51 - Amor

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Terror Narrando

Sai cortando as ruas com a meiota, desviando dos corpos e entregando a Deus a alma dos irmãos. Tava furdunço, as coroa e as mina jogada ao lado dos cria, boca tava mó climão de velório, foi massacre, mas vida de bandido é essa. Não rendi papo pra ninguém, geral respeitou o silêncio, abri a porta e levantei o olhar indo de encontro a ela que tava sozinha, rosto vermelhão, sentada no canto da sala. Parei alguns segundos quando fitei a glock jogada em cima da mesa

Terror: Alicia, papo reto, tu não tentou...

Ela não deixou nem eu terminar a frase

Alicia: Eu achei que tinha te perdido. - ficou uns minutos calada e eu só olhando esperando ela falar - Achei que você tinha ido sem ao menos ter me deixado a vaga oportunidade de te explicar!
Eu não te trai Bruno. Eu jamais faria isso.

Terror: E porque caralho, tu agiu na esperteza e entrou nos meus arquivos levando todas as informações da minha favela pra uma sala onde geral a qualquer momento pode quer a porra da minha cabeça?

Alicia: Por amor Bruno!

Terror: Amor, Alicia? Que papo errado é esse? AMOR POR QUEM?

Alicia: Pelos meus filhos! Por eles, eu enfrento quem quer que seja! Por eles, eu morreria e mataria. Por eles, eu colocaria nossas cabeças na forca. E foi o que eu fiz.
Eu to pouco me fudendo pra esse comando, eu não ligo pra poder. Você acha que eu queria está assim? Eu tô grávida, no meio do fogo cruzado, e nunca quis isso! Eu só queria ter uma vida normal, poder dar para os meus filhos uma boa criação. Mas eu nem sei aonde eles estão! Tem uma criança aqui dentro Bruno, uma criança indefesa que todos os inimigos querem seu mau, desejam sua morte. Quando você passou por aquela porta, e demorou a voltar... eu achei que era o fim. Porque eu não sou capaz de enfrentar tudo isso sozinha, eu não sou capaz de ultrapassar essas barreiras sem você. Mas eu os amo. E se eu estou te dizendo isso, é porque meus filhos me fizeram ter forças para viver!

Terror: O que tu quer dizer com isso Alicia? Tá viajando? Tá maluca?

Alicia: Cecília voltou com um propósito, ela quer o Arthur! Mas eu jamais deixaria isso acontecer, faço e farei de tudo pra ela não colocar as mãos nele. A condição é eu está no comando, assim ela pode me usar pra ter acesso a você e as suas informações... em troca, ela ficaria distante do Arthur.

Terror: O que te garante que ela não meteria uma bala na minha cabeça e mesmo assim tomaria o muleque?

Alicia: A palavra dela.

Terror: É por isso que sozinha, tu cairia facilmente! Não se acredita em palavra Alicia. No comando, palavra vale de porra nenhuma. - Joguei uma bolsa em cima da mesa - tem uns bagulho aí, tenta se manter, nós vai ficar por aqui mermo, favela ainda tá em risco, lugar mais seguro é aqui com os menó na vigia

Alicia: Tô grávida, não posso viver em uma boca de fumo!

Terror: Ta grávida do filho de um traficante, então é bom ir se acostumando com as regalias da boca.

Alicia: O que é isso no seu braço?

Terror: uma marca que vai ficar na lembrança de mais uma guerra vencida.

TIPO ESCOBAR - MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora