicia: É, quem diria que pra eu acreditar na tua palavra precisa ter a confirmação de uma testemunha. Se tua solução é continuar fugindo dos teus problemas, é melhor mudar a estratégia, tu não é homem o suficiente pra carregar a porra de uma arma na cintura? Pois seja homem o suficiente de bater de frente com teus problemas. A Luna não aguenta se quer ouvir o teu nome
Terror: Ihhhh lá vem, Coé isso ai não é culpa minha, é culpa da consciência pesada
Alicia: Tu pode ser um pau no cu do caralho comigo - ele me encarou - mas seja transparente com sua filha, aja como um adulto, já que você é um. Tu mentiu pra mim, ela não merece conviver somente com esse teu lado de traficante temível.
Terror: Ela tava desfilando na garupa daquele menózinho de merda, entende meu lado também Alicia, porra, a garota tá errada, aceita!
Alicia: E tu já explicou o porque de ela está errada? Tu parou pra conversar e perguntar o que ela sente pelo menino? Tu tentou ouvir ela? NÃO! Tu só agiu por impulso, só deu patada, só deixou a emoção falar mais alto. Ela é jovem, isso faz parte do ciclo da vida, ela é uma menina entrando na adolescência que está aprendendo a lhe dar com os sentimentos, eu sei que por trás dessa casca aí, tem alguém que sabe que tá errado.
Terror: Ela é só uma menina Alicia
Alicia: PARA - ele me encarou assustado após o meu grito - para, de mentir pra si mesmo. Tu sabe que está errado! Ela precisa de orientação Bruno, não de um pai maluco que pretende eliminar todo menino que ela gosta! Abre o olho, tu tá perdendo ela, me diz algo que tu sabe sobre ela
Terror: Jaé, ela ama sorvete de creme com passas, mas quando vai comer, ela tira todas as passas e come apenas o creme
Alicia: foi ela que te contou isso? - ele negou - tu percebeu sozinho? - o mesmo concordou - eu tô falando algo que tu sabe sobre ela, que ela mesma te contou. Tá vendo, ela não tem confiança pra te contar nada da vida dela, porque tu é um louco surtado que faz tempestade por causa de ciúmes besta. Tu tá perdendo uma fase importante da vida dela, e quando tu perceber ela já vai ter ido por completo!
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TIPO ESCOBAR - MORRO
Non-Fiction"Passo na favela, onde eu cresci Brota criançada que a favela merece sorrir Churras pra criança, Whisky pra nóis" Ele crescido no tráfico, treinado para matar. Ela batalhando desde sempre para ter uma boa vida. Ambos tem em comum, o temperamento for...