22=Eve

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      --Você está pronto? -perguntei para ele.

    --A muito tempo. -ele respondeu sorrindo.- Vamos começar?

    --Manda a ver. -eu respondi e me joguei no chão.

    --SOCORRO. ALGUÉM AJUDA. -Jensen berrava da grade.- ELA ESTA PASSANDO MAL. SOCORRO. POR FAVOR ALGUÉM AJUDE.

   Eu ouvi quando alguém veio correndo, abriu a porta da cela e colocou a mão no meu pescoço.

    Sabia que o tempo em que o Jensen bebeu mais sangue do que eu iria ajudar, meus batimentos estavam mais baixos. Mas isso iria mudar em breve.

   --O que aconteceu com ela? -o lycan que veio me ajudar perguntou.

    --Não sei. -ele falou e tenho que confessar que era um bom ator.- Quem sabe a quantidade de sangue que estavam nos dando a enfraqueceu.

    --Mas isso não é possível. -ele falou preocupado e senti uma pena dele por fazer o que iria fazer.- A quantidade era para enfraquece-la e não mata-la.

    --Vai ver erraram na dosagem. -Jensen disse.

    --Sua amiga está morrendo e você está sorrindo. -o lycan disse.- Por que? Você é maluco?

     --Não. -eu abri os olhos e disse sorria.- É que eu vou adorar ver isso.

    Me levantei e sem perder tempo enfiei minhas presas no pescoço do lobo.

    O sangue dos lycans tem um gosto metálico enferrujado ou algo assim, mas também é meio ácido, tenho que confessar que é simplesmente horrível, porém ele era minha única opção naquele momento.

    Eu estava com tanta fome que não consegui parar e quando dei por mim o lycan estava morto aos meus pés.

    --Não se sinta culpada pelo que fez. -Jensen veio para o meu lado.

    --Ele era inocente. -eu respondi.- Mas não consegui me controlar.

    --Eu sei disso, Eve. -ele disse colocando a não nos meus ombros.- Mas ele não era tão inocente quanto parecia, assim como eu também não era. -eu não entendi onde ele estava querendo chegar.- Mas temos que ir agora.

    --Você está certo, minha mãe deve chegar a qualquer momento e vamos poder nos juntar a ela na batalha.

    Saímos da nossa cela e estávamos em um corredor com mais celas vazias. Seguimos até o final dele e subimos as escadas até onde eu acreditava ser a saída, ou melhor, esperava que fosse.

    Mas o que estava acontecendo no lugar ao qual a escada levava não era bem o que eu esperava.

    Aquela sala, salão ou o que quer que aquele lugar fosse, estava um verdadeiro caos, pessoas correndo de um lado para o outro em pânico.

    --Parece que sua mãe já chegou. -Jensen disse olhando em volta.

    --É, não posso discordar disso. -eu falei para ele.- Vamos achar minha mãe de uma vez e sair daqui logo, para voltarmos depois e acabarmos com o Marius.

    --Sabe, isso é uma ótima ideia. -ele pegou a minha mão e começamos a sair correndo, passando pelo meio das pessoas aterrorizadas.

    --Traidora. -eu ouvi alguém gritar, como se fosse para mim e me virei.- Traidora.

    Um lycan apontava uma arma para mim e eu tinha a intuição que tinha uma bala especial ali, só não sabia se era de prata ou de ultravioleta.

    Então tudo aconteceu muito rápido, eu escutei um tiro e por reação fechei os olhos, mas o tiro nunca chegou. Abri os olhos de novo e Jensen estava no chão sangrando. Ele tinha levado o tiro no meu lugar.

    --Jensen. -eu me ajoelhei ao lado dele.- Por que fez isso?

    --Porque te amo e não poderia te ver morrer. -ele respondeu.

    --Mas eu poderia me curar, você sabe disso não sabe?

    --Na verdade não. -ele riu, mas percebi que estava com dor.- Mas ainda sim valeu a pena levar esse tiro.

    --NÃO. -escutei um grito e quando olhei era o Alex que vinha correndo na nossa direção.- Meu amigo.

    --Você finalmente chegou. -Jensen falou.- Demorou um pouco.

    --Eu sei, me desculpe por isso. -Alex disse.- Mas agora estou aqui e vou te ajudar.

    --Não dá tempo. -Jensen respirava com dificuldade e eu chorava.- Mas tenho que te contar uma coisa.

   --O que é? -Alex perguntou.

   --Eu estou apaixonado pela sua namorada. -Alex não parecia surpreso.

    --Eu já sabia disse, você não é muito bom em esconder seus sentimentos.

    --O que você não sabe é que eu beijei ela. -por que Jensen estava falando essas coisas.- Não brigue com ela, foi eu que a beijei e ela ficou uma semana sem falar comigo, mas antes disso ela me bateu.

   --Você mereceu. -eu disse chorando.

   --Eu sei. -ele pegou minha mão e depois voltei para o Alex.- Prometa que vai cuidar dela e fazê-la feliz.

   --Sim eu prometo. -Alex respondeu e agora ele chorava.

   --Ok. -Jensen olhou para mim.- Me prometa que vai cuidar dele e ser feliz.

    --Obrigado aos dois por serem os melhores amigos que eu poderia ter. -ele também chorava.- Obrigado por me amarem do jeito que me amaram sem se importar com quem eu sou.

   --Nós te amamos. -minha mãe se ajoelhou ao meu lado.- Por isso você pode descansar em paz, Jensen. Pode ir em paz. Vamos todos ficar bem.

    --Obrigado por tudo Selene, você foi uma grande mãe para mim.

   Ele então fechou os olhos e ali no meu colo ele morreu. E eu não pude fazer nada para salva-lo.

    Minha mãe me abraçou e eu deixei que ela me consolasse, que secasse as minhas lagrimas. Pois naquele momento eu já não tinha forças para mais nada.

   

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