sunset × JJ & Kiara

🌅| problem

Kiara

Acordei irritada, novamente.

Eu teria que resolver isso hoje, neste exato dia.

Que se dane o tempo que JJ precisa, já dei tempo o suficiente, uma noite inteira! Noite essa em que fiquei me revirando na cama por longas e infinitas horas. Sempre que chegava perto de dormir, íris azuis e pupilas dilatas apareciam na minha cabeça. Lábios avermelhados. Sentia as mãos na minha cintura, no meu cabelo.

Eram quatro da manhã quando eu desisti. Peguei meu celular, procurei pelo número dele. Já esperava que estivesse com o celular desligado, então não me surpreendi quando caiu na caixa postal.

-- Oi, sou eu. A garota que você beijou e depois foi embora. -- Suspirei, me sentando na cama, pelas frestas da janela, dava para ver que ainda não estava perto de amanhecer. -- JJ, eu normalmente compreendo as suas merdas. Mas não entendo o motivk de sair correndo. Eu só... eu tô frustrada, estranha... Acho... Cacete. JJ, por favor, conversa comigo. Me deixa entender o que aconteceu.

Então terminei meu recado. E depois de mais um tempo, consegui dormir. Acordando as sete da manhã com um péssimo humor.

Me levantei e tomei un banho longo, nem a água quente conseguia me fazer relaxar hoje. Depois, chequei meu celular. Nada dele. Nenhuna resposta.

Desci as escadas, sabendo o que teria que fazer hoje. Encontrei minha avó e minha mãe na cozinha.

-- Bom dia, docinho. -- Minha avó cantarolou, logo largando uma xícara de café na minha frente. Minha mãe tomava seu iogurte enquanto lia o jornal.

-- Bom dia. -- Respondi, e dei um longo gole na bebida quente. Olhei para minha mãe e, sem tempo para enrolações no dia de hoje, tomei toda coragem que tinha. -- Mãe, sei que o restaurante não abre hoje. Sendo assim, posso dar uma volta na praia? Por favor.

Ela ergueu os olhos, olhando por muito tempo para mim, depois para minha avó. Ela maneou com a cabeça. Me preparei para o seu não, para sair pela janela.

- Tudo bem.

Fiquei alguns segundos com as sobrancelhas franzidas, minha avó paralisou com a xícara perto dos lábios.

- Espera. O que?

- Pode ir, filha. - Respondeu, sem ânimo.

- Tem... tem certeza? Você entendeu o que eu...

- Kiezinha, porque não aproveita a resposta que ganhou enquanto sua mãe não muda de ideia? - Minha avó perguntou, sorrindo para mim como se eu fosse doida por questionar.

- É, certo, tudo bem. - Virei o resto do café. Então, antes de sair da cozinha, olhei para minha mãe. - Ei, mãe?

- Hm? - Perguntou, sem erguer o olhar do jornal.

- Obrigada. - Então ela me olhou, dando um sorriso fraco e concordando com a cabeça.

Saí da cozinha logo depois. Dia estranho, dia muito, muito estranho.

Depois de colocar o que queria na mochila, voltei para a cozinha, agora vazia, para pegar uma maçã e um saquinho de biscoitos salgados. Tinha me tocado que não havia ingerido nada além de café.

Saí de casa, e dessa vez não fui de bicicleta. Demoraria muito mais para chegar aos lugares que queria? Sim. Mas talvez fosse bom, além de que possuía o dia todo, eram recém oito e quarenta da manhã.

Passei pelo centro, mais tarde, no cais. Por lá, procurei por um de meus amigos, mas totalmente sem sucesso. Resolvi parar de ser idiota, e mandei mensagem para ele.