sunset × JJ & Kiara

🌅| grandma

Kiara

No momento, estava trancada no meu quarto enterrada no cobertor. Voltei para casa assim que minha mãe me ligou. Ela brigou muito comigo.

E aumentou meu castigo.

Mas agora eu ficaria sem celular e teria que trabalhar no turno da noite no restaurante, o que me impedia de sair com JJ e Pope.

Óbvio que fiquei puta.

Aí me tranquei no quarto.

Fiquei repassando a noite anterior na minha cabeça. Eu quase beijei o JJ.

O JJ.

Era óbvio que isso iria acontecer se minha mãe não tivesse ligado. E nem quero imaginar como teria ficado o clima depois disso.

Nunca quis ter nada com os meus amigos. Poderia estragar totalmente nossa amizade e, eles são muito importantes para mim. O beijo com Pope foi por impulso. E teria sido a mesma coisa com JJ. Apenas o impulso do momento.

Mas senti uma pontada de decepção quando me afastei dele. Por algum motivo, não me senti nervosa com aquela aproximação. Nem ansiosa. Apenas... confortável.

Talvez você quisesse aquilo.

Não, não queria.

Nunca vai saber. Não beijou ele.

Revirei os olhos, ignorando a voz do meu sub consiente. Não. Você tá doida. Olha as besteiras que você tá pensando!

Uma batida na porta me fez esquecer dos pensamentos. Mas não mandei entrar. Apenas me aconcheguei mais no cobertor. Não queria ver ninguém no momento.

- Kiara. Sou eu. - A voz abafada do meu pai me fez suspirar.

- Entre. - Murmurei, depois de alguns segundos.

Ele abriu uma fresta da porta e se escorou no batente.

- Veio para me dar lição de moral? - Perguntei. - Não acho que vai fazer diferença.

- Não. Não vim te dar lição de moral. - Ele cruzou os braços. - Só queria avisar que sua vó está vindo.

Me sentei na cama.

- Vovó Betty?

- A própria. - Ele ergueu as sobrancelhas. - Vai passar uns dias conosco.

- E quando ela chega?

- Amanhã a tarde. - Ele suspirou.

☆

Eu estava muito feliz.

Minha avó estava chegando. Ela e eu sempre fomos muito próximas, apesar de nos vermos pouco. E agora que não posso sair de casa e nem usar o celular, ver um rosto diferente vai ser um alívio.

Meu pai estacionou o carro em frente a casa e eu corri para perto. Da porta do carona, de forma devagar, minha avó saía.

- Kiezinha! - Ela exclamou quando me viu. Eu corri para abraçá-la.

Minha avó era simplesmente incrível. Além disso, ela sempre foi muito disposta para alguém da sua idade.

- Como você cresceu, garota. Tomou fermento, foi? - Perguntou, me fazendo dar um girinho em sua frente, eu sorri.

- Também estava com saudade, vó.

- Vocês duas, podem continuar o bate papo depois. - Meu pai conferiu o  horário no relógio de pulso. - Está quase na hora do seu turno no restaurante.