04 - Meu escudo é deus!

899 35 1
                                    

Alicia Narrando

Peguei as coisas que o Moreno trouxe e voltei para o quarto aonde a Ana Clara estava, estava terminando de fazer o curativo dela quando escutei um barulho, sabe quando tá maior silêncio e do nada um barulho faz tua alma sair pra fora do corpo... Pois é tomei maior sustão, virei e vi o Bruno falando com uma espécie de rádio

Radinho: Terror tem carga nova pra tu conferir

Terror: Fala tu MT, Coé a parada

Radinho: Coca e umas peça aí que tu pediu

Terror: jaé, tô ligado, segura aí que eu vou dá um jeito aqui no meu braço - falou olhando pra mim - e já encosto

Falou colocando o radinho na estante onde ficava a televisão e caminhando até onde nós estávamos

Terror: Boneca de satanás - falou com a Ana Clara - Moreno quer trocar uma ideia com tu

Alicia: Ela tem que ficar de repouso!

Falei cruzando os braços

Terror: Mermã eu tô falando com ela, se ela não quiser ir é problema dela. Porra metida! Bora faz teu trampo aí, que eu tenho que fazer o meu também

Alicia: É o seguinte aliado - incorporei nas gírias dele, que me olhou - eu tô aqui prestando um favor, e eu não sou tuas puta que aguenta abuso teu não. Então presta bem atenção aí, que eu posso muito bem fazer procedimento errado e te matar.

Terror: fia tu tá me ameaçando dentro da minha favela, é isso?

Alicia: entenda como um aviso. - enfiei a pinça no braço dele a procura da bala e ele me olhou feio - ACHEI!

Falei retirando o projétil, Bruno me olhava feio pela forma bruta que eu optei em fazer, mas não apresentava nenhuma expressão de dor. Terminei de fazer todo o curativo e fui passar as recomendações, mesmo sabendo que ele não ia seguir.

Alicia: Nada de fazer esforço durante as primeiras semanas, nada de consumir drogas ou álcool durante dois a três meses e tomar esses dois medicamentos que tão escritos ai - apontei pro papel em cima da cama - fazer apenas refeições leves e beber bastante água.

Terror: Mermã, meu escudo é Deus!

Falou e saiu, depois uma desgraça dessa morre e a culpa é da gente que não é uma boa enfermeira. Organizei minhas coisas, separei o que precisava ser higienizado, joguei fora algodão usado e etc... Resolvi descer pra procurar uma pia na parte externa da casa pra limpar pinça e outras coisas, fiz a higienizado das coisas e do lugar, guardei na maletinha e lembrei que não poderia ir embora sem a Ana Clara, sentei em uma poltrona na parte externa da casa mesmo, olhando pra piscina eu peguei no sono... Acordei com alguém puxando meu cabelo

Alicia: AI CARALHO

Terror: Fia tu tem uma boca suja ein, teu carro tá na entrada do morro é? Bo que eu tô generoso e levo tu

Alicia: Eu só saio daqui com a Ana Clara.

Terror: Então eu vou ter que adotar tu. Ana Clara do jeito que tá ali, acorda só amanhã e olhe lá se Iemanjá num quiser a oferenda de volta.

Cruzei os braços e fingi não ouvir

Terror: vou mandar um vapor encostar com roupa aí pra tu, tô ligado que tu trampou a noite e a madrugada todinha... Toma banho e dorme por aí, que eu tô indo fazer minhas parada

TIPO ESCOBAR - MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora