☆dezasseis★

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Apanhei o comboio, Dinis já me tinha levado à está estação de comboios, ele tinha dito que não queria que eu fosse sozinha e que queria vir comigo, mas eu disse que não era preciso e que eu safava-me sozinha.

Dinis: Quando é que o comboio vem?

Eu: Daqui a... 10 minutos.

Triiiiiiim.

Telemóvel.

Mãe.

Eu: Sim?

Mãe: Filha, desculpa, eu não queria que tu ficasses assim, é só que, a mãe ganha o seu dinheiro assim e é por causa disso que tu tens isto tudo.

Eu: Inclusive aquela escola, e o meu pai, o meu irmão, o meu namorado e os meus amigos longe de mim.

Mãe: Não penses assim.

Eu: Ok, eu não penso assim, vou pensar de outra maneira: adeus, tão cedo não me vais ver...

Mãe: Eu penso assim: não tens dinheiro para te sustentar, não tens comida, não tens água, não há banho, não há teto, não há NADA!

Eu: Vamos ver se é assim...

Mãe: Querida, anda para casa, nunca fizeste nada sozinha, não vai ser agora que vais fazer, ainda por cima nessas condições.

Eu: Não sei, vamos fazer assim, se eu ficar durante duas semanas sozinha sem a tua ajuda para NADA, posso voltar para a minha casa e para a minha escola, se não conceguir, posso ficar tua prisioneira e a fugir daqueles que te perceguem e isso tudo ok?

Mãe: Ok, duas semanas.

Eu: Duas semanas.

Desliguei.

Dinis: O que foi isso?

Eu: Vou ficar duas semanas fora de casa e depois posso voltar para a nossa escola! E FICAMOS OS DOIS JUNTOS!

Dinis: Não.

Eu: Não o quê?

Dinis: Vais ficar duas semanas longe de mim, sujeita a...

Eu: Eu fico bem.

Dinis: Mas a tua mãe disse que tinhas que ficar mesmo, mesmo ao relento?

Eu: Não...

Dinis: Eu até podias vir para minha casa, mas a minha mãe não ia deixar se eu dissesse, sei lá? "A minha namorada fugiu de casa, ela pode ficar aqui durante duas semanas?" Eu não ia dizer uma coisa dessas à minha mãe, mas ao meu irmão, sim...

Eu: A sério?

Dinis: Ao meu meio irmão, porque ele tem uma casa...

Eu: Eu ir viver com o teu irmão?

Dinis: Meio irmão, mas irmão do coração!

Eu: Bem... entre dormir no chão e o dormir num sofá... ok, eu vou.

Dinis: Fixe.

Eu: E tu?

Dinis: Eu tenho que ir para a minha casa, a casa da minha mãe, mas a do meu irmão fica... mais ou menos a vinte quilómetros de distância de minha casa... ele disse que queria ficar a uma distância que podesse ir pedir dinheiro sempre que precisasse, mas que não se soubesse da sua vida...

Eu: Sua vida?

Dinis: Esquece... ele não vai fazer nada enquanto tu estiveres lá...

Eu: Ok...

Triiiiiiim.

Telemóvel do Dinis.

Dinis: Estou? Mãe! (...) claro que estou a fazer o trabalho de grupo com o Flávio... (...) achas que eu te ia enganar? (...) Ok, adeus!

Sou o azar em pessoa... ou nãoOnde histórias criam vida. Descubra agora